Ex-deputado foi recebido por centenas de curitibanos no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR)
Curitibanos manifestaram apoio a Dallagnol nesta sexta-feira, 19 | Foto: Reprodução/Twitter
Na manhã desta sexta-feira, 19, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) foi recepcionado por centenas de pessoas no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR), próximo a Curitiba. Os cidadãos empunhavam cartazes e bandeiras com mensagens favoráveis ao ex-coordenador da Lava Jato no Estado.
“Não existe dor que não seja curada com esse abraço apertado da esposa, dos filhos e de minha mãe”, afirmou Dallagnol, nas redes sociais. “Obrigado, Senhor, por essa benção. Agradeço também ao povo do Paraná que veio até aqui demonstrar carinho e solidariedade. Não vamos desistir de lutar pelos 345 mil votos de vocês.”
A cassação de Dallagnol
Na terça-feira 16, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar o mandato de Dallagnol. Realizado na noite de terça-feira 16, o julgamento teve como relator o ministro Benedito Gonçalves.
A Justiça Eleitoral decidiu que os votos de Dallagnol devem ser distribuídos entre os demais candidatos a deputado federal pelo Podemos do Paraná. Nas eleições de 2022, o ex-procurador da República e ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba foi o mais bem votado na disputa pelo cargo no Estado do Sul. Ele recebeu quase 345 mil votos — o equivalente a 5,6%.
“À margem da ordem jurídica”
O ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou que a decisão do TSE de cassar o mandato de Dallagnol foi tomada “à margem da ordem jurídica”. Ele disse que ficou perplexo quando ficou sabendo que o ex-procurador da República não respondia a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), como exige a Lei da Inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990).
“Fiquei perplexo, porque soube vendo o noticiário que sequer PAD havia”, disse à Folha de S.Paulo. “Foi uma interpretação à margem da ordem jurídica”, acrescentou Marco Aurélio. Para o ex-ministro, “enterraram a Lava Jato e agora estão querendo enterrar os que protagonizaram” a operação.
Revista Oeste