“Amo vê-lo nadar, ele me faz ser ainda melhor. Adoro disputar com ele até o final". Essa foi apenas uma das inúmeras frases do maior medalhista olímpico da história, Michael Phelps, sobre aquele que foi o maior rival de sua carreira e fez com que a dupla proporcionasse uma das mais acirradas disputadas da história da natação. Trata-se de Ryan Lochte, que mesmo sempre na sombra do adversário, também atingiu feitos históricos nos Jogos do Rio.
Há instantes do início da final dos 200 m medley, na quinta-feira, última batalha travada entre os dois na natação, a imagem do telão mostrava ambos sentados, rindo, em tom de brincadeira, no momento que poderiam estar tensos. É um retrato da amizade e bom relacionamento da dupla, que apesar da disputa, sempre foi muito próxima, tanto que estão no mesmo quarto na Vila Olímpica do Rio.
Ambos tiveram diversas disputas árduas em Olimpíadas, Mundiais e outras competições de âmbito nacional nos Estados Unidos. Phelps sempre levou vantagem e fez com que o amigo e principal adversário acabasse por ter seus números ofuscados.
Lochte deixa o Rio com 12 medalhas olímpicas e se tornou o segundo maior medalhista americano na natação entre os homens, e junto de Jenny Thompson, Dara Torres e Natalie Coughlin, com mesmo número que ele entre as mulheres.
O nadador tem seis medalhas de ouro, três de prata e três de bronze. No Rio, levou apenas uma medalha, um ouro no revezamento 4x200 m livre. Parece pouco, mas para se ter uma ideia de seu feito na história da natação olímpica, Lochte, sozinho, tem só uma medalha a menos do que todos os brasileiros da natação juntos, em toda história dos jogos.
Nos Jogos de 2016, foi “engolido” pelos feitos de Phelps e praticamente passou batido nos holofotes. Os novos recordes e louros colhidos pelo amigo, somado a uma fase irregular e surgimento da estrela feminina Katie Ledecky, fizeram com que Lochte tivesse visibilidade quase que de um nadador “comum”.
Isso, no entanto, não tirou seu sorriso, mesmo com o sexto lugar em sua última prova e fim de participação. E, em suas últimas palavras, não poderia faltar referência ao amigo. “Me sinto bem, mesmo com o resultado. Não foi o final que eu queria, mas tudo bem. Ele (Phelps) é inacreditável, faz coisas incríveis pelo esporte".