sexta-feira, 1 de abril de 2016

Produção industrial tem seu pior resultado para fevereiro desde 2002

Veja

Pátio de montadora em São Bernardo do Campo (SP) repleto de veículos, reflexo da queda nas vendas de veículos no país
Pátio de montadora cheio é um dos termômetros das vendas fracas do setor(Paulo Whitaker/Reuters)


A indústria brasileira voltou a recuar em fevereiro depois de rápido alívio no início de 2016 e registrou o pior resultado em pouco mais de dois anos. O desempenho fraco de fabricantes de automóveis e eletrodomésticos foi uma das principais razões do resultado.
produção industrial caiu 2,5% em comparação com janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Essa é a pior leitura desde a queda de 2,8% registrada em dezembro de 2013, além de representar o pior resultado para o mês de fevereiro na série histórica, iniciada em 2002.
Em janeiro, o setor havia apresentado seu primeiro resultado positivo - alta de 0,4% - desde maio de 2015. Em relação a fevereiro de 2015, houve queda de 9,8%, a 24ª taxa negativa seguida nessa base de comparação.
O maior destaque em fevereiro ficou para a categoria de bens de consumo duráveis, com perdas de 5,3% em relação a janeiro, devido à menor produção de automóveis e de eletrodomésticos, ainda afetada por concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas.
Somente os bens de capital, uma medida de investimento, apresentaram aumento de produção na comparação mensal. O avanço foi de apenas 0,3%, menor que o avanço de 2,1% visto em janeiro.
O IBGE informou ainda que, dos 24 ramos pesquisados, treze apresentaram recuo. Os de pior desempenho foram veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 9,7%.
A crise política, que abala a confiança e a recessão econômica, afeta desde o ano passado os investimentos e vêm impossibilitando a estabilização do setor industrial. A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central com uma centena de economistas, mostra previsão de 4,40% de contração da produção industrial neste ano. A projeção para toda a economia é de retração 3,66%.