quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Sob o 'cartel Lula-STF', Real lidera com folga ranking de desvalorização de moedas em 2024

 Entre as 20 moedas mais comercializadas do mundo, a brasileira teve maior perda de valor frente ao dólar


Real sofreu desvalorização de ao menos 21% neste ano | Foto: Reprodução/Flickr

O real, em 2024, lidera o ranking das moedas que mais sofreram desvalorização frente ao dólar. Até agora, a moeda brasileira perdeu 21% do seu valor frente ao dólar e está no topo de uma lista de 20 moedas. Em 1º de janeiro deste ano, um dólar valia R$ 4,85. Ontem, a moeda norte-americana abriu a R$ 6,12 e chegou a ser cotada a R$ 6,27 ao longo do dia. 

A segunda maior desvalorização foi de 16%, do peso mexicano e da lira turca. Em seguida, aparecem o rublo russo (15%) e o won sulcoreano (10%). A desvalorização das demais moedas da lista ficou abaixo de 10%.

Entre as 20 moedas mais negociadas no mundo, apenas três delas não se desvalorizaram diante da moeda norte-americana: o dólar de Hong Kong (que se valorizou 0,6%), o rand sul-africano (que se valorizou 1%) e a libra esterlina britânica (que chega nas últimas semanas do ano com cotação praticamente igual). 

Os dados são da última quarta-feira, 18. Inflação alta contribui para desvalorização do real Entre os motivos para a desvalorização, está a alta da inflação no Brasil, que deve fechar o ano acima do teto da meta de 4,5%. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial da inflação, a alta de preços acumulada em 12 meses até novembro atingiu 4,87%. 

Diversos fatores contribuem para essa situação, incluindo o aquecimento da economia, o baixo índice de desemprego e incertezas sobre a trajetória da dívida pública e sobre a eficácia do pacote fiscal recentemente anunciado pelo governo. Há uma desconfiança dos investidores sobre os rumos da economia no Brasil.

 Essa pressão inflacionária tem resultado em aumentos na taxa de juros no Brasil, em contraste com os Estados Unidos, onde os juros estão sendo reduzidos. 

Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. O comunicado do Copom destacou a preocupação com o aumento da inflação: “A inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes”.

No domingo 15, o presidente Lula defendeu seu pacote fiscal e afirmou que “ninguém neste país, no mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu”, apesar de ter elevado gastos nos últimos dois anos e aumentado o rombo nas contas públicas. Além disso, ele e aliados da esquerda são contumazes críticos da taxa de juros, que tem sido elevada justamente para tentar conter a inflação. 

“A única coisa errada neste país é a taxa de juros estar acima de 12%”, disse Lula, no domingo.

No cenário internacional, observa-se a valorização do dólar e a desvalorização de outras moedas. A elevação dos juros nos Estados Unidos, como forma de controlar a inflação, tem atraído investidores para o mercado norte-americano, devido à promessa de bons retornos em títulos do governo dos EUA, considerados de baixo risco. 





Revista Oeste