quarta-feira, 24 de agosto de 2022

IPCA-15: prévia tem deflação de 0,73% e menor patamar em 30 anos

 Índice ao consumidor é negativo pelo segundo mês seguido e cai ao menor nível desde o início da medição, em 1991

IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação no país
IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação no país | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou em agosto deflação de 0,73%, abaixo da taxa registrada em julho (-0,13%). O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o IPCA-15, indicador considerado uma prévia da inflação, foi impactado no mês principalmente pela recente redução de preços nos setores de combustíveis e energia elétrica.

Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em novembro de 1991. Apesar da queda recorde, os preços nos setores de alimentação e bebidas e saúde e cuidados pessoais continuaram subindo.

No ano, o indicador acumula alta de 5,02% e, nos últimos 12 meses, de 9,6% — abaixo dos 11,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2021, a taxa havia sido de 0,89%.

Calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos, o IPCA-15 colhe dados de nove regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está na abrangência geográfica e no período de coleta, geralmente do dia 16 do mês anterior ao 15º dia do mês de referência.

Variação histórica do IPCA-15 | Dados: IBGE

Queda da gasolina impacta ajuda em deflação

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE para o cálculo da prévia da inflação, seis tiveram variação positiva. A queda da gasolina (-16,8%) influenciou o resultado no segmento de transportes, que teve a maior variação negativa (-5,24%).

Já a maior variação positiva veio de alimentação e bebidas (1,12%), influenciada principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (14,21%).

A queda nos preços dos combustíveis (-15,33%) foi causada não só pela gasolina, mas também pelo etanol (-10,78%), pelo gás veicular (-5,40%) e pelo óleo diesel (-0,56%).

Dentro do grupo transportes, outro item com variação negativa foi o das passagens aéreas (-12,22%), depois de alta em quatro meses consecutivos.

No lado das altas, os veículos próprios (0,83%) continuaram subindo: motocicleta (0,61%), automóvel novo (0,30%) e automóvel usado (0,17%).

Veja a inflação de agosto para cada grupo pesquisado:

Alimentação e bebidas: 1,12%

Habitação: -0,37%

Artigos de residência: 0,08%

Vestuário: 0,76%

Transportes: -5,24%

Saúde e cuidados pessoais: 0,81%

Despesas pessoais: 0,81%

Educação: 0,61%

Comunicação: -0,3%

Revista Oeste