Com 93% das urnas apuradas, Junts pel Sí, a favor da independência da região, lidera votações com 62 assentos

BARCELONA — Os primeiros resultados oficiais confirmam as sondagens, que dão vitória dos independentistas na Catalunha — ainda que em assentos, mas não em porcentagem de votos. Com 93% dos votos apurados, Junts pel Sí (Juntos pelo sim), a favor da independência da região, lidera as votações com 62 assentos e 39,34% dos votos.
Ciutadans (Cidadãos) ficam em segundo, com 25 deputados (17% dos votos); seguidos pelo PSC com 17 cadeiras (13%); o PP com 11 (8%); e a Catalunya Sí que es Pot (a versão catalã do lema de Obama “Yes we can”), com 10 deputados (8,98%). A CUP, outra vertente da secessão teria 10 assentos (7,95%). Juntos, somam 72 parlamentares, de um total de 135.
Para obter a maioria de 68 — a metade mais um — a Junts pel Sí precisaria do apoio da CUP. Se as previsões estiverem certas, a efetividade da campanha de Junts pel Sí estará provada. O partido não nacionalista Ciutadans (Cidadãos) se transformaria na segunda força política da região, seguido de Catalunya Sí que es Pot, coalizão da qual Podemos faz parte.
— A sensação que temos pelos dados disponíveis aponta para que esta maioria soberanista clara e nítida a favor da independência da Catalunha é um fato — disse um dos diretores de campanha da JxS. — Conseguimos fazer um plebiscito que não nos deixaram fazer e isto se deve à grande participação do eleitorado — comemorou, em alusão à oposição do governo espanhol de Mariano Rajoy de permitir um referendo de autodeterminação.

Mesmo que as eleições sirvam para mostrar a força do independentismo, não têm valor de plebiscito. Além da impossibilidade de comparar o número de deputados com o de votos, carece de validez jurídica e política. Uma consulta popular não vinculante sobre a independência teria que ser convocada pelo governo central, que rejeita esta possibilidade.
E no momento em que a Catalunha realiza eleições que os separatistas apresentam como um ativo crucial para se separar da Espanha, o presidente do País Basco, Iñigo Urkullu, pediu uma “consulta legal” sobre o estatuto da nação basca:
— Acredito na possibilidade de uma consulta legal e pactada — disse Urkullu, em um comício do partido partido nacionalista basco (PNV), transmitido pela televisão. — Precisamos de um novo status político para Euskadi, somos uma nação, somos o povo basco, somos cidadãos europeus, com suas liberdades e seus direitos históricos, temos um idioma, uma cultura.