Os desafios do vôlei melhoraram o esporte e criaram uma nova atração para a torcida
Uma das grandes estrelas da Olimpíada, com desempenho impecável em benefício dos melhores atletas, é a tecnologia digital, colocada a serviço da máxima precisão dos resultados, legitimando vitórias e derrotas e evitando injustiças e equívocos das arbitragens e das limitações humanas.
Do cronômetro manual aos ladrilhos das piscinas sensíveis ao menor toque, dos blocos toscos de partida e do tiro de revólver (!) às câmeras submersas e onipresentes, a tecnologia nadou muito, é capaz de registrar em centésimos de segundos um tríplice empate de Michael Phelps com Chad Le Clos e László Cseh.
Os desafios do vôlei melhoraram o esporte e criaram uma nova atração para a torcida, com os DJs bombando temas de suspense até o vídeo mostrar com clareza quantos milímetros a bola foi fora ou dentro ou se raspou nos dedos do bloqueio. Por que confiar na falibilidade humana onde a máquina não erra?
Mas a velha Fifa, que se mostrou um ninho de ladrões e fraudadores, e talvez por isso mesmo, não acredita. Se faz de grande dama conservadora e resiste anos a adotar até pequenas inovações, como usar a tecnologia digital para confirmar se a bola ultrapassou a linha do gol, ou acrescentar mais árbitros, o que às vezes até piora, porque é mais gente para errar como qualquer juiz.
Ao contrário do COI, que valoriza cada vez mais a tecnologia, com grandes benefícios para o esporte olímpico, a atrasada Fifa reluta em admitir o tira-teima digital para decidir impedimentos e pênaltis, argumentando que tiraria a autoridade do árbitro e, para os mais cínicos, a emoção do jogo, que também inclui erros de arbitragem. Sem eles, o que seria das discussões depois do jogo ? A cara do Brasil. De quem gosta de gol roubado, de resultados fraudados.
O futebol apaixona pela imprevisibilidade, porque nem sempre vence quem jogou melhor, porque nele não existe justiça, mas eficiência, oportunidade e sorte, não precisa de erros ou roubos de juízes para ser mais emocionante.