segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Empresa brasileira perde investimentos por causa de negócio que arriscaria a segurança nacional

 

Helicópteros da Helibras, como o H145M, foram desprezados pelo governo de Lula. (Foto: Helibras)


O desprezo do presidente Lula (PT) pela empresa brasileira Helibras foi evidenciado pela notícia de que o governo petista fecha negócio com empresa americana para investir R$ 5,2 bilhões na compra de 12 helicópteros Black Hawk, enquanto as aeronaves poderiam ser fabricadas no Brasil. Mas nada explicou ainda o motivo de o negócio de risco para a segurança nacional avançar, mesmo tendo como eventual consequência a perda de investimentos de R$ 300 milhões da controladora da empresa, a Airbus Helicopters, na cidade mineira de Itajubá, onde poderiam ser fabricadas as aeronaves.

O tema estampou a capa última edição do Itajubá Notícias, que questiona a razão de o negócio repetir com a Helibras o mesmo desprezo com que está sendo tratada a brasileira Embraer, na iniciativa de Lula comprar um novo avião presidencial no mercado internacional a preços estratosféricos. Enquanto a fabricante brasileira bem poderia vender seus jatos executivos adquiridos por grandes empresários do Brasil e do mundo, também para viagens transoceânicas.

“[O Governo Federal, opta por desprezá-la, completamente, apesar de a Helibras haver provado ao mundo, desde
sua criação em 1978, ser capaz de produzir aeronaves de asas rotativas – helicópteros, para os íntimos – de altíssima qualidade, tanto para uso civil, como militar. Qual a razão para tamanho desprezo por uma empresa nacional, afinal de contas?”, questiona o editorial do jornal mineiro.

Imprensa de Itajubá questiona compra de helicópteros americanos por Lula.

Para outro órgão de imprensa, a revista Sociedade Militar, a compra dos helicópteros americanos poderia ser barrada por ilegalidade, porque a legislação brasileira impõe transferência de tecnologia para aquisição de aeronaves ou qualquer produto estrangeiro pela União. E tal negócio pode violar a segurança nacional, se ficar estabelecida a dependência de outro país para manutenção das aeronaves.

“A falta de contrapartidas tecnológicas, geralmente exigidas em compras de defesa, conforme a Lei 12.598/2012, coloca em pauta a independência nacional e a política de defesa, além das implicações estratégicas dessa aquisição”, diz um trecho da matéria da jornalista Eliza Bassani.

Também citando reportagem da Veja, o jornal mineiro ressoa a denúncia do jornalista mineiro especializado em Defesa, Roberto Caiafa, que avalia que o modelo de helicóptero que pode atender o Exército Brasileiro com maior retorno para a sociedade brasileira e sua economia, é o helicóptero médio biturbina H-145M na versão de cinco pás, que seria produzido sob licença em Itajubá, na Helibras.

“A versatilidade desse helicóptero, mais a existência de uma sólida capacidade logística da Helibras no Brasil, incluindo a montagem e manutenção dos motores do modelo pelo Grupo Safran, representa uma possibilidade de negócio que pode ser ainda maior, já que a Aviação de Segurança Pública nos Estados da Federação, Unidades Aeromédico e SAR no país estão equipadas, majoritariamente, com antigas versões do Esquilo/Fennecmonoturbina, e poderiam se reequipar com os novos H-145M fabricados em Minas Gerais”, concluiu Caiafa, ao denunciar o negócio suspeito e desvantajoso.

Diário do Poder