sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

ONG fundada pelo pai de Padilha (ou quadrilha?) recebeu R$ 1,5 milhão dos governos "Barba"-Dilma

ONG fundada pelo pai de Padilha recebeu R$ 1,5 mi do governo federal

Contas Abertas 
Os recursos desembolsados pelo governo federal para a Koinonia, ONG fundada pelo pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegaram a R$ 1,5 milhão entre 2001 e 2014. O montante foi transferido para a organização por meio dos ministérios da Justiça, Esporte, Desenvolvimento Agrário e Cultura. Na lista de parceiros na administração federal também estão as secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e de Direitos Humanos, ligadas à Presidência da República.

Em 2004 e 2005, as ordens bancárias para entidade somaram R$ 60 mil e R$ 244,6 mil, respectivamente. Em 2010, os valores repassados foram de R$ 117,5 mil, passando para R$ 400 mil em 2011 e R$ 195,7 mil em 2012. No ano passado, as cifra recebida pela Koinonia foi de R$ 211,7 mil. Em 2014, os valores já somam R$ 262,2 mil. Nos anos de 2001, 2002, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2009 não foram emitidas ordens bancárias para a ONG.

Veja tabela e as Ordens Bancárias

De acordo com o Portal da Tranparência, a ONG já teve pelo menos nove convênios com o governo federal. Do total, oito contratos foram firmados depois que o PT chegou ao poder em 2003. De acordo com o site, os convênios somaram a quantia de R$ 1,55 milhão.

Até essa quinta-feira (30), a ONG também possuía convênio com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 199,8 mil. No entanto, o órgão cancelou o acordo firmado com a ONG no dia 28 de dezembro de 2013 para prestar serviços de “promoção e prevenção de vigilância em saúde”. A parceria, no entanto, ainda consta no portal.

O convênio com valor mais elevado firmado entre a Koinonia e o governo federal foi por meio do Ministério do Esporte. O contrato de R$ 400 mil foi feito para o desenvolvimento de atividades de esporte recreativo e de lazer em 4 núcleos para atendimento de 1,6 mil crianças e adolescentes, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais. As atividades foram realizadas no município de Duque de Caxias.

Em nota encaminhada à imprensa, a Koinonia informou que grande parte da receita da entidade é obtida por meio do financiamento das entidades e organismos internacionais. Segundo a organização, em 2013, do total do orçamento da entidade, 85,96% foi composto por doações internacionais e nacionais não-governamentais.

De acordo com a Koinonia, Anivaldo Padilha, apontado como fundador da ONG, é associado da entidade e exerceu a função de Secretário de Planejamento e Cooperação, de 01 de janeiro de 2007 a 25 de setembro de 2009.

Em 2009, a organização afirma que Anivaldo Padilha entregou carta pedindo afastamento das funções de Secretário de Planejamento e Cooperação, na véspera da posse de Alexandre Padilha como ministro da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal.

Filiado ao PT e pré-candidato do partido ao governo de São Paulo, Padilha disse que mandou cancelar o convênio com a ONG ligada a seu pai. Segundo ele não há irregularidades, mas é preciso “poupar a instituição [a ONG] da exploração politica que se vai tentar fazer”. Ele também afirmou que vai “entrar em uma missão em que cada ato vai querer ter exploração politica” e que precisa não deixar dúvidas sobre a “lisura” de seus atos no ministério. “Eu tomei a decisão hoje de solicitar ao jurídico do ministério que tome todas as medidas legais possíveis para cancelar esse convênio”, disse.
2014

O repasses devem continuar em 2014. Conforme pesquisa do do Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) no último dia 31 de janeiro com dados de 30 do mesmo mês, R$ 462 mil ainda devem ser pagos para a entidade neste ano.

Os valores constam como Restos a Pagar Não-Processados Inscritos para o orçamento deste ano. O montante representa despesas que foram empenhados no ano passado, mas não foram liquidadas (tiveram serviço reconhecido) ou pagas.
 
