quarta-feira, 26 de março de 2014

Corina Machado denuncia ‘cúpula podre’ e diz que defenderá mandato

Na Venezuela, deputada opositora denuncia ‘cúpula podre’ e diz que defenderá mandato

  • María Corina Machado foi destituída do cargo pela Assembleia Nacional na segunda-feira
 
O GLOBO
Com agências internacionais
 

Apoiador beija a mão de Maria Corina Machado durante ato em Caracas
Foto: Fernando Llano / AP
Apoiador beija a mão de Maria Corina Machado durante ato em Caracas Fernando Llano / AP

CARACAS — De volta a Caracas, María Corina Machado, deputada destituída do cargo pela Assembleia Nacional, afirmou em discurso na Praça Bríon, no leste da capital, ser vítima de perseguição por parte do governo. Na segunda-feira, María Corina foi afastada após participar como representante suplente do Panamá em uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA).
— Eu sou deputada porque é o que o povo da Venezuela quer e assim seguirei até que o povo não queira mais — afirmou a parlamentar, que prometeu defender seu assento na Assembleia. — O único que pode me destituir é o povo, não a cúpula podre dirigida por Diosdado Cabello.

Nesta quarta-feira, María Corina voltou ao país acompanhada de três parlamentares peruanos e criticou Cabello, que afirmou na terça-feira que ela poderia ser presa a qualquer momento.
“A ira provocada pelo regime, que está perdido, leva a cometer graves erros. Cada novo erro confirma ao mundo que há ditadura na Venezuela”, escreveu no Twitter a deputada.

Segundo o presidente do Legislativo e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, ela perdeu sua imunidade parlamentar e pode ser detida pela Justiça. Mas um de seus advogados afirmou desconhecer qualquer ordem de prisão.

— Não temos informação de alguma ordem de detenção contra a deputada — informou José Amalio Graterol.

A Praça Brión foi palco há mais de um mês do ato de entrega à Justiça de Leopoldo López, um dos símbolos da oposição radical, acusado pelo chavismo de fomentar a violência nos protestos vividos pelo país desde 4 de fevereiro, com um saldo de ao menos 36 mortos e mais de 400 detidos. López, um jovem economista que estudou em Harvard agora passa seus dias em uma pequena cela de uma prisão militar nos arredores de Caracas.