Estação de carregamento de veículos elétricos | Foto: Shutterstock
O herdeiro tardio e a farra do vinho
Acatarinense WEG quer atender cada vez mais à demanda em veículos elétricos, incluindo caminhões e ônibus. É esse o seu plano central de investimento de R$ 660 milhões para ampliar a capacidade de produção do parque fabril em Jaraguá do Sul, norte de Santa Catarina. O anúncio da semana aumentará em 25% a capacidade produtiva da empresa catarinense. Hoje, ela produz quase 2 milhões de motores. Serão gerados com esse valor 800 novos empregos.
Produção de motores elétricos em Jaraguá do Sul | Foto: Divulgação
Fábrica de bilionários
Maior fabricante de motores elétricos do mundo, a WEG foi a empresa brasileira que mais produziu bilionários nos últimos anos. De acordo com a revista Forbes, foram 29 bilionários oriundos dos lucros da empresa fundada em 1961 pelo trio Werner Voigt, Eggon da Silva e Geraldo Werninghaus. Em setembro de 2021, um dos herdeiros comprou a mansão da Xuxa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, por R$ 45 milhões.
Fábrica da WEG | Foto: Divulgação
O novo bi da praça
A família ganhou outro bilionário em julho: é Lucas Demathe da Silva, 28 anos, filho que só foi reconhecido após a morte de Eggon da Silva, aos 85 anos, em 2015. Lucas vai receber R$ 1 bilhão, depois de ter sido encerrado o litígio em que enfrentou cinco herdeiros de Eggon. Desde a morte do fundador, o inventário não havia sido concluído, pela guerra judicial.
O rugido do Leão
Mesmo tendo sido escolha pessoal de Sérgio Rial, o presidente do banco Santander, Mário Leão, tem feito uma gestão radicalmente oposta à do antecessor. Leão é adepto de ouvir praticamente todas as áreas e os profissionais envolvidos para só depois bater o martelo para as decisões, o que muitas vezes leva tempo. Rial é um trator: sempre foi conhecido pela rápida tomada de decisões para todo e qualquer caso que chegasse a sua mesa.
Mário Leão, presidente do banco Santander | Foto: Divulgação
Mergulho na big data
A brasileira Semantix, empresa de software especializada em dados e inteligência artificial, foi a primeira companhia totalmente de tecnologia no país a chegar à Bolsa da Nasdaq. Reservou para a terça-feira 4 o hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo, para um mergulho sobre dados e inteligência artificial para o público em geral. A abertura do evento será com o fundador da empresa, o paulistano Leonardo Santos. Santos, aliás, avalia novas aquisições nos próximos meses. A primeira delas, pós-Nasdaq, foi a startup do setor de saúde Zetta Health Analytics. A receita da Semantix para o ano deve alcançar R$ 290 milhões.
Leonardo Santos, CEO e fundador da Semantix | Foto: Divulgação
A gestão de um hotel
Com a retomada do turismo no mundo, a Hotelaria Brasil — que administra hotéis de redes como Hilton e Wyndham — acaba de lançar a marca Unna Hospitality. O objetivo é treinar e gerir hotéis pelo país — desde cobrar um preço de tarifa compatível com o mercado até acelerar a transformação digital de unidades por todas as regiões do Brasil.
20 milhões de garrafas
Maior varejista de vinhos no Brasil, a Víssimo deve fechar o ano com a venda de 20 milhões de garrafas de vinhos em 2022. O grupo — formado pela fusão das marcas Evino e Grand Cru — espera faturar R$ 800 milhões em 2022 a partir dos 1,5 mil rótulos atualmente no portfólio.
Foto: Divulgação
Vinho fora da curva
O CEO da Víssimo, Alexandre Bratt, crê que o mercado de vinhos vai se normalizar em 2022, depois de dois anos com vendas altíssimas, consideradas fora da curva. “O vinho foi a bebida da pandemia”, resume Bratt. “É claro que a pandemia impulsionou o mercado. Muita gente cozinhando e consumindo mais vinhos em casa. Tivemos um crescimento de 60% no consumo de vinho em 2020 e 2021.” O executivo ressalta que o relacionamento do brasileiro com a bebida começou a mudar a partir de 2014, com altas nas vendas de 15% a 20% ao ano, bem acima da média mundial.
