terça-feira, 29 de abril de 2014

Indicado pela notória dupla Renan-Sarney, Bruno Dantas ganha eleição no Senado para ministro do TCU

Indicação do afilhado político de Renan e Sarney ainda deve ser aprovada pelo plenário da Câmara

 
Júnia Gama - O Globo
 
Bruno Dantas é afilhado político de Renan Calheiros e José Sarney Foto: Jorge William / Agência O Globo
Bruno Dantas é afilhado político de Renan Calheiros e José Sarney Jorge William / Agência O Globo

O Senado aprovou nesta terça-feira a indicação do consultor da Casa, Bruno Dantas, para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A indicação de Bruno, que é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador José Sarney (PMDB-AP), terá de passar pelo plenário da Câmara.

Dantas disputou a preferência dos senadores com outro consultor do Senado, Fernando Moutinho, e com o auditor de controle externo do próprio TCU Sérgio Mendes. Na semana passada, os três foram sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), e tiveram seus nomes aprovados. A sabatina ocorreu dias depois do senador Gim Argello (PTB-DF) ter renunciado à indicação para a vaga. Gim tinha o apoio de Renan Calheiros e da presidente Dilma Rousseff, mas teve de recuar após uma manobra desastrosa para chegar ao posto sem passar por sabatina.
Ministros da Corte e servidores se manifestaram contrariamente ao nome de Gim, que responde a seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, peculato e crime contra a lei de licitações. O presidente do TCU, Augusto Nardes, chegou a informar que não empossaria Gim, mesmo que ele fosse eleito. Com Gim fora da jogada, integrantes da base passaram a defender o nome de Bruno Dantas para representá-los no TCU.

Além de Dantas na cota governista, representantes da oposição apresentaram o nome de Fernando Moutinho para a vaga, e o deputado Vicentinho Alves trouxe também o nome de Sérgio Mendes. A vaga a ser ocupada é a deixada pelo ex-ministro Valmir Campello, que antecipou sua aposentadoria para ir para a vice-presidência de governo do Banco do Brasil, uma mudança no âmbito da dança de cadeiras promovida pela presidente Dilma para obter apoio dos partidos aliados para sua reeleição.