quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A crise de Dilma - Queda na venda de máquina agrícola atinge emprego

Mauro Zafalon - Folha de São Paulo


O setor de máquinas agrícolas continua amargando a desaceleração de vendas no Brasil. O cenário hoje é bem diferente do dos anos recentes, quando a quebra de safra nos Estados Unidos, a queda dos estoques mundiais de grãos e a demanda aquecida permitiram uma aceleração das vendas de máquinas e de implementos agrícolas no país.

De janeiro a setembro, as vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias recuaram para 36,9 mil unidades, 30% menos do que em igual período do ano passado.

Considerando apenas o mês passado, a maior retração entre os produtos agrícolas ficou para os tratores, cujas vendas venderam caíram para 3.245 unidades, 10,5% menos do que em agosto.

Nesse mesmo período, as vendas de colheitadeiras atingiram 309 unidades, 14% mais.

A situação do setor que fornece máquinas agrícolas é ainda mais complicada quando se olha para os dados acumulados do ano.

Até setembro, as vendas internas de tratores de rodas somaram 30,9 mil unidades, 28% menos do que o total vendido em igual período do ano passado.

As colheitadeiras, mesmo com o aumento de vendas no mês passado, também têm grande perda na comercialização deste ano. Foram vendidas 2.925 unidades nos nove primeiros meses do ano, 34,8% menos do que no mesmo período de 2014.
A retração no setor era esperada, uma vez que as vendas foram aquecidas nos últimos dois anos e os produtores fizeram uma intensa renovação da frota. A intensidade da queda, no entanto, está acima do esperado pelo setor.

A queda nas vendas, e consequentemente na produção de máquinas, afeta também o mercado de trabalho nas indústrias do setor.

Em setembro, a indústria de máquinas agrícolas e rodoviária empregava 15,9 mil trabalhadores, um número 18% inferior ao do mesmo mês do ano passado.
Nesse mesmo período, a desaceleração do emprego na indústria automobilística teve intensidade bem menor, com queda de 8%.
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Queimadas Desde 2006, pelo menos 7,2 milhões de hectares de cana-de-açúcar deixaram de ser queimados com a implantação do Protocolo Ambiental do Setor Sucroenérgito.
Poluentes Essa parceria entre o setor sucroenérgitico e o governo paulista resultou na não emissão de 26,7 milhões de toneladas de poluentes e de 4,4 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.
Relatório Será apresentado nesta quarta-feira (7), no Instituto de Economia Agrícola, um relatório com esses e outros resultados obtidos pela parceria, inclusive os referentes às recuperações de áreas florestais.