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Franklin Martins, ressuscitado, projeta sombra de mau agouro sobre Dilma

Blog Ricardo Setti - Veja


Com Franklin Martins cada vez mais forte junto a Dilma e tocando parte de sua campanha eleitoral, pode-se imaginar a volta da tentação de um "controle social da mídia"? (Foto: O Globo)
Com Franklin Martins cada vez mais forte junto a Dilma sendo figura importante em sua campanha eleitoral, pode-se imaginar a volta da tentação de um “controle social da mídia”? (Foto: O Globo)

Amigas e amigos do blog, vejam o trechinho final da reportagem de Gabriel Castro, do site de VEJA em Brasília, sobre a queda de Helena Chagas da Secretaria de Comunicação Social da Presidência:

“A mudança (…)  confirma a crescente influência do ex-ministro Franklin Martins sobre o governo. Martins integrará a equipe de comunicação na campanha eleitoral de Dilma Rousseff.”

Franklin Martins, dono de uma empresa de comunicação que trabalha para diferentes órgãos do governo, está sendo plenamente ressuscitado pela presidente Dilma. Durante a campanha eleitora, será encarregado do trato com a imprensa e as redes sociais, enquanto o marqueteiro João Santana cuidará da propaganda eleitoral na TV e de outros aspectos da imagem da candidata-presidente.

O PT, como se sabe, quer uma campanha “agressiva”, assim com quer uma Secom “mais agressiva”, razão pela qual o atual porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, vai para o lugar de Helena Chagas. Ele é considerado “afinado” com Franklin Martins.

Pode-se imaginar, pois, o que vem por aí neste ano eleitoral.

Isso tudo quer dizer que Franklin Martins, o ex-ministro do lulalato favorável ao “controle social da mídia”, forma enviesada de referir-se a um crescente controle do GOVERNO sobre a imprensa – algo de que Helena Chagas claramente se distanciava, assim como ocorre com o ainda ministro das Comunicações, Paulo Bernardo — está voltando com tudo.

Se Dilma se reeleger, é de se presumir que o ex-ministro se fortalecerá ainda mais perante a presidente — não se pode excluir a hipótese de que volte ao Ministério, seja em que cargo for.
Dilma, por sua vez, sempre se manifestou publicamente pela plena liberdade de imprensa.
A imagem sinistra de Franklin Martins se projetando sobre a presidente, porém, não é de bom agouro para os defensores da imprensa independente.

Muita gente séria não consegue financiamento nem no BNDES nem na Caixa. Já grana para Cuba…

Sardenberg: O criador dos shoppings populares, para pequenos empreendedores da periferia e de favelas, não consegue financiamento nem no BNDES nem na Caixa. Já grana para Cuba…

Blog Ricardo Setti - Veja

Elias Tergilene: "Tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente" (Foto: Nidin Sanches / Odin)
Elias Tergilene: “Tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente” (Foto: Nidin Sanches / Odin)

Artigo publicado no jornal O Globo


O “RAPA” E O UAI
Carlos Alberto Sardenberg
Carlos Alberto Sardenberg

A cena me foi descrita por uma ouvinte da CBN, quando eu estava no ar na última terça-feira: em São Paulo, na movimentada Avenida Rebouças, num calor de rachar, dois PMs saem de uma “viatura” e confiscam os copinhos de água que um homem vendia aos sedentos motoristas parados no semáforo.

Comércio ilegal reprimido, diz a autoridade. O “rapa” , dizem os ambulantes.

A ouvinte mandou a história como ilustração, pelo avesso, da entrevista que eu fizera naquela mesma terça com o mineiro Elias Tergilene, fundador dos shoppings populares Uai – três unidades em Belo Horizonte e uma em Manaus – e que está tratando da instalação de novas unidades no Rio (Morro do Alemão) e em São Paulo.

Seu objetivo, ele conta, é abrir espaço formal para empreendedores populares.

Quem são eles? Os moradores das periferias e favelas que querem, precisam ou já tocam um negócio informal. Associado ao Sebrae e à Fundação Dom Cabral, Tergilene treina e forma essas pessoas para colocá-las na legalidade.

Mas reparem a explicação dele: “preciso ensinar essas pessoas a ganhar dinheiro para pagar a formalização, para pagar os impostos… Essas pessoas fazem riqueza para o país, não podem ser tratadas como bandidos”.

Sim, a questão não é simples. Imagine que você tem uma loja formal, paga o contador, o advogado e os impostos, e um sujeito coloca uma banquinha bem na frente para vender coisa parecida. Concorrência injusta, claro. Não pode.

Ou você vende sanduíches, tendo que pagar também a taxa da vigilância sanitária e dos bombeiros, e um cara começa a assar churrasquinhos bem ao lado. Aí, além de concorrência injusta, há um problema de saúde pública.