Alexandre Bratt, da Víssimo: “O vinho foi a bebida da pandemia” | Foto: Divulgação
Quem bebe mais?
Com 600 funcionários, o Víssimo terá 150 lojas físicas até dezembro em vários cantos do país. O foco digital é visto como prioridade. Conhecimento eles têm: a Evino é o maior e-commerce do setor na América Latina, enquanto a Grand Cru é a principal importadora e distribuidora de vinhos premium do país. Quem bebe mais vinho no Brasil? “Na Grand Cru, as mulheres são as maiores compradoras”, responde Bratt. “Na Evino, quem mais compra são os homens.”
A uva argentina
E qual é a uva preferida do brasileiro? “Malbec argentina, seguida da cabernet sauvignon”, diz Bratt. Ele vê, porém, um aumento na compra do rosé. “Há cinco anos, a gente nem via o rosé no mercado. Isso mudou. Ele cresce até três vezes mais que o mercado. Tem a ver com a temperatura em muitas regiões do país, mas principalmente com uma mudança do perfil do consumidor. Ele era muito conservador, mas agora o brasileiro está cada vez mais ousado.”
Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, respectivamente | Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação
Em ranking dos melhores hospitais do planeta, o Brasil se sai muito bem
Arevista Newsweek publicou neste mês o mais completo ranking dos melhores hospitais especializados do mundo. A pesquisa foi realizada pela empresa de dados Statista e cobriu 11 especialidades. O levantamento escolheu os 300 melhores hospitais de 28 países com base em três critérios: recomendação dos pares (pesquisa on-line com médicos, outros profissionais de saúde), experiência do paciente (dados de pesquisa de satisfação) e indicadores médicos (como os de qualidade da assistência e segurança do paciente).
O Brasil está muito bem posicionado nesse retrato. Tirando um caso isolado do Líbano e alguns poucos da Índia, os hospitais brasileiros são os únicos representantes do chamado Terceiro Mundo. Nenhum outro país da América Latina está presente nas listas, ou da África, ou da parte mais pobre da Ásia. Podemos dizer que o Brasil é uma potência médica das nações emergentes.
Claro que muitos dos hospitais listados pela Statista/Newsweek são caríssimos, elitistas, inacessíveis à grande maioria dos próprios brasileiros. Mas existem casos como o Incor e o Hospital das Clínicas, que são gratuitos e atendem pelo Sistema Único de Saúde. A grande maioria das instituições brasileiras está na cidade de São Paulo, com algumas exceções, em Curitiba, Campinas, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Segundo o ranking, a medicina dos EUA permanece no topo em termos de qualidade e inovação. E a cereja do bolo é a célebre Mayo Clinic, com sede na cidade de Rochester, no Estado de Nova Iorque, considerado o melhor complexo hospitalar do mundo. A maior parte dos hospitais está em países da Europa, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Cingapura, Canadá e Israel. E o Brasil faz bonito, como podemos ver neste resumo do ranking mostrando a colocação de cada hospital.
