quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Senado dos EUA aprova lei que proíbe servidores de usar TikTok em celulares do governo

WASHINGTON | REUTERS

O Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (6) um projeto de lei do republicano Josh Hawley que proíbe funcionários federais de usar o aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok em dispositivos cedidos pelo governo, em meio a ameaças da Casa Branca de vetar a empresa de atuar no país.

O aplicativo foi criticado por parlamentares e pelo governo Trump, que alegam questões de segurança nacional devido ao fato de ele ser controlado pela companhia chinesa ByteDance —uma lei de 2017 obriga as empresas da China a cooperar com o trabalho de inteligência nacional de Pequim.

A empresa tem até 15 de setembro para vender suas operações nos EUA à Microsoft ou ser banida do país.

"Estou encorajado pelo apoio bipartidário que tivemos para responsabilizar o Partido Comunista Chinês e isso inclui [...] responsabilizar as empresas que apenas aceitam as exigências da China", disse Hawley em comunicado. "Não vamos parar por aqui."

No mês passado, a Câmara dos Representantes aprovou um projeto do deputado Ken Buck, também do Partido Republicano, com o mesmo teor.

Uma porta-voz do TikTok disse que a prioridade da empresa nos EUA é promover uma experiência segura que proteja a privacidade dos usuários.

Na quarta-feira (5), a companhia anunciou que estava trabalhando com especialistas do Departamento de Segurança Nacional americano para "proteger [a rede social] contra influência estrangeira" e promover checagem de publicações que potencialmente contenham desinformação sobre as eleições presidenciais de novembro.

A empresa tem ganhado um papel cada vez maior como uma plataforma para ativismo e discurso político. Um grupo de usuários afirmou recentemente que ajudou a inflar as estimativas de público do comício do presidente Donald Trump de junho em Tulsa, no estado do Oklahoma, que acabou esvaziado.

Segundo o TikTok, em 2018, cerca de 60% de seus 26,5 milhões de usuários ativos mensais estavam nos EUA, a maioria deles com idades entre 16 e 24 anos.