terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Caiado, que é médico, denuncia que cubana abandonou o Mais Médicos

Deputado denuncia que cubana abandonou o Mais Médicos

  • Ronaldo Caiado levou denúncia ao plenário da Câmara e afirmou que médica ganha US$ 400 por mês
Flávia Pierry - O Globo

Atualizado:
A médica Cubana Ramona Matos teria abandonado o programa Mais Médicos, de acordo com o deputado Ronaldo Caiado Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
A médica Cubana Ramona Matos teria abandonado o programa Mais Médicos, de acordo com o deputado Ronaldo Caiado Givaldo Barbosa / Agência O Globo

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez uma denúncia contra o programa Mais Médicos em plenário da Câmara nesta terça-feira, ao lado de uma médica cubana. Caiado anunciou que a profissional selecionada para o programa quer pedir asilo ao país, por causa de más condições a que estaria submetida.
A médica, que está trabalhando em uma cidade do Pará, abandonou o programa. Ela afirmou que recebe apenas US$ 400 por mês do que o governo brasileiro paga, o que contraria a promessa feita pelo governo. A bolsa prevista para médicos do programa é de R$ 10 mil, mas os cubanos não ficam com todo o valor. A maior parte dela fica retida em Cuba. Os médicos da ilha deverão receber entre 40% e 50% dos R$ 10 mil, segundo contrato firmado pelo Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)

Mostrando o que seria o contrato assinado pela médica, Caiado afirmou que a parte contratante não era a Opas, que firmou acordo com o governo brasileiro para intermediar a vinda dos cubanos ao país. O deputado destacou que o contrato da médica foi assinado por uma empresa de serviços médicos, uma S/A.

Mais dois mil médicos cubanos desembarcaram no Brasil na semana passada, no terceiro ciclo do programa, totalizando cerca de 7,4 mil profissionais cubanos no país trabalhando pelo Mais Médicos.

Para trazer os cubanos ao país, o Ministério da Saúde firmou termo de cooperação com a Opas em agosto do ano passado. De acordo com o documento, a entidade receberia R$ 24,3 milhões pela prestação do serviço de intermediar as contratações, o equivalente a 5% do total de R$ 510,9 milhões que o projeto custará para o governo brasileiro, a título de “reembolso de custos indiretos decorrentes da cooperação técnica” fornecida pela entidade.

O plano de trabalho anexado ao termo firmado com a Opas prevê que serão gastos R$ 1,3 milhão para o pagamento de diárias e outros R$ 12,2 milhões para arcar com custos de passagens. Para o desembolso com o pagamento de pessoal, estão previstos R$ 469 milhões. Todo o valor previsto no acordo seria repassado à Opas, que faria o pagamento dos médicos e encaminharia a fatia que fica com o governo cubano.