ONCOLOGIA
(Total: 300)
O melhor do mundo: MD Anderson Cancer Center (Houston, EUA)
Participação brasileira: 6 hospitais
16 – Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo)
43 – A.C. Camargo (São Paulo)
80 – Beneficência Portuguesa (São Paulo)
142 – Hospital das Clínicas (São Paulo)
153 – Instituto do Câncer (São Paulo)
295 – Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre)
Hospital Albert Einstein (Unidade Morumbi) | Foto: Divulgação
CARDIOLOGIA
(Total: 300)
O melhor do mundo: Cleveland Clinic (Cleveland, EUA)
Participação brasileira: 10 hospitais
20 – Incor – Instituto do Coração (São Paulo)
32 – Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo)
56 – Instituto Dante Pazzanese (São Paulo)
59 – Hospital do Coração (São Paulo)
63 – Hospital Sírio-Libanês (São Paulo)
122 – Beneficência Portuguesa (São Paulo)
165 – Hospital Pró-Cardíaco (Rio de Janeiro)
208 – Hospital das Clínicas (São Paulo)
218 – Hospital do Ensino da Unifesp (São Paulo)
276 – Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre)
PEDIATRIA
(Total: 200)
O melhor do mundo: Boston Children’s Hospital (Boston, EUA)
Participação brasileira: 10 hospitais
29 – A. C. Camargo (São Paulo)
75 – Hospital Sírio-Libanês (São Paulo)
78 – Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo)
82 – Hospital Israelita Albert Einstein – (São Paulo)
OS 150 HOSPITAIS MAIS AVANÇADOS EM TECNOLOGIA
O melhor do mundo: Mayo Clinic (Rochester EUA)
Participação brasileira: 2
40 – Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo)
78 – Hospital Sírio-Libanês (São Paulo)>
DNA de qualidade
Esses dados são surpreendentes para quem imagina que o Brasil só se destaca internacionalmente pelo sucesso do nosso agronegócio. A medicina é uma área que exige qualidade, pesquisa e atualização de forma dramática. É, literalmente, uma questão de vida ou morte. Para um país que ainda luta com problemas primários, como o saneamento básico, e tem um sistema de educação precário, ver hospitais entre os melhores do mundo é uma ótima notícia. Mas, para os especialistas, não é uma surpresa.
“Essa boa posição no ranking não é nova”, diz o médico Wladimir Taborda, consultor do Banco Mundial. “É reflexo da modernização e de uma gestão muito profissional. Vejo os resultados do Brasil como uma tendência natural, comparados aos melhores do mundo. Os hospitais brasileiros, há muito tempo, vêm se diferenciando. O Einstein recebeu o primeiro certificado de qualidade da Joint Commission International, no início dos anos 2000, que é líder mundial em certificação de organizações de saúde”.
Apesar da centralização dos serviços na capital paulista, grandes hospitais já estão de olho em outras praças
Segundo Taborda, o ranking da Statista/Newsweek é para ser levado a sério. “Usa métricas internacionais, é estruturado. Hospitais credenciados pela Joint Commission, como Einstein e Sírio, atendem a padrões idênticos aos de hospitais norte-americanos e europeus. O levantamento utiliza parâmetros bem definidos para avaliar a qualidade assistencial, a taxa de mortalidade, a permanência no hospital e os custos”.
Os hospitais brasileiros têm outras razões para estar bem colocados. O consultor Wladimir Taborda explica um fenômeno que vem ocorrendo no país. “Está havendo uma espécie de gentrificação — concentração de hospitais de qualidade em grandes grupos. Além da verticalização, que consiste em manter o doente dentro de uma estrutura hospitalar única, o que facilita o controle de custos.” Outro fator destacado pelo especialista é o investimento maciço na área. “Muito capital estrangeiro está sendo aplicado nessa área, que é muito competitiva. Além de ser lucrativa a questão dos medicamentos, da incorporação tecnológica, todas as empresas estão aqui, a indústria está aqui. Isso favorece hospitais que já têm DNA de qualidade e faz com que evoluam muito rapidamente.”
O povo do toque
Como qualquer atividade econômica, os hospitais seguem a lei de mercado. “Está havendo tendência de crescimento de hospitais de grande porte”, segundo Taborda. “Quem faz mais faz melhor. Quanto maior a escala, menor o custo para produzir determinada coisa.” Outro motivo para nosso sucesso: “Os médicos no Brasil são muito bons, são bem treinados. Infelizmente, a maioria vai para o setor privado, raramente querem trabalhar no setor público.” Mais um diferencial — a humanização. “O atendimento nos hospitais brasileiros não é tão duro quanto nos norte-americanos. Existe um componente de humanização e de atenção, que faz toda a diferença.”
