“Nunca vi um poste tão fácil de carregar”, gabou-se Lula há três meses, cumprimentando-se por ter imposto ao PT a candidatura de Alexandre Padilha a governador. Descobriu tarde demais que qualquer trambolho parece leve quando pesa menos de 10% nas pesquisas eleitorais. Nesta terça-feira, num comício promovido para reduzir as dimensões do naufrágio, o palanque ambulante transpirava perplexidade. Se tudo vai mal em São Paulo, perguntou-se o padrinho de Padilha, por que tanta gente está pronto para reeleger Geraldo Alckmin?
Entre tantos outros, dois motivos foram resumidos no comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Primeiro: a maioria do eleitorado está satisfeita com o desempenho dos governos do PSDB. E justifica a aprovação com um argumento incontestável: o restante do Brasil ficaria bem melhor se fosse igual a São Paulo, que ficaria bem pior se fosse parecido com o restante do país. Simples assim. O segundo motivo, como costuma lembrar a coluna, é reiterado a cada quatro anos pela companheirada. Quando chega a hora de disputar o governo paulista, o PT não lança candidatos; lança ameaças.
Em 1994, por exemplo, o partido ameaçou o mais importante Estado brasileiro com o então deputado José Dirceu. Em 2002, reincidiu com o também deputado José Genoíno. Fisgados em 2005 no pântano do mensalão e julgados oito anos depois pelo Supremo Tribunal Federal e condenados por corrupção ativa. Os dois candidatos ao Palácio dos Bandeirantes acabaram no presídio da Papuda.