
A Petrobras anunciou nesta sexata-feira que vai reduzir seus investimentos a US$ 17,5 bilhões neste ano, cerca de 12,5% inferior aos US$ 20 bilhões projetados inicialmente. A informação foi apresentada pela companhia também durante conferência com analistas de mercado sobre os resultados financeiros no segundo trimestre, quando registrou um lucro líquido de R$ 370 milhões. No primeiro semestre do ano, a Petrobras investiu US$ 11 bilhões, e segundo o diretor financeiro, Ivan Monteiro, o menor volume de investimentos se deve ao fato de a companhia não estar conseguindo sua execução no ritmo que seria necessário.
— Amanhã, teremos a terceira fase de discussões sobre o plano de negócios da companhia, que ficará pronto em setembro — destacou Ivan monteiro.
O Plano de Negócios 2015/19 prevê investimentos de US$ 98,4 bilhões. A diretora Solange Guedes, também presente à conferência, respondendo a uma pergunta feita por analista a respeito do número de sondas contratadas pela estatal, informou que a definição da quantidade ideal será feita justamente no plano de negócios.
Atualmente, a Petrobras reduziu o total de sondas contratadas para perfuração de poços de 48 para 31. A diretora destacou que a Petrobras continua negociando com os contratantes de sondas para cancelar o contrato ou reduzir os preços de aluguel.
— Estamos fazendo uma otimização de gastos com esses serviços (sondas). Com redução plano de negócios, mantemos visão de frota ótima, dessa forma, temos que buscar redução incrementais de dispêndio, seja por número de sondas, por taxas diárias (preço do aluguel). A frota das sondas depende do fechamento do plano de negócios — explicou Solange.
Sobre a redução dos investimentos, Monteiro afirmou que deve haver uma pequena recuperação no segundo semestre.
— Acreditamos em uma ligeira recuperação (do nível de investimentos) no segundo semestre, mas é claro que ficará abaixo do capex (investimento) inicialmente planejado e que está concentrado em exploração e produção de petróleo — destacou Ivan Monteiro.
Por sua vez a diretora de exploração e produção (E&P) da Petrobras, Solange Guedes, destacou que, apesar do maior ritmo dos investimentos no segundo semestre, isso não deverá ser suficiente para realizar tudo o que tinha sido programado. Segundo a diretora, o não cumprimento da meta de investimento está associada, principalmente, ao atraso na entrega das encomendas pelos fornecedores, de projetos de longo prazo.
— Temos perspectiva de melhoria neste segundo semestre, mas evidentemente uma parcela relevante não vi se recuperar. O não cumprimento da performance dos contratados são de projetos de longo prazo, e que não tem impacto relevante para a produção de 2016. Temos todos os recursos para garantir nossa produção de curto prazo (meta de 2,1 milhões de barris por dia) — destacou a diretora, ao anunciar que a produção de petróleo atingirá a marca recorde de 2,3 milhões de barris de petróleo em algum momento até o fim deste ano.
Até 2014, antes da descoberta do esquema de corrupção que existia na Petrobras com fornecedores descoberto pela Operação Lava-Jato, os investimentos da companhia eram da ordem de US$ 40 bilhões por ano.