quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Mais de 70% dos brasileiros querem facções tratadas como terrorismo

 Pesquisa revela apoio à proposta e mostra rejeição à fala de Lula sobre usuários serem ‘responsáveis pelos traficantes’


A proposta tem apoio de 72,8% dos entrevistados | Foto: Reprodução/Agência Brasil

Sete de cada dez brasileiros apoiam a ideia de classificar facções criminosas como grupos terroristas. É o que mostra uma pesquisa nacional feita pelo Instituto de Planejamento Estratégico (Ibespe), de 3 a 10 de novembro. A proposta tem apoio de 72,8% dos entrevistados. 

Outros 18,8% são contra. Já 8,4% não souberam responder. O levantamento entrevistou 1.010 pessoas por telefone. A margem de erro é de 3,1 pontos porcentuais, com grau de confiança de 95%. 

O apoio à medida é maior entre moradores do Centro-Oeste (80,6%) e do Sul (75,4%). O índice mais baixo está na Região Norte, onde 64,8% concordam com a equiparação. A ideia de tratar facções como terrorismo também recebeu maior apoio entre homens (78,7%) do que entre mulheres (67,5%). A faixa etária de 35 a 44 anos apresentou o maior índice (76,8%). 

Entre os evangélicos, 79,6% concordam com a proposta. Além disso, o recorte eleitoral também mostrou forte contraste. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 85,9% apoiam a medida. Entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva, o índice cai para 59,6%.

A pesquisa também avaliou a repercussão da declaração feita por Lula, no fim de outubro, durante visita a Jacarta, na Indonésia. Na ocasião, o petista sugeriu que usuários de drogas são “responsáveis pelos traficantes”.

Para 43,6% dos entrevistados, Lula se confundiu. Já 38,3% acreditam que o presidente pensa exatamente o que disse. A frase gerou críticas no Brasil e levantou debates sobre responsabilidade criminal e política antidrogas. 

Projeto enfrenta resistência no Congresso 

A proposta de endurecer a legislação está em debate na Câmara. O deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário licenciado de Segurança de São Paulo, assumiu a relatoria do Projeto de Lei Antifacção, enviado pelo próprio governo federal.  

Inicialmente, Derrite sugeriu modificar a Lei Antiterrorismo para incluir facções criminosas entre os alvos da norma. A ideia era aplicar a elas as mesmas penas previstas para terrorismo. 

Nesta terça-feira, 11, o deputado recuou. A versão final do relatório excluiu qualquer menção à Lei Antiterrorismo. 


Revista Oeste