Após analisar diferentes estudos e pesquisas sobre a eficácia da máscara na redução da transmissão do Covid-19 em bancos de dados do PubMed, Embase, Scopus e CENTRAL, o Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC) concluiu que faltam evidências científicas para comprovar a eficácia das máscaras na prevenção ao Covid-19.
O relatório publicado no último dia 15 analisou os dados disponíveis em 10 de novembro de 2020 e 11 de dezembro de 2020. A equipe do ECDC também manteve o acesso aos bancos de dados do dia 11 de dezembro de 2020 até 18 de janeiro de 2021 para monitorar quaisquer novidades sobre o tema surgida nesse período.
Foram buscadas evidências sobre a máscara facial médica, a máscara facial não médica ou comunitária, o respirador, também conhecido como máscara facial de filtragem (a máscara N95, por exemplo) e o escudo facial ou viseira.
Segundo o relatório, a máscara facial médica fornece “um efeito protetor de pequeno a moderado contra COVID-19, tanto na proteção pessoal quanto na proteção a terceiros”. Para o ECDC, a maioria dos estudos mostram-se favoráveis aos efeitos protetivos das máscaras médicas, mas esses efeitos não foram comprovados estatisticamente em vários estudos. Por isso, “os resultados devem ser interpretados com cautela”.
Em relação à máscara facial comunitária (usada no dia-a-dia), o ECDC diz não ter identificado nenhum estudo de intervenção ou observação comparando a eficácia das máscaras faciais médicas com as não médicas. “As evidências sobre a eficácia das máscaras faciais não médicas para a prevenção do Covid-19 são escassas” concluiu o relatório.
O ECDC diz que alguns estudos mostraram que as máscaras não médicas podem diminuir a liberação de gotículas respiratórias no ambiente, mas que as evidências são conflitantes. “Estudos experimentais com máscaras faciais não médicas conduzidos em laboratório mostram resultados inconsistentes com grande variação em sua eficácia”.
Respiradores como a máscara N95 apresentaram uma filtragem maior do que as máscaras médicas, mas as “evidências sobre a eficácia dos respiradores em ambientes comunitários permanecem muito limitadas”, informou o relatório. Segundo o ECDC os estudos que compararam a eficácia dos respiradores com máscaras médicas apresentaram resultados conflitantes. “Alguns a favor e outros contra”.
Quanto às viseiras, o relatório diz que “faltam evidências científicas sobre a eficácia de protetores, visores e máscaras faciais transparentes na prevenção ao Covid-19”. O ECDC relata que um estudo de simulação mostrou que as viseiras até reduzem a exposição de curto prazo a grandes gotículas respiratórias, mas não apresenta a mesma eficácia para gotículas menores.
O relatório também destaca alguns efeitos adversos decorrentes do uso da máscara que vão desde um leve incômodo facial à obstrução da respiração e dores de cabeça. “Vários estudos descobriram que não há efeitos fisiológicos substanciais no uso de máscara facial, mesmo durante exercícios vigorosos. Por outro lado, existem muitos relatos de reações cutâneas adversas, como lesões e coceiras devido ao uso prolongado de máscaras faciais”.
Apesar de admitir a ineficácia das máscaras, o ECDC recomenda sua utilização em espaços públicos confinados como lojas, supermercados e transporte público. Também indica o uso para pessoas vulneráveis à forma grave do Covid-19 como idosos e pessoas com doenças subjacentes.
No entanto, outros estudos pedem cautela no uso de máscaras e apontam diversos tipos de riscos. Como o publicado no Annals of the American Thoracic Society que mostrou que as pessoas estão mais propensas a sofrer falta de ar e mal estar quando praticam exercícios com máscara. Além de relatos e alertas de médicos para o risco de se usar máscara durante exercícios físicos.
Mais recentemente, o EN trouxe matéria sobre os 9 riscos do uso de máscaras baseada em opiniões de especialistas e um estudo que apontou uma série de problemas físicos, psicológicos e comportamentais em crianças obrigadas a usar máscara no ambiente escolar.
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