domingo, 31 de janeiro de 2016

Lava-Jato investiga venda de outros imóveis pela Bancoop. Presidente da CUT é um dos alvos


Condomínio Altos do Butantã, onde Vagner Freitas tem imóvel - Marcos Alves


Thiago Herdy - O Globo



Além do condomínio Solaris, no Guarujá, onde o ex-presidente Lula já teve um apartamento, a força-tarefa da Lava-Jato investiga outros empreendimentos que eram da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e foram assumidos pela OAS. Os investigadores apuram crimes de sonegação e ocultação patrimonial, além de indícios de que parte dos imóveis tenha sido usada para repasse de propina. Um dos apartamentos investigados é o do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, dono de imóvel registrado em nome da empreiteira OAS em bloco do Residencial Altos do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo.

O apartamento tem área total de 100,6 metros quadrados e está situado no segundo andar do bloco B do residencial, no bairro Butantã. Por meio de sua assessoria, Freitas negou qualquer crime e disse ter comprovantes de quitação do imóvel. Ele disse que, apesar de ter pagado pelo apartamento "há três ou quatro anos", ainda não tomou providências para alterar o registro em cartório. Diante da divulgação do caso, disse que pretende fazer a transferência de registro nesta segunda-feira.


Documentos apreendidos


Em despacho da Operação Lava-Jato na última quarta-feira, chamada de "Triplo X", o juiz Sérgio Moro atendeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) de determinar a apreensão, nas sedes da OAS e da Bancoop, de documentos referentes a quatro empreendimentos, entre eles o Altos do Butantã, onde Vagner tem seu apartamento, e o Mar Cantábrico, atual condomínio Solaris, no Guarujá, onde a família do ex-presidente Lula era dono de apartamento que atualmente está em nome da OAS e foi o único a passar por uma reforma bancada pela construtora.

Segundo os procuradores da Lava-Jato, o objetivo é "verificar se houve ou não algum tratamento desigual em relação aos ex-cooperados" vinculados aos imóveis. O alvo inicial da força-tarefa era imóveis relacionados ao ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que está preso desde abril de 2015 e foi condenado a 15 anos de prisão na Lava-Jato. A investigação deve ser ampliada com base no material colhido nesta semana.

No passado, Vagner dividiu com Vaccari funções na Bancoop; em 2007, o atual presidente da CUT assinou pareceres na condição de conselheiro fiscal da cooperativa. A Polícia Federal investiga um imóvel adquirido pela mulher do ex-tesoureiro petista, Gilselda Rousie de Lima, no condomínio Solaris, no Guarujá. Ela declarou o apartamento no imposto de renda, embora ele esteja registrado em nome de uma funcionária da OAS. A suspeita da força-tarefa é que o imóvel tenha sido usado para lavagem de dinheiro e que o ex-tesoureiro o teria recebido como suborno da empreiteira.

Uma cunhada de Vaccari também é investigada sob suspeita de ter usado um imóvel no Guarujá para receber propina da OAS no Solaris. Em 2011, Marice Corrêa de Lima comprou um apartamento por R$ 150 mil. Dois anos depois, a OAS recomprou o imóvel por R$ 432,7 mil. A construtora o revendeu em seguida, amargando prejuízo, por R$ 337 mil.

Também estão sob investigação outros apartamentos em nome da OAS e da offshore Murray Holdings, criada pelo escritório Mossack Fonseca, alvo da operação. Presa na operação, a publicitária Nelci Warken seria responsável pela offshore, embora não tivesse patrimônio suficiente para realizar os negócios operados pela Murray, conforme detectaram os investigadores. O GLOBO perguntou à assessoria da OAS por que o apartamento de Vagner Freitas continua em nome da empreiteira, mas ela não respondeu.

(Colaborou Sérgio Roxo)


Perfil de Wagner Freitas




Vagner Freitas. Carreira no sindicalismo e proximidade com o poder - Jorge William / Jorge William/30-04-2015


Crítico da política econômica adotada pelo governo da presidente Dilma Rousseff no segundo mandato, o bancário Vagner Freitas, de 49 anos, é um interlocutor frequente do ex-presidente Lula. Filiado ao PT, o presidente da CUT faz parte do grupo que o líder petista reúne rotineiramente em seu instituto para discutir a conjuntura política do país e tentar encontrar saídas para a crise.

Apesar de ter sido um dos líderes dos ataques ao ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, Vagner chamou a atenção, em agosto do ano passado, ao ameaçar pegar em armas para defender o mandato de Dilma, durante um encontro promovido pela presidente no Palácio do Planalto com líderes de movimentos sociais.

