domingo, 14 de agosto de 2016

‘Maduro não vai presidir o Mercosul’, diz José Serra

Carina Bacelar - O Globo

Segundo o ministro, Brasil ainda vai decidir se vai apoiar rebaixamento da Venezuela



O Ministro de Relações Exteriores, José Serra - André Coelho/Agência O Globo (18/5/2016)


O ministro das Relações Exteriores, José Serra, voltou a falar sobre o imbróglio na sucessão da presidência pro tempore do Mercosul neste domingo. O posto caberia agora à Venezuela, mas “o presidente (venezuelano Nicolás) Maduro não vai presidir o Mercosul”, disse Serra ao participar de uma homenagem do Comitê Olímpico Internacional aos 11 atletas Israelenses mortos em 1972, durante atentado nos Jogos de Munique, no Palácio da Cidade, na Zona Sul do Rio.

— O Brasil já tem se posicionado. A Venezuela não cumpriu pré-requisitos para a integração do Mercosul. Foi dado um prazo e ela não cumpriu. Há informações equivocadas de que outros não teriam cumprido, mas não é nada disso. Ela se comprometeu a cumprir todos os tratados e acordos que eram vigentes até quatro anos atrás. A partir daí, segue a norma dos demais países — afirmou o ministro em referência às normas técnicas do bloco.

A Venezuela tinha de se adequar às normas até a última sexta-feira, mas não conseguiu cumpri-las. E Brasil e Paraguai emitiram comunicados informando que medidas judiciais precisam ser tomadas para lidar com o assunto. Entre as normas e os acordos que não foram incorporados ao ordenamento jurídico do país estão textos que tratam de questões econômicas e também da promoção de direitos humanos.

O futuro de Caracas deve começar a ganhar traços mais definidos a partir da reunião de altos funcionários dos países-membros do bloco no próximo dia 23, em Montevidéu. Perguntado a respeito de como os representantes brasileiros vão agir no encontro, Serra disse que “o Brasil vai agir nessa mesma linha”:

— O presidente Maduro não vai presidir o Mercosul. Essa certeza todos podem ter.
Sobre o possível rebaixamento da Venezuela no bloco — caso em que o país passaria a ser tratado como um associado e não mais como membro —, Serra não quis dar mais detalhes do posicionamento do Brasil.

— Isso é uma coisa que a gente ainda vai analisar — concluiu o ministro.