domingo, 20 de novembro de 2016

Os autoanistiadores – Políticos e jornalistas tentam varrer suas culpas para baixo do tapete

Com Blog do Felipe Moura Brasil



BRASIL
– Pânico é tanto após prisões de Garotinho e Cabral que políticos correm para aprovar a anistia de si próprios por caixa 2, corrupção e lavagem de dinheiro.
– Vem Pra Rua convocou o povo brasileiro para ato neste domingo, 20, em apoio a Lava Jato e 10 medidas contra corrupção. Vem pra rua contra a impunidade.
(* Locais e horários: AQUI.)
– O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), relator do projeto de lei que investigados da Lava Jato querem transformar em 10 medidas a favor da corrupção, incluindo anistias, estará no programa Roda Viva da TV Cultura na segunda-feira. Assistam.
– Zé de Abreu, antes de cuspir em casal: “Eu nunca fiz Lei Rouanet, ô babaca!” Agora terá de devolver 300.000 reais captados via Lei Rouanet. Ah, os petistas…
– Lula tem tanto amor por Sérgio Moro que quer levá-lo preso junto com ele. Calma, Lula. Cabral lhe faz companhia.
– Intenso tiroteio no Complexo do Alemão nesta sexta me lembra meu vídeo sobre bonde da farsa de Lula, Cabral, Pezão, Dilma e Paes:
– Tiroteio entre traficantes e milicianos interditou Linha Amarela na altura da Cidade de Deus neste sábado. É o legado de Cabral e Beltrame.
– A ex-advogada de campanha de Dilma e ministra do TSE Luciana Lóssio mandou Garotinho de volta ao hospital, alegando inapropriada interrupção do tratamento clínico. Ele ameaçou entregar alguém do PT?
– Garotinho ofereceu R$ 5 milhões de propina, por meio de terceiros, para evitar prisão, denuncia juiz. Mas Luciana Lóssio o liberou por dó…
– Em áudio, Garotinho diz temer Isaías do Borel no presídio de Bangu porque o entregou; e que delataria a Janot “o resto da quadrilha”. De Isaías ou Cabral?
– Nunca vi bandido pobre sendo liberado da cadeia por “saúde frágil”, mas político rico consegue cada coisa neste país que vou te contar, Luciana.
– Deputado Roberto Freire (PPS) assume Ministério da Cultura após pedido de demissão de Marcelo Calero. Mas Cultura não se faz com ministério.
– Calero acusa Geddel de pressioná-lo para liberar as obras de um empreendimento de seu interesse em Salvador. É a cultura do lobby.
– STF abre o 12º inquérito contra Renan Calheiros. Já pode pedir 4 músicas ao Fantástico (e mais um favorzinho a Ricardo Lewandowski).
– Pedido de Janot era para investigar movimentação de R$ 5,7 milhões por Renan. Foi feito em fevereiro. Só agora STF abriu inquérito. É podre.
– Lewandowski fica bravinho quando Gilmar lembra golpe dele no Senado para salvar Dilma. Ele quer que país esqueça, mas jamais esqueceremos.
– Invasão do Congresso por alegados intervencionistas deixou claro: na imprensa brasileira, “manifestantes” ou “estudantes” (de extrema esquerda) “ocupam”, enquanto “extrema direita invade” mesmo.
– Uma diferença entre direita e esquerda é que direita majoritariamente despreza extremistas dos dois lados e esquerda só do lado adversário.
(* Relembre aqui no blog: “Direita x Esquerda – Entenda de uma vez“).
EUA/BRASIL
– Globonews: “Notícias falsas, publicadas em redes sociais, influenciaram a eleição do novo presidente dos Estados Unidos”… no mundo paralelo da TV.
– É típico e hilário: imprensa espalhou mentiras contra Trump e agora atribui sua eleição a notícias falsas das redes sociais contra Hillary.
– Nem vexame da imprensa com vitória de Trump fez jornalistas brasileiros pararem de repetir como notícia os ataques cínicos da esquerda dos EUA.
– Obama investiu na falsa narrativa sobre “notícias falsas” nas redes sociais como “ameaça à democracia”. A melhor defesa de seus RPs é o ataque.
– O mundo paralelo inverte a realidade. Redes sociais desmascararam mentiras da imprensa, que agora, desprestigiada, acusa-as daquilo que ela própria fez.
– Objetivo da esquerda é equiparar e diluir sites conservadores entre sites de notícias escancaradamente falsas e cômicas (os Joselitos americanos) para cercear a refutação da mentira oficial, quiçá com a ajudinha de Mark Zuckerberg. Podre.
– Lista negra de sites de “notícias falsas” evidencia a trapaça e, obviamente, foi elaborada por uma militante esquerdista ligada ao Partido democrata, como mostrou em vídeo (em inglês) Paul Joseph Watson.
– Washington Post segue mentindo até hoje sobre Trump ter zombado de deficiência de repórter. E mídia ainda culpa redes sociais por “notícias falsas”…
– Internauta: “Mas ele não fez isso? Link com o vídeo é falso?” Respondo: Eis a verdadeira história que a imprensa anti-Trump, avessa à verdade, não te contou:
– A brilhante Kellyanne Conway, marqueteira de Trump, educa jornalistas: “Parem de se ouvir (só) uns aos outros e comecem a ouvir as pessoas.”


Conway: "Not since we heard... we had no path to victory have I heard something so inaccurate that the transition is not going smoothly."
– Maiorias silenciosas venceram no Reino Unido (Brexit), Colômbia (contra acordo com Farc), Rio (Crivella) e EUA (Trump), mas mídia não as ouve, nem quer ouvi-las.
– Maiorias silenciosas, na verdade, reagiram à elite midiática e política de esquerda que pratica bullying contra elas por meio de esnobe demonização e intimidação contra opiniões politicamente incorretas.
– Este eleitor negro de Trump, Dionne Alexander, resume perfeitamente a questão, lamentando ainda o chororô e os atos de vandalismo da esquerda após o resultado:
– Se você é estudante de jornalismo, lembre-se: ao cobrir qualquer país, primeiro acompanhe debate público inteiro, não só a mídia mainstream.
– Caso contrário, você vai acabar como a mídia mainstream brasileira, que só traduz e amplifica as mentiras da americana, mesmo após o vexame.
– “Radical”, “ultradireita”, “ultraconservador”: eis os rótulos patéticos dos jornalistas sobre membros da equipe de Trump. Eles não aprendem.
– A ponta seca do compasso da mídia está entre a extrema esquerda e a esquerda, de modo que a centro-esquerda já é direita, e a direita, é sempre extrema.
– Clóvis Rossi, na Folha: “A mídia não tem culpa”. É comovente o esforço de contenção de danos dos porta-vozes da mídia, que a isentam de culpa pela torcida (e distorcida) em forma de notícia na cobertura da eleição americana.
– Alegação: “a mídia não pode ser culpada por não endossar a agenda de Trump”. Realidade: a mídia não devia ter distorcido os fatos por isso, como fez o próprio Clóvis Rossi em julho. Comentei na ocasião:
Clovis Rossi tuites
(* Relembre aqui no blog: “A demonização de Trump na imprensa brasileira“, incluindo dados sobre crimes de imigrantes ilegais.)
– Mesmo após eleição, na verdade, mídia continua sem distinguir imigração ilegal e legal, sobretudo em manchetes, chegando ao cúmulo de tratar imigrantes ilegais criminosos como meros “imigrantes” para demonizar Trump:
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– Trump nunca zombou de deficiência de repórter. Trump disse haver boa gente entre mexicanos que entram nos EUA. Eu mostrei. Mídia distorceu.
– Mídia também explorou tumultos em atos de Trump como prova da truculência de seus eleitores. Quando vídeos do Project Veritas mostraram operadores do Partido Democrata confessando que pagaram militantes para causar os tumultos, este blog mostrou e a mídia escondeu.
– Porta-voz Clóvis Rossi ainda diz ser falso que mídia não levou Trump a sério. Quantos prints e vídeos ele quer? Serei generosamente econômico:
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– Porta-voz admite erro da mídia de confiar em pesquisas e depois usa pesquisa para apontar acerto já que povo não confiaria em Trump. Cômico.
– Esquizofrenia argumentativa: 1) dizer que mídia não tem culpa no título, mesmo admitindo um erro gravíssimo no texto; 2) repetir o erro no texto.
– Se é para citar pesquisa, por que os porta-vozes da mídia não divulgam o levantamento pós-eleição do Mídia Research Center? Eis alguns dados:
* 7 em cada 10 eleitores não acredita que a cobertura da mídia seja honesta e confiável;
