Eduardo Knapp/Folhapress | |
Fachada do edifício Solaris, no Gaurujá (SP) |
FLÁVIO FERREIRA
MARIO CESAR CARVALHO
Folha de São Paulo
MARIO CESAR CARVALHO
Folha de São Paulo
A empreiteira OAS repete desde o ano passado que o ex-presidente Lula e sua mulher não tiveram tratamento privilegiado no caso do tríplex reservado para o casal em Guarujá (SP), mas um documento apreendido pela Polícia Federal na construtora coloca em xeque essa versão.
Marisa Letícia, a mulher de Lula, aparece numa planilha como cliente VIP, sigla referente à expressão em inglês "Very Important Person" (pessoa muito importante, em uma tradução literal).
O documento cita como clientes especiais outros dois investigados pela Operação Lava Jato : o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e a cunhada dele, Marice Correa de Lima, suspeita de intermediar repasses ilícitos da OAS para o PT.
Vaccari está detido em Curitiba e já foi condenado em uma das ações penais da Lava Jato a 15 anos de prisão.
Na planilha com 83 nomes, a quarta pessoa indicada como VIP é a ex-diretora da cooperativa habitacional Bancoop Ana Maria Érnica. Ela é ré em ação penal em São Paulo sob a acusação de envolvimento em desvios de recursos da cooperativa em favor do PT, o que o partido nega.
A lista foi recolhida pela PF em medida de busca e apreensão da 22ª fase da Lava Jato, denominada "Triplo X".
A operação investiga se a OAS reservou tríplex no condomínio em Guarujá para Lula e reformou o imóvel em retribuição a supostos favores do ex-presidente.
O Instituto Lula nega que o petista tenha recebido qualquer benefício ilegal e diz que Marisa desistiu da compra do imóvel no fim de 2015.
O título da planilha é "Empreendimento: Residencial Mar Cantábrico", que é o nome antigo do condomínio em Guarujá lançado pela Bancoop em 2003. O documento foi produzido pelo escritório de advocacia José Carlos de Mello Dias.
Segundo Marcos Migliaccio, conselheiro da Associação das Vítimas da Bancoop, esse escritório fazia a ponte entre a OAS e os clientes da cooperativa.
Os contatos eram necessários porque a cooperativa habitacional entrou em crise e transferiu o empreendimento no litoral paulista para a OAS, em outubro de 2009.
A mulher do ex-presidente Lula assinou um contrato com a Bancoop em 2005 para adquirir o apartamento 141 da torre do condomínio que fica de frente para o mar.
Ela é a única citada por iniciais na planilha. Na linha sobre a unidade 141, está escrito "M.L.L S", de Marisa Letícia Lula da Silva.
Todas as pessoas indicadas na lista têm os dizeres "TAC assinada" associados aos seus nomes, menos os quatro "VIPs".
A expressão "TAC assinada" é, provavelmente, o termo de acordo pelo qual os cooperados da Bancoop aprovaram a cessão dos imóveis para a OAS em 2009.
Apesar de empreiteira negar tratamento privilegiado a Lula, no final de 2014 o então presidente do grupo OAS, Léo Pinheiro, acompanhou o petista e Marisa Letícia em visita ao tríplex em Guarujá.
Segundo Lula, à época o casal ainda não havia decidido se iria ficar com o imóvel.
OUTRO LADO
O Instituto Lula afirma que o documento reforça a versão narrada por Marisa Letícia, de que ela comprara a unidade 141, e não um tríplex, e que o imóvel foi declarado no imposto de renda dela.
A entidade diz que só o autor do documento pode explicar o significado do termo VIP junto às iniciais de Marisa.
A OAS e o advogado de João Vaccari Neto, Luiz Flávio Borges D'Urso, não quiseram se pronunciar sobre o documento apreendido.
D'Urso afirmou que não falaria sobre a planilha por não conhecê-la.
O advogado Roberto Telhada, que defende Ana Maria Érnica, não foi localizado.
Marisa Letícia, a mulher de Lula, aparece numa planilha como cliente VIP, sigla referente à expressão em inglês "Very Important Person" (pessoa muito importante, em uma tradução literal).
O documento cita como clientes especiais outros dois investigados pela Operação Lava Jato : o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e a cunhada dele, Marice Correa de Lima, suspeita de intermediar repasses ilícitos da OAS para o PT.
Vaccari está detido em Curitiba e já foi condenado em uma das ações penais da Lava Jato a 15 anos de prisão.
Na planilha com 83 nomes, a quarta pessoa indicada como VIP é a ex-diretora da cooperativa habitacional Bancoop Ana Maria Érnica. Ela é ré em ação penal em São Paulo sob a acusação de envolvimento em desvios de recursos da cooperativa em favor do PT, o que o partido nega.
A lista foi recolhida pela PF em medida de busca e apreensão da 22ª fase da Lava Jato, denominada "Triplo X".
A operação investiga se a OAS reservou tríplex no condomínio em Guarujá para Lula e reformou o imóvel em retribuição a supostos favores do ex-presidente.
O Instituto Lula nega que o petista tenha recebido qualquer benefício ilegal e diz que Marisa desistiu da compra do imóvel no fim de 2015.
O título da planilha é "Empreendimento: Residencial Mar Cantábrico", que é o nome antigo do condomínio em Guarujá lançado pela Bancoop em 2003. O documento foi produzido pelo escritório de advocacia José Carlos de Mello Dias.
Segundo Marcos Migliaccio, conselheiro da Associação das Vítimas da Bancoop, esse escritório fazia a ponte entre a OAS e os clientes da cooperativa.
Os contatos eram necessários porque a cooperativa habitacional entrou em crise e transferiu o empreendimento no litoral paulista para a OAS, em outubro de 2009.
A mulher do ex-presidente Lula assinou um contrato com a Bancoop em 2005 para adquirir o apartamento 141 da torre do condomínio que fica de frente para o mar.
Ela é a única citada por iniciais na planilha. Na linha sobre a unidade 141, está escrito "M.L.L S", de Marisa Letícia Lula da Silva.
Todas as pessoas indicadas na lista têm os dizeres "TAC assinada" associados aos seus nomes, menos os quatro "VIPs".
A expressão "TAC assinada" é, provavelmente, o termo de acordo pelo qual os cooperados da Bancoop aprovaram a cessão dos imóveis para a OAS em 2009.
Apesar de empreiteira negar tratamento privilegiado a Lula, no final de 2014 o então presidente do grupo OAS, Léo Pinheiro, acompanhou o petista e Marisa Letícia em visita ao tríplex em Guarujá.
Segundo Lula, à época o casal ainda não havia decidido se iria ficar com o imóvel.
OUTRO LADO
O Instituto Lula afirma que o documento reforça a versão narrada por Marisa Letícia, de que ela comprara a unidade 141, e não um tríplex, e que o imóvel foi declarado no imposto de renda dela.
A entidade diz que só o autor do documento pode explicar o significado do termo VIP junto às iniciais de Marisa.
A OAS e o advogado de João Vaccari Neto, Luiz Flávio Borges D'Urso, não quiseram se pronunciar sobre o documento apreendido.
D'Urso afirmou que não falaria sobre a planilha por não conhecê-la.
O advogado Roberto Telhada, que defende Ana Maria Érnica, não foi localizado.