quinta-feira, 23 de julho de 2020

Iabas é alvo de operação da polícia

Agentes cumprem cinco mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão; organização social teria desviado R$ 6,5 milhões da saúde
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Sede do Iabas, no Rio de Janeiro | Foto: DIVULGAÇÃO/IABAS
O Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do RJ deflagram, na manhã desta quinta-feira, 23, uma operação para prender cinco pessoas por supostos desvios de R$ 6,5 milhões. As irregularidades são referentes a contratos firmados entre a Organização Social Iabas e a prefeitura fluminense.
Em suma, os policiais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão (14 no RJ e 2 em SP) em endereços residenciais e comerciais. A operação de hoje é mais um capítulo do Covidão, prática que se resume ao desvio de verbas públicas destinadas à luta contra o coronavírus.
Conforme a Justiça, entre os procurados estão Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas, e a esposa dele, Simone. O casal já havia sido preso em 2018. A sede da organização social, na capital paulista, também é alvo de busca e apreensão dos agentes, de acordo com informações do portal G1.
Segundo a força-tarefa, a gestão passada do Iabas recebeu, entre os anos de 2009 e início de 2019 (portanto, em 10 anos) — nos governos de Eduardo Paes e Marcelo Crivella —, R$ 4,3 bilhões em recursos públicos, dos quais os R$ 6,5 milhões teriam sido desviados.
Já na cidade de São Paulo, o Iabas administra 561 leitos no Hospital de Campanha do Anhembi. A unidade deve ser desativada no dia 1.º de agosto. O instituto também possui outros contratos ativos com o prefeito Bruno Covas para administração de outras unidades de saúde.
A instituição também está sendo investigada por supostas fraudes na instalação e administração de hospitais de campanha. Em síntese, a empresa foi contratada pelo governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), para o enfrentamento à covid-19.

Saiba mais

De acordo com os investigadores, o esquema envolvia superfaturamento e contratações de fornecedores laranjas pelo Iabas. Essas pessoas estariam sob as ordens do próprio Eduardo Cruz, que, até então, administrava a empresa. Dessa forma, o dinheiro era sacado na boca do caixa.

Leia também: “O ataque do Covidão”, reportagem publicada na edição n° 7 de Oeste

, Revista Oeste