- Somos defensores da unidade nacional, da construção de um projeto de desenvolvimento para todos e para todas. E isso implica, neste momento, ir para as ruas entrincheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidenta - disse o sindicalista, na ocasião.

No mesmo dia, Vagner tentou amenizar a fala, alegando que não teve intenção de incitar a violência e que usou a palavras apenas como uma "figura de linguagem".

Dois meses antes, no Congresso do PT, realizado em Salvador, Vagner ajudou a produzir um manifesto com as mais duras críticas à gestão de Levy. Apesar do apoio dos sindicalistas, a cúpula partidária conseguiu tirar os ataques do texto final do encontro.

No segundo semestre do ano passado, Vagner foi um dos líderes que viabilizaram a criação da "Frente Brasil Popular", união de movimentos de esquerda idealizada por Lula para se contrapor aos grupos que desde o começo de 2015 têm saído às ruas para pedir o impeachment de Dilma. A Frente também reúne, entre outros, representantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Vagner faz parte ainda do novo Conselhão de Dilma. Antes de presidir a CUT - cargo que assumiu em 2012-, foi presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB). A carreira de bancário teve início aos 21 anos, como caixa do Bradesco.


Manchete de O Globo: Rede de saúde precária agrava drama da microcefalia


O quadro de tragédia na Saúde que se formou com a revelação de que grávidas que contraíram o vírus zika tiveram, por causa do vírus, bebês com microcefalia — vista desde o fim de 2015 em centenas de bebês no país — é uma soma de tragédias familiares. 

Agravada por uma demora no diagnóstico da criança. 

O atraso na confirmação de suspeita de microcefalia acaba adiando o início do tratamento do bebê. O atendimento de reabilitação também precisa ser ampliado para dar conta do aumento de casos da doença: em Pernambuco, o epicentro brasileiro dos casos, só três locais estão registrados até agora na Secretaria estadual de Saúde para oferecer reabilitação a crianças com microcefalia; e uma unidade municipal de Saúde começou a estruturar este mês esse serviço. 

Caracterizada por fazer com que o bebê tenha crânio menor que o normal, e retardo no desenvolvimento neurológico e motor, a microcefalia e sua relação com o vírus zika — transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chicungunha — fizeram a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitir na última semana alerta mundial sobre a zika. 

A Lessa de Andrade começou a oferecer reabilitação para microcefalia dia 4 de janeiro. Segundo funcionários, recebeu 26 casos até a última quarta. Mas, afirmaram, como a equipe ainda está sendo estruturada, os atendimentos estão só pela manhã. 

A Secretaria estadual de Saúde informou que vai ampliar o número de locais com reabilitação para microcefalia, além de ampliar o número de dias de atendimento da Altino, mas disse que ainda não tem previsão de quando isso ocorrerá. A reabilitação na microcefalia inclui estimulação dos movimentos, da visão e da audição do bebê.

Uso de bancos públicos para ampliar crédito, como quer Dilma ´trambique`, esbarra no caixa

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"O ossário petista", editorial do Estadão

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Imaginem! Lula agora diz que o seu futuro depende de Dilma ´trambique`

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"Flores do recesso", por Gustavo Franco

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Lava Jato investiga apartamento de presidente da CUT

Com O Antagonista


A Lava Jato investiga se o presidente da CUT, Vagner Freitas, recebeu um apartamento da OAS como pagamento de propina.
A reportagem é de O Globo, mas o fato foi revelado por O Antagonista, em 13 de setembro do ano passado.
Aqui:
Vagner Freitas, presidente da CUT, tem seus motivos para defender com armas o governo do PT. Uma das razões é o apartamento número 22 do Residencial Altos do Butantã, situado no número 647 da avenida Nossa Senhora da Assunção.
Assim como o triplex de Lula no Guarujá, o imóvel de Freitas foi encampado pela OAS após a derrocada da Bancoop - da qual o próprio Freitas foi dirigente.
E aqui:
O Antagonista revelou que Vagner Freitas, o presidente da CUT que defenderá com armas o governo Dilma, tem um apartamento em edifício finalizado pela OAS, após o golpe da Bancoop.
A matrícula no cartório revela que o imóvel ainda está registrado em nome da empreiteira e não há qualquer observação sobre termo de alienação ou processo judicial relativo à titularidade.
Cabem as perguntas: O grande líder da CUT pagou pelo imóvel ou mora de favor? Se pagou, por que não o transferiu para seu nome?