CATIA SEABRA - Folha de São Paulo
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), defendeu nesta quinta-feira (18) a criação da TV e rádio municipais, prevista no seu programa de governo. Segundo ele, sua implantação terá custo de cerca de R$ 100 milhões anuais, menos de 10% do Orçamento da prefeitura para publicidade oficial.
Na seção intitulada "Por uma alternativa de comunicação", o programa descreve o controle privado dos meios de comunicação como um "perigoso fator de desequilíbrio democrático" no País.
Visando atenuar os efeitos da concentração da mídia, o documento propõe estruturar um sistema público de comunicação, que possa disseminar a pluralidade de pontos de vista e coberturas jornalísticas.
Haddad explica que, com a mudança do sistema analógico para o digital, será aberta uma faixa de frequência para o poder público no país inteiro. E sua ideia é se valer do espaço para veiculação de material produzido na periferia da cidade, a exemplo de uma rádio comunitária.
"Não entendo como alguém possa ser contra a periferia se expressar num canal específico. É muita crueldade não querer, tendo a tecnologia disponível, que as pessoas se expressem. Deixar a comunidade se expressar virou pecado", disse o prefeito.
Haddad participou de café da manhã com dom Angélico Sândalo Bernardino e representantes da região episcopal da Brasilândia. Ao lado do vice, Gabriel Chalita (PDT) e de Dom Angélico, o prefeito rezou pai-nosso. Neto de padre, Haddad diz que reza todo dia.
"Tenho meu avô como referência moral até hoje".
De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", o plano foi criticado nesta quarta (17) por dois dos principais concorrentes do prefeito, Celso Russomanno (PRB) e João Doria (PSDB). Eles descrevem a proposta como "inoportuna" em razão das despesas criadas em um momento de crise econômica.
CONTEÚDO INSTITUCIONAL
O comando do PT inicia nesta sexta-feira (19) a distribuição de vídeos para uso de seus candidatos a prefeito e vereador durante a campanha municipal.
Os spots, produzidos pelo Diretório Nacional do partido, se dedicarão à defesa do PT em rádio e TV, ressuscitado a ideia do "modo petista de governar", além de exaltação das ações da administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Segundo texto divulgado no site do partido, "os spots defenderão o legado do PT desde a sua existência, mostrando claramente que o Brasil era um antes do partido e se tornou outro, muito melhor, depois de sua entrada em cena, principalmente após a passagem pelo governo federal".
A intenção é que os spots sejam complementados pelas campanhas locais. Serão ao menos 30 spots de até 60 segundos de duração, com versão tanto para TV como para o rádio.