quarta-feira, 17 de maio de 2023

Mourão pede ‘interdição imediata’ do Congresso contra a cassação de Dallagnol

 O ex-vice-presidente da República e atual senador pelo Rio Grande do Sul reclama de decisão da Justiça Eleitoral


Foto: Agência Brasil


O ex-vice-presidente da República e atual senador pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão, defendeu a ideia de que o Congresso Nacional trabalhe para reverter a cassação de deputado federal de Deltan Dallagnol (Podemos-PR). “Interdição imediata” foram as palavras proferidas por Mourão no plenário do Senado nesta quarta-feira, 17.

O pedido do senador foi direcionado ao presidente do Senado — e consequentemente do Congresso —, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na visão de Mourão, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Dallagnol foi “ilegítima”.

“O momento nacional não permite silêncios, nem arroubos irresponsáveis e incendiários”, disse Mourão. “A situação demanda posicionamentos firmes e claros, que transcendam as partes para convergir no bem comum de uma democracia saudável e madura como é a brasileira, mas passa por uma crise que não pode ser escondida ou ignorada”, prosseguiu o senador.

No plenário do Senado, Mourão reclamou do que definiu como “omissão dos políticos” contra decisões judiciais que, segundo enfatizou, ferem a Constituição. Além disso, ele acusou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de propagar “desejo de vingança”.

Por fim, Mourão afirmou que vai aguardar pela decisão de Pacheco sobre o Congresso agir contra a condenação de Dallagnol.

A condenação contestada por Mourão

Deltan Dallagnol - TSE
Deltan Dallagnol: mandato cassado pelo TSE | Foto: Reprodução/Agência Brasil

Ex-procurador da República e ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol foi eleito deputado federal pelo Podemos do Paraná em 2022 — inclusive, com mais de 300 mil votos, foi o mais bem votado para o cargo no Estado. Ele exerceu o cargo parlamentar até o início desta semana, mas teve o mandato cassado pelo TSE. Em julgamento que terminou por unanimidade, a Corte entendeu que ele tentou “burlar” a Lei da Ficha Limpa ao deixar o Ministério Público sob, segundo o tribunal, risco de ser condenado em processo administrativo.


Anderson Scardoelli, Revista Oeste