sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Em meio a especulações sobre eleição de domingo, Bolsa sobe mais de 4%


 O ESTADO DE S. PAULO

Analistas falam de rumores sobre levantamentos eleitorais realizados por bancos apontando ainda empate técnico entre Dilma e Aécio Neves

O principal índice da BM&FBovespa renovava máxima no início da tarde desta sexta-feira, 24, chegando a subir mais de 4% no melhor momento do dia, em meio a especulações sobre o resultado do segundo turno da eleição presidencial no domingo.

Após cair 9% nas últimas quatro sessões, o Ibovespa subia 4,27%, a 52.874 pontos às 14h30. Mais cedo, chegou a recuar 0,23%. Na máxima, atingiu 53.145 pontos.
Para explicar o movimento, profissionais do mercado ouvidos pela agência de notícias Reuters falaram de rumores sobre levantamentos eleitorais realizados por bancos apontando ainda empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), diferente do que indicaram pesquisas Datafolha e Ibope na véspera.
Nesta manhã, o Sensus trouxe o tucano à frente, mas com menor vantagem em relação à pesquisa anterior, o que também ajudava.
Operadores ainda citaram reportagem da revista Veja, segundo a qual Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro na Petrobrás, e a expectativa para o último debate entre os candidatos na TV nesta noite, além de outros boatos.
"Muitos estão zerando suas posições vendidas", notou o operador de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado.
Para a equipe do Brasil Plural, em comentários a clientes sobre Ibope e Datafolha, salvo uma grande mudança de último minuto, como um fracasso no debate da TV nesta sexta-feira, a presidente Dilma ganhará mais quatro anos de governo na próxima eleição no domingo. "O fato de que ela pode vencer pela mesma margem que em 2010, apesar do crescimento econômico medíocre e inflação alta, sugere uma organização da campanha superior", avaliaram.
Entre as estatais, que sofreram fortemente nos últimos pregões, Petrobrás PN disparava 8,57%. Outros papéis influenciados pela dinâmica eleitoral, mais especificamente por apostas na alternância de governo federal, também registravam ganhos expressivos, como BM&FBovespa, Itaú Unibanco e Bradesco.
Mercados internacionais. Na Ásia, o clima hoje foi predominantemente negativo após so EUA anunciarem um novo caso de ebola no país. Além disso, dados negativos sobre o setor imobiliário na China e a expectativa quanto ao teste de estresse dos bancos na Europa que será divulgado no domingo pesaram sobre os mercados. 
Também influenciadas pelo ebola e pelo teste de estresse, as principais bolsas europeias também fecharam em baixa, depois de três sessões consecutivas de altas. Analistas e economistas do Barclays disseram em nota que "depois de nossa avaliação de cerca de vários sistemas bancários em uma série de relatórios publicados ao longo do último ano, identificamos vulnerabilidades em alguns bancos da Itália, da Grécia, de Portugal e da Alemanha, enquanto a maioria dos bancos da Espanha e da França parece bem posicionada". Para Jens Vanbrabant, da ECM Asset Management, "o sistema bancário europeu de uma maneira geral continua fraco e parece incapaz de aumentar significativamente a concessão de crédito no curto prazo".
As ações da BASF caíram 3,17%, em reação a seu informe de resultados; também divulgaram balanços Swedish Match (-0,57%), Bankia (+2,10%), Caixabank (-3,38%), Ericsson (-3,27%), Belgacom (%) e Volvo (+7,12%). As ações da Tesco caíram 1,32%, após rebaixamento de rating pela Moody's.
O indicador mais importante divulgado na região foi a estimativa preliminar do PIB do Reino Unido no terceiro trimestre; o crescimento foi de 0,7% em relação ao trimestre anterior e de 3,0% em comparação com o mesmo período de 2013, em linha com a expectativa dos economistas.
O índice FT-100, da Bolsa de Londres, fechou em queda de 30,42 pontos (0,47%), em 6.388,73 pontos. O Xetra-DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em baixa de 59,51 pontos (0,66%), em 8.987,80 pontos. O CAC-40, da Bolsa de Paris, recuou 28,78 pontos (0,69%), para fechar em 4.128,90 pontos. O FT-Mib, da Bolsa de Milão, subiu 60,70 pontos (0,31%) e fechou em 19,495,68 pontos. O Ibex-35, da Bolsa de Madri, ganhou 5,60 pontos (0,05%), para 10.339,30 pontos. O PSI-20, da Bolsa de Lisboa, caiu 40,09 pontos (0,77%), para 5.172,46 pontos.
Na semana, o FT-100 acumulou uma alta de 1,24%, o DAX subiu 1,55%, o CAC avançou 2,37%, o FT-Mib teve um ganho de 4,25%, o Ibex ganhou 3,84% e o PSI-20 acumulou uma alta de 2,50%. (Com informações da Reuters e Agência Estado)