Alessandra é apontada como a pessoa que negociou a visita de Lula à favela, em 26 de junho, com a secretaria-geral da Presidência
A Polícia Civil e a Polícia Militar, em parceria com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), realizaram nesta segunda-feira (8) uma operação contra o tráfico de drogas na Favela do Moinho, no centro da capital paulista, que prendeu Alessandra Moja Cunha, acusada de tráfico de drogas e também de extorquir os moradores favelados. Ela é irmã de Leonardo Moja, o “Léo do Moinho”, apontado como o principal líder do PCC na região central da capital paulistanma.
A ação, batizada de Sharpe, cumpriu dez mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.
Além da traficante, foram detidos José Carlos Silva, que havia assumido a liderança do tráfico na comunidade, e Jorge de Santana, dono de um bar usado para armazenar drogas e armas.
Momento em que a traficante Alessandra Moja Cunha era conduzida presa“A operação teve como resultado a quase total eliminação das cenas abertas de uso de drogas na região, já que o tráfico de drogas era, segundo o levantamento feito por um ano, apenas uma das vertentes dos crimes cometidos em um ambiente transformado em um verdadeiro ‘ecossistema para o cometimento de ilícitos’, cujas ordens centrais partiam do Primeiro Comando da Capital – PCC no interior da comunidade conhecida como Favela do Moinho”, afirmou o MPSP.
Na operação anterior, segundo o Ministério Público, não houve detenção de dependentes químicos, mas sim de lideranças criminosas e agentes públicos ligados a milícias. Também foram fechados bares, hotéis, lojas e empresas de fachada usados pelo grupo.
As investigações apontam que Leo do Moinho continua atuando de dentro da prisão. Ele é acusado de intimidar funcionários do CDHU e manipular moradores da comunidade, dificultando negociações de indenizações habitacionais.
Em julho, o site Metrópoles revelou que o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, esteve na sede da ONG Associação da Comunidade do Moinho, liderada por Alessandra, para organizar a visita do presidente Lula e da primeira-dama Janja ao local. Documentos indicam que o espaço era usado pelo PCC para guardar drogas.
Juan Araujo - Diário do Poder