sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Chefe da maior quadrilha do Brasil, Lula se aproveita da ignorância da população: ´O nazismo na boca de Lula`

Com Blog Ricardo Setti - Veja


Lula se aproveita da ignorância da população para fazê-la acreditar que há agressões “típicas do nazismo” a Aécio. Na verdade, sem saber do que está falando, o que ele faz é extravazar seu ódio às “elites” — com as quais, na verdade, se amancebou

(Foto: Ricardo Stuckert)
Quando fala às multidões, Lula não tem problema em invocar uma das maiores tragédias da história mundial (Foto: Ricardo Stuckert)
O NAZISMO NA BOCA DE LULA
Editorial publicado no jornal O Estado de S. Paulo
A frequência com que as palavras “nazismo” e “nazista” são usadas para insultar tende a ser tanto maior quanto menor o conhecimento dos que as empregam do que foi efetivamente o mais hediondo regime que o Ocidente experimentou ao longo de sua história e do que fizeram os seus seguidores.
Se mesmo na Europa as novas gerações parecem saber cada vez menos da barbárie que a devastou há 70 anos, não surpreende que em outras paragens os termos que a revestem tenham se tornado ao mesmo tempo corriqueiros e caricaturais – e, nessa medida, uma ofensa permanente à memória de suas vítimas.
Um exemplo de livro de texto dessa banalização do mal acaba de ser dado pelo ex-presidente Lula, no lugar onde mais ele fica à vontade para usufruir da sua inesgotável propensão à baixeza: um palanque eleitoral.
Ao lado da afilhada Dilma Rousseff, em um comício que reuniu cerca de 40 mil pessoas no Recife, anteontem, ele equiparou as supostas agressões ao Nordeste da campanha do tucano Aécio Neves e de seus aliados às práticas nazistas na 2.ª Guerra Mundial. Lula falava para um público que, em geral, tem disso informação precária ou nenhuma. Mas aprendeu, como quase toda a gente, que o tal do nazismo é a coisa mais medonha que se pode conceber.
Portanto, se ouve de Lula que a esse extremo chegam os presumíveis preconceitos e injustiças da oposição “contra nós”, os nordestinos, deve ser a pura verdade. Lula não imaginaria que o sentimento de revolta que se esmerava em inculcar à sua plateia a dotaria do poder mágico de votar duas vezes em Dilma na decisão de domingo para se vingar dos “preconceituosos”. Nem seria preciso: no primeiro turno, vencido em Pernambuco por Marina Silva, Dilma obteve 44% dos sufrágios ante menos de 6% de Aécio.
Logo se vê que a fúria de Lula não tem nada que ver com um hipotético imperativo de conseguir que a sua apadrinhada prevaleça numa capital, em um Estado e numa região onde ela e o seu adversário – a exemplo do que se passa em âmbito nacional, segundo as pesquisas – estariam engajados numa guerra sem quartel pelo voto de cada eleitor.
O comício do Recife foi apenas (e tudo isso) uma oportunidade para ele dar vazão ao ódio que sente pelas “elites” – e que soube guardar no congelador quando, presidente, se amancebou com o que elas têm de pior. Muito mais do que o combate político, é esse sentimento que o leva a perder o que ainda possa ter em matéria de senso de proporção, ao comparar os adversários não só aos nazistas, mas a Herodes, “que matou Jesus Cristo por medo de ele se tornar o homem que virou”.
Já investir contra Aécio, como também fez em Pernambuco, acusando-o de “grosseiro” com Dilma, é frio cálculo eleitoral. O neofeminista da temporada havia feito a sua aparição na antevéspera, em outro comício, então em Itaquera, na zona leste paulistana. “Esse rapaz não teve educação de berço para respeitar as mulheres”, atacou. “E, sobretudo, uma presidente, mãe e avó.”
Logo ele, que fez com brio a sua parte na profusão de baixarias para desqualificar a candidata Marina Silva na disputa do primeiro turno.