* 8 em cada 10 eleitores acredita que a cobertura da mídia foi tendenciosa, com uma maioria de aproximadamente 3 contra 1 acreditando que a mídia foi pró-Clinton (59%) x pró-Trump (21%);
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* Mesmo 1/3 (32%) dos eleitores de Hillary acreditam que a mídia foi pró-Clinton;
* 8% dos eleitores de Trump disseram que votariam em Hillary se acreditassem no que a mídia dizia sobre Trump;
* 97% dos eleitores disseram que não deixaram o preconceito da mídia influenciar seu voto.
– Clóvis Rossi ainda ignora ou omite que (1) os e-mails do marqueteiro de Hillary vazados pelo Wikileaks mostraram a relação promíscua da imprensa com a campanha e (2) que o New York Times rebaixou abertamente os padrões jornalísticos na tentativa de evitar vitória de Trump.
– Kellyanne Conway lembrou o episódio do Times em entrevista ao Wall Street Journal. Michael Goodwin resumiu bem o caso em artigo no New York Post sobre a própria autocrítica pós-eleitoral do Times, naturalmente parcial e cínica. Traduzo um trecho abaixo:
“(…) Mas o jornalismo ruim ou desleixado não explica completamente os pecados do New York Times. Não depois que anunciou que estava quebrando seus parâmetros de cobertura porque Trump não merecia a equidade.
Como o colunista Jim Rutenberg colocou em agosto, a maioria dos repórteres do Times viu Trump ‘como um candidato anormal e potencialmente perigoso’ e, portanto, não podia ser imparcial.
Isso não era um repórter falando – era uma política do jornal. Os padrões, desenvolvidos ao longo de décadas para forçar repórteres e editores a serem justos e a construir a confiança do público, foram efetivamente eliminados como muito restritivos para lidar com o fenômeno Trump.
O homem responsável por essa decisão precipitada, o editor principal Dean Baquet, disse mais tarde que a peça de Rutenberg ‘refletiu’ seu pensamento e continuou insistindo que Trump ‘desafiou nossa linguagem’ e que ‘ele terá mudado o jornalismo’.
Baquet também falou da luta pela justiça: ‘Eu acho que Trump encerrou essa luta’, acrescentando: ‘Agora dizemos coisas. Nós verificamos o que ele diz. Escrevemos mais poderosamente que é falso.’
Baquet estava errado. Trump realmente era um desafio, mas foi Baquet quem mudou o jornalismo. Foi ele que decidiu que os padrões de justiça e não-partidarismo poderiam ser quebrados sem consequências.
Depois disso, as comportas se abriram e praticamente todos os chamados textos de notícias refletiram um claro preconceito contra Trump e a favor de Hillary. Matérias, fotos, manchetes, o lugar onde eram colocadas na versão impressa – todas as ferramentas foram usadas para escolher uma presidente, em detrimento dos fatos. (…)”
– Isto sem falar na CNN, a famigerada “Clinton News Network”. Além da comentarista democrata Donna Brazile ter antecipado perguntas dos debates a Hillary, os programas do âncora Chris Cuomo foram um show de partidarismo – como este blog mostrou durante a campanha –, chegando ao cúmulo de tirar do ar um republicano que criticou a candidata.
– O lado mais cômico disso tudo é ver alguns dos autoanistiadores da mídia brasileira criticando políticos autoanistiadores do Brasil. São os incapazes de assumir culpas jornalísticas criticando os incapazes de assumir culpas criminais. É um país trágico, sem dúvida, mas não deixa de ser engraçado.



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