Cinquenta membros do Partido Republicano, a maioria ex-integrantes do governo George W. Bush (2001-2009), divulgaram carta aberta nesta segunda-feira (8) afirmando que o candidato do partido à Casa Branca, Donald Trump, "colocaria em risco a segurança do nosso país e o nosso bem-estar".
Trump "seria o presidente mais imprudente da história americana", diz o documento, revelado pelo jornal "The New York Times".
Entre os signatários da carta estão os dois secretários de Segurança Nacional da gestão Bush, Tom Ridge e Michael Chertoff; Michael Hayden, que dirigiu a CIA (agência de inteligência americana) entre 2006 e 2009 e a NSA (agência de segurança nacional) entre 1999 e 2005; John Negroponte, primeiro diretor da Inteligência Nacional dos EUA (2005-2007) e assessor do Departamento de Estado (2007-2009); e Robert Zoellick, também ex-assessor do Departamento de Estado e até 2012 presidente do Banco Mundial.
"Nenhum de nós votará em Donald Trump", afirma o documento, que ressalta ainda que muitos americanos "têm dúvidas sobre Hillary Clinton [rival democrata de Trump], assim como nós".
A carta questiona o conhecimento do empresário sobre a Constituição americana e declara que Trump iria enfraquecer a autoridade moral dos Estados Unidos.
Segundo o texto, Trump "repetidamente demonstrou que têm pouco entendimento" dos "interesses nacionais vitais, seus complexos desafios diplomáticos, suas alianças indispensáveis e os valores democráticos" nos quais a política americana deve se basear.
SENADORA CONSTERNADA
Também nesta segunda, a senadora republicana Susan Collins, do Estado do Maine, afirmou que não votará em Trump por estar "consternada" pelo "fluxo constante de come
"Esta não é uma decisão que eu tomo facilmente, pois sou uma republicana há muito tempo", escreveu Collins, uma das mais moderadas do partido, em um artigo publicado no jornal "The Washington Post".
"Mas Donald Trump não reflete os valores republicanos históricos ou a abordagem inclusiva para governar que é necessária para curar as divisões em nosso país."
Segundo a senadora, três episódios foram cruciais para a tomada dessa decisão: a zombaria de Trump dirigida a um repórter deficiente, seus ataques a um juiz com ascendência hispânica e suas críticas a um militar muçulmano morto no Iraque.
Collins afirmou, porém, que não votará na democrata Hillary Clinton.
CRÍTICAS INTERNAS
O documento é mais um episódio que expõe as dissidências dentro do Partido Republicano em relação ao empresário. A convenção do partido que o consagrou candidato foi marcada pelo conflito interno.
Na semana passada, Trump foi criticado por figurões da legenda, como o senador John McCain (presidenciável derrotado em 2008), após Trumpatacar a família de um militar americano muçulmano morto no Iraque.
Nesta segunda, Evan McMullin, ex-republicano e ex-agente da CIA, anunciou candidatura independente à Casa Branca