Pacientes participam de “desfile do novo avental” na ala de pediatria do Hospital A. C. Camargo | Foto: Divulgação
Felipe Duarte Silva, gerente de Pacientes Internados e Práticas Médicas do Hospital Sírio-Libanês, também destaca essa característica brasileira: “Somos um povo do toque, do acolhimento. A hospitalidade e a hospedagem contam bastante, o brasileiro valoriza muito isso”, diz Silva. “O atendimento no Brasil tem calor humano. Doença é uma questão física, mas o processo de adoecimento está muito ligado à forma como nos relacionamos. Precisamos cuidar da pessoa, não só da doença.”
Entre os sucessos brasileiros no ranking, duas especialidades se sobressaem: a cardiologia e a pediatria, com dez hospitais indicados em cada uma. “Cardiologia é uma tradição no Brasil”, diz Taborda. Além da formação médica em excelentes centros, como o Hospital das Clínicas e o Incor, as doenças cardíacas são as que mais matam no mundo. “Isso atrai muita pesquisa, o desenvolvimento de medicamentos e procedimentos novos”.
Já a pediatria é considerada uma surpresa para o consultor Wladimir Taborda. “É uma especialidade que vem diminuindo. As populações dos países estão ficando cada vez mais velhas, a pediatria sempre foi uma área menos ocupada nos hospitais”, explica. “Minha impressão é que entra na avaliação o fator de humanização. Como por exemplo os hospitais do câncer infantil.”
Felipe Duarte da Silva, gerente do Sírio-Libanês, ressalta que a presença do Sírio no ranking de pediatria “reforça o veio para a filantropia e a responsabilidade social” da instituição. E explica uma característica própria da especialidade no hospital: “O grosso do atendimento pediátrico do Sírio não está só aqui dentro. Temos as unidades e UTIs pediátricas. Mas existem os projetos de áreas sociais que viabilizam o atendimento de alta complexidade para a população, em parceria com o SUS, para garantir atendimento complexo a essas crianças carentes.”
A cidade dos hospitais
Um dos aspectos mais visíveis do ranking é a concentração geográfica. O Brasil registra um total de 39 menções no ranking — 34 das clínicas estão em São Paulo (incluindo Campinas), o que equivale a 87% das menções.
“O universo hospitalar é supercomplexo e caro”, explica Wladimir Taborda. “Por isso, Estados com dinheiro terão melhores estruturas. A principal razão de os melhores serviços estarem em São Paulo é porque 40% do PIB do Brasil está aqui”, diz o especialista. “Além de recursos, existem instituições, entidades que podem gerenciar isso, como Einstein, Sírio, além de unidades filantrópicas. O plantel de hospitais privados em São Paulo é comparado ao dos melhores do mundo.”
Apesar da centralização dos serviços na capital paulista, grandes hospitais já estão de olho em outras praças. O Sírio-Libanês abriu um centro em Brasília — o Distrito Federal registra a maior renda média domiciliar per capita do país, segundo o IBGE. No ano passado, o Einstein abriu em Goiânia sua primeira unidade própria fora do Estado de São Paulo.
Hospital Órion, com gestão Einstein, em Goiânia | Foto: Divulgação
Mesmo assim, muitos pacientes ainda preferem se deslocar até a capital paulista. São Paulo é hoje o principal destino voltado ao turismo de saúde do país — gente que visita a cidade com o objetivo de realizar tratamentos médicos e cirúrgicos. É um turismo interno (de outras regiões do Brasil) e mesmo externo, que atrai pacientes de países onde os custos hospitalares são proibitivos. O Sírio-Libanês informou por meio de nota que realiza mais de mil atendimentos mensais em suas unidades, considerando tanto pacientes estrangeiros quanto brasileiros com apólices de seguro de saúde internacionais e que disponibilizam cobertura no hospital. “No Sírio, o setor que mais traz pacientes de fora, principalmente da América Latina, é a oncologia. É uma referência”, diz Silva. “Pessoas que vêm buscar uma segunda opinião ou mesmo realizar tratamento oncológico aqui.” A cirurgia plástica também atrai muitos estrangeiros, por ser uma área que o Brasil “faz bem e faz barato”, afirma Taborda.
O ranking da Statista/Newsweek é motivo de orgulho para os brasileiros. E uma lembrança que nosso país pode, quando quer, ser muito maior que suas limitações.