Tudo bem, mas por que uma pessoa vai vender copinhos de água em congestionamentos, sob um sol de 35 graus? Porque não encontra serviço que pague mais. Ou porque faz um bico depois do trabalho regular.

Ou porque tem talento, como a dona de casa que começa a vender empadinhas ou biquínis, ou abre um salão nos fundos. Ou como um funcionário de escritório que perde o emprego, recebe a indenização e resolve tentar um negócio de consertos domésticos. Ou como uma moça, boa de internet, que compra dois computadores e instala uma lan house na sala de sua casa.

Situações diferentes exigem respostas diferentes. Nem sempre é o caso de chamar o “rapa” – que aparece na forma de polícia ou fiscal, não raro cobrando pedágio.

E sempre, mas sempre mesmo, será o caso de chamar pessoas como Elias Tergilene. E sempre será o caso de tentar, pela via do setor público, os caminhos que ele toma pela via da iniciativa privada .

Tergilene sabe do que fala. Com a experiência de quem foi camelô e ambulante – começou vendendo de estrume a madeira – ele vai direto ao ponto: tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente. Hoje, por exemplo, tem fábrica de móveis e mineração, além do Uai.
Olhando as histórias, pode-se dizer: se o governo não atrapalhar, já está mais que bom. Mas, claro, será bem melhor se o governo e todo o sistema formal puderem apoiar certas iniciativas.

Os shoppings Uai dão dinheiro ao seu fundador. Os lojistas pagam apenas uma taxa de ocupação, nada sobre o faturamento. No ano passado, as quatro unidades faturaram R$ 36 milhões e todo o negócio até aqui foi tocado com capital próprio.

Tergilene diz que seus shoppings misturam atividade econômica e social. Tem o objetivo de desenvolver a economia do comércio local, gerando negócios e empregos ali mesmo onde é instalada a unidade. Gasta-se dinheiro para treinar e formar as pessoas.

Mas não consegue financiamento, nem nos programas especiais do BNDES e da Caixa. “Se for enquadrado como shopping, os juros são muito elevados; se não é shopping, é o quê?” – diz ele. Já se fosse um porto em Cuba…

Shoppings Uai, "se o governo não atrapalhar, já está mais que bom" (Foto: MaisBH)
Shoppings Uai, “se o governo não atrapalhar, já está mais que bom” (Foto: MaisBH)

Para as unidades no Rio e em São Paulo, Tergilene está tentando financiamentos públicos e privados, além de parcerias, com prefeituras e comunidades locais.

Não deveria ser um caso especial. Governo não gera riqueza. Quem gera riqueza é o setor privado, o empreendedor com seu “espírito animal”. Logo, deve ser a lógica do sistema: pessoas que tenham a iniciativa de produzir e vender coxinhas ou programas de computador, precisam ter os caminhos abertos.

Faz um ano da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria. Não foi por fatalidade que morreram 242 pessoas. Não é por fatalidade que ninguém tenha sido condenado até agora. O local apresentava várias irregularidades. Está alguma coisa muito errada quando o poder público deixa passar uma situação como essa e “rapa” os copinhos de água de um ambulante.

Após ‘vaquinha’, Delúbio, quadrilheiro do "Barba", paga multa – e ajuda Dirceu, subchefe da gangue do... "Barba"

Após ‘vaquinha’, Delúbio paga multa – e ajuda Dirceu

Petista conseguiu mais de 1 milhão de reais na campanha virtual; excedente deve ajudar a pagar as multas de José Dirceu e João Paulo Cunha

Laryssa Borges - Veja
 
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e condenado no processo do mensalão, deixa o Centro de Progressão de Pena (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, e vai para seu primeiro dia de trabalho na CUT nacional
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e condenado no processo do mensalão, deixa o Centro de Progressão de Pena (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, em seu primeiro dia de trabalho na CUT, na semana passada (Sérgio Lima/Folhapress)

Depois de conseguir arrecadar mais de 1 milhão de reais por meio de uma campanha de militantes do PT na internet, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão, depositou nesta sexta-feira 466.888,90 reais em juízo. O valor se refere à multa imposta a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como parte da condenação pelo crime de corrupção ativa.

O petista foi penalizado em oito anos e onze meses de prisão em regime fechado, mas recorre de uma parcela da sentença por meio de embargos infringentes. Atualmente, cumpre pena de seis anos e oito meses, em regime semiaberto, e trabalha na Central Única dos Trabalhadores (CUT), com salário de 4.500 reais.

Na "vaquinha" feita pela internet, Delúbio recebeu 1,013 milhão de reais – 600.000 reais foram depositados somente nesta quinta-feira.

O ex-presidente do PT José Genoino também conseguiu amealhar quase 700.000 reais para pagar sua multa por meio da "vaquinha" on-line – mais do que os 667.500 reais que devia.

O excedente da arrecadação dos dois petistas deve ser utilizado para pagar as multas impostas pelo STF ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e ao deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). Os valores das sanções aplicadas aos dois mensaleiros ainda não foram atualizados pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Dos onze condenados que já foram notificados para pagar as multas, apenas Genoino e Delúbio quitaram os débitos.

O operador do mensalão, Marcos Valério, recorreu ao Supremo para tentar desbloquear uma de suas contas bancárias e saldar a dívida. O ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) e o ex-assessor do extinto PL (atual PR) Jacinto Lamas pediram o parcelamento dos valores.

Petrobras vale na bolsa apenas 53,9% do seu patrimônio e retoma níveis de 1999

 

 
 

 

 

“Um partido como o PT não pode ter medo de protestos”, diz Paulo Bernardo

Marcelo de Moraes - O Estado de São Paulo

 
A perspectiva da repetição em 2014 dos protestos de junho do ano passado não impressiona o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Embora as manifestações tenham, na ocasião, causado queda expressiva na popularidade da presidente Dilma Rousseff e abalado também a imagem dos governadores, o ministro acha que o PT não pode temer o enfrentamento dessas manifestações durante a campanha eleitoral.
 
“Um partido como o PT não pode ter medo de protestos”, afirma, de maneira muito franca, Paulo Bernardo.
 
“Muitos dos nossos integrantes são especialistas nesse assunto desde criancinhas”, diz, lembrando a origem da formação do partido, baseada, por exemplo, nos movimentos sindicais.
 
“Somos filhos dos protestos contra a carestia, das greves dos operários e bancários. O dia em que tivermos medo de protestos não seremos mais o PT”, reforça.
 

‘Bolha dos emergentes’ parece estar estourando, afirma Paul Krugman, Nobel de Economia

Paul Krugman diz que situação na Turquia não parece tão ruim, mas há risco de contágio para outros países emergentes, inclusive o Brasil

Altamiro Silva Júnior, correspondente da Agência Estado
 
NOVA YORK - "Estamos vendo o que parece ser o estouro de uma bolha dos países emergentes. E uma crise nestes mercados pode, de forma plausível, transformar o risco de deflação na zona do euro em realidade", avalia o prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, em sua coluna nesta sexta-feira no jornal New York Times, destacando que a Europa pode passar por situação semelhante a do Japão, que viu sua economia estagnada por anos.
Krugman não está muito otimista com o desenrolar da recente turbulência nos países emergentes. Para ele, o problema não é da Turquia, uma economia menor que a área de Los Angeles, ou Índia, Hungria, África do Sul e qualquer outros mercado emergente que pode se tornar a bola da vez. "O verdadeiro problema é que as nações mais ricas, sobretudo Estados Unidos e a zona do euro, fracassaram em lidar com suas próprias fraquezas", afirma o economista no artigo.
O economista diz que as crises financeiras têm ficado mais próximas umas das outras e com resultados mais severos, em termos de impactos na economia real. Por um longo período após a Segunda Guerra o mundo ficou livre de crises financeiras, provavelmente, avalia Krugman, porque muitos governos restringiram movimentos de capital entre países. Em anos recentes, a situação piorou, com uma crise atrás da outra, na América Latina, Estados Unidos, Ásia e Europa. "Se a forma da crise parece a mesma, os efeitos estão ficando piores."

Para o economista, o respingo direto no mundo da crise na Turquia não será grande, mas o problema é que se volta a ouvir com frequência a palavra "contágio" e o temor de que os problemas turcos contagiem todos os emergentes. No geral, a situação financeira da Turquia "não parece tão ruim", escreve Krugman, mas o país "parece estar em sérios problemas" e a China parece um pouco abalada também. A dívida do governo turco é baixa, mas o setor privado tomou muitos empréstimos no exterior.

"O que torna estes problemas assustadores são as fraquezas das economias ocidentais, uma fraqueza que se torna muito pior por conta de políticas muito, mas muito, ruins", escreve o economista na conclusão de seu artigo.