Governo reconhece ‘estresse’ por baixo nível de chuvas mas diz que condições estão equilibradas
- Segundo o MME, apagão de hoje foi considerado de ‘médio porte’ e ainda serão apuradas causas
- Usinas térmicas compensam menor nível nos reservatórios, diz secretário-executivo
Danilo Fariello - O Globo
A presidente Dilma Rousseff convocou as autoridades do setor elétrico a tranquilizar a população sobre o risco de desabastecimento do sistema interligado nacional. O Ministério de Minas e Energia (MME) reconheceu que o mês de janeiro foi o que teve menos chuvas desde 1954, o que afeta os reservatórios no país. No entanto, segundo o governo, apesar do "estresse hídrico", as condições do sistema estão "dentro do equilíbrio estrutural". Segundo o MME, apagão de hoje foi considerado de “médio porte” e ainda serão apuradas causas. A entrevista ocorreu horas depois do apagão de energia que deixou às escuras, na tarde desta terça-feira, estados de quatro regiões do país - Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
- É muito prematuro, temos de esperar o ONS analisar, mas, aparentemente houve sucesso nessa operação, porque o sistema cortou pequenas cargas em algumas regiões e não houve desligamento total. Houve avanço aparente, que ainda tem de ser confirmado. Parece um grande avanço em relação ao último do Nordeste, em que sistema não cortou as cargas e apagou regiões inteiras - disse Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sobre o apagão de hoje.
Marcio Zimmermann, secretário-executivo do MME, afirmou que o “estresse hídrico” é normal para esse período e que as usinas térmicas compensam redução nos reservatórios.
- As chuvas em novembro e dezembro foram normais, mas tivemos atraso do período de chuva depois do Natal, por isso o sistema começa a despachar térmicas. Como janeiro não choveu, você despachou mais térmicas. O que significa tudo isso? Que o sistema com características hidrotérmicas e operando dentro de equilíbrio estrutural atua normalmente. Quando tem menos vazão (de água nos reservatórios), despacha mais térmicas. (...) Um sistema como o nosso é planejado a operar com situações dessas de estresse hídrico, como está ocorrendo agora - disse Marcio Zimmermann, secretário-executivo do MME.
Segundo o secretário a ampliação do parque de geração nacional nos últimos dez anos, principalmente com novas usinas térmicas, evita a necessidade de um racionamento de energia nos moldes que o país viveu em 2001.
- Temos quantidade de usinas instaladas no país bastante grande e diversificação dessas usinas entre hidrelétricas, termelétricas e outras, que permitem que mesmo tendo um janeiro ruim não tenhamos nenhum problema em termos de abastecimento. Se pegássemos dez anos atrás, talvez o Brasil não suportasse passar por um janeiro como passamos agora. Mas, apesar de um janeiro ruim, estamos tranquilos - disse Tolmasquim, lembrando que as térmicas compõem atualmente cerca de 20% do parque gerador elétrico nacional.
As autoridades evitaram fazer comentários sobre o apagão que atingiu 5% da carga das regiões Sul e Sudeste do país nesta terça-feira.
- Sempre que tem uma ocorrência no sistema, existe algum desligamento de carga. Se há sistema de maior porte, ela automaticamente corta (a energia) para preservar a integridade do sistema - disse Zimmermann
Questionados repetidamente sobre o apagão, as autoridades evitaram qualquer comentários mais profundos, lembrando que deverá ser novamente convocada uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para debater o problema.
- (Continuar a perguntar sobre o apagão) é querer forçar dar declarações que não se tem ainda. Na hora e no momento correto, tudo vai ser divulgado - disse Tolmasquim.
- Viemos aqui para falar de outra coisa - completou Zimmermann.
- É muito prematuro, temos de esperar o ONS analisar, mas, aparentemente houve sucesso nessa operação, porque o sistema cortou pequenas cargas em algumas regiões e não houve desligamento total. Houve avanço aparente, que ainda tem de ser confirmado. Parece um grande avanço em relação ao último do Nordeste, em que sistema não cortou as cargas e apagou regiões inteiras - disse Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sobre o apagão de hoje.
Marcio Zimmermann, secretário-executivo do MME, afirmou que o “estresse hídrico” é normal para esse período e que as usinas térmicas compensam redução nos reservatórios.
- As chuvas em novembro e dezembro foram normais, mas tivemos atraso do período de chuva depois do Natal, por isso o sistema começa a despachar térmicas. Como janeiro não choveu, você despachou mais térmicas. O que significa tudo isso? Que o sistema com características hidrotérmicas e operando dentro de equilíbrio estrutural atua normalmente. Quando tem menos vazão (de água nos reservatórios), despacha mais térmicas. (...) Um sistema como o nosso é planejado a operar com situações dessas de estresse hídrico, como está ocorrendo agora - disse Marcio Zimmermann, secretário-executivo do MME.
Segundo o secretário a ampliação do parque de geração nacional nos últimos dez anos, principalmente com novas usinas térmicas, evita a necessidade de um racionamento de energia nos moldes que o país viveu em 2001.
- Temos quantidade de usinas instaladas no país bastante grande e diversificação dessas usinas entre hidrelétricas, termelétricas e outras, que permitem que mesmo tendo um janeiro ruim não tenhamos nenhum problema em termos de abastecimento. Se pegássemos dez anos atrás, talvez o Brasil não suportasse passar por um janeiro como passamos agora. Mas, apesar de um janeiro ruim, estamos tranquilos - disse Tolmasquim, lembrando que as térmicas compõem atualmente cerca de 20% do parque gerador elétrico nacional.
As autoridades evitaram fazer comentários sobre o apagão que atingiu 5% da carga das regiões Sul e Sudeste do país nesta terça-feira.
- Sempre que tem uma ocorrência no sistema, existe algum desligamento de carga. Se há sistema de maior porte, ela automaticamente corta (a energia) para preservar a integridade do sistema - disse Zimmermann
Questionados repetidamente sobre o apagão, as autoridades evitaram qualquer comentários mais profundos, lembrando que deverá ser novamente convocada uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para debater o problema.
- (Continuar a perguntar sobre o apagão) é querer forçar dar declarações que não se tem ainda. Na hora e no momento correto, tudo vai ser divulgado - disse Tolmasquim.
- Viemos aqui para falar de outra coisa - completou Zimmermann.