Neymar usou sua conta no TikTok para fazer a publicação, que no começo da tarde desta sexta-feira, 30, apresentava mais de 12 milhões de visualizações.
Por sua vez, Bolsonaro reproduziu o vídeo do atleta em seu perfil no Instagram, com mais de 34 milhões de acessos até o começo da tarde desta sexta-feira. Outras contas ligadas ao presidente também reproduziram a manifestação do jogador.
Na postagem em questão, Neymar executa uma dança e canta: “Vota, vota e confirma, 22 é Bolsonaro”. Nesta sexta-feira, o jogador voltou a usar as redes sociais para desabafar a respeito de reações críticas ao seu posicionamento, apesar de não fazer menção direta ao apoio ao presidente na declaração.
“Falam em democracia e um montão de coisa, mas quando alguém tem uma opinião diferente é atacado pelas próprias pessoas que falam em democracia. Vai entender”, escreveu o jogador da Seleção Brasileira.
Na quarta-feira 28, o atleta brasileiro já havia gravado um vídeo no qual agradecia ao ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e ao próprio presidente da República por visitarem o Instituto Neymar Jr, na Praia Grande (SP).
Neymar é considerado o principal jogador da Seleção Brasileira, que vai disputar a Copa do Mundo do Catar entre os meses de novembro e dezembro.
Escola tradicional utiliza textos esquerdistas para ensinar português em sala de aula
OColégio Santa Cruz, fundado em 1952 por padres canadenses da Congregação de Santa Cruz, é conhecido em São Paulo como um colégio forte e sério, no que diz respeito ao ensino. Para permanecer estudando ali, seus alunos têm de se dedicar de verdade, caso contrário não conseguem acompanhar as aulas e passar de ano. Tido como de elite e sempre no topo da lista das dez melhores escolas particulares de São Paulo, o Santa Cruz afirma utilizar uma proposta pedagógica humanista, que pretende formar cidadãos críticos e atuantes. Por suas salas de aula já passaram brasileiros ilustres, como o cantor e compositor Chico Buarque, o cineasta Fernando Meirelles e o banqueiro Candido Botelho Bracher. Em suma, o Santa Cruz não fica a dever nada aos melhores colégios das grandes capitais do mundo. Mas há uma questão que está deixando indignados alguns pais de alunos: o viés esquerdista da escola.
Há bem pouco tempo, numa aula de introdução à argumentação, que faz parte da matéria de língua portuguesa do 9º ano do fundamental 2, o professor pediu que os adolescentes lessem um texto e em seguida respondessem diversas perguntas. O texto era um artigo de opinião escrito pelo sociólogo Celso Rocha de Barros, publicado no jornal Folha de S.Paulo, intitulado “Aumentou o preço do golpe”. O mote do artigo é o suposto sucesso da Carta pela Democracia, lançada em 11 de agosto por professores da USP e integrantes da Fiesp e assinada por cerca de 1 milhão de pessoas. O artigo afirma, entre outras, as seguintes teses sobre o presidente da república:
– “Há duas coisas que Jair Bolsonaro nunca fez na vida: trabalhar e entrar em briga do lado mais fraco por medo de levar porrada”;
–“Jair não decide direito se é católico ou evangélico, porque ainda não sabe qual lado vai oprimir o outro”;
– “Jair Bolsonaro tem por ídolo militar um torturador”;
– “Essa carta tornou mais difícil Bolsonaro mentir sobre o golpe de Estado que dará”.
(Veja abaixo a lição completa dada no Santa Cruz)
Para os pais que concordam com as opiniões do autor do artigo, o professor teve uma boa ideia em usá-lo num exercício de interpretação de texto. Mas os pais que não concordam obviamente ficaram irritados com a escancarada doutrinação em sala de aula. “Acho um absurdo esse massacre intelectual que estão fazendo com as crianças”, diz um deles — que pede que seu nome não seja revelado para que seus filhos não sofram represálias no colégio. “Pago uma mensalidade de mais de R$ 5 mil por cada criança, para meus filhos aprenderem conteúdos que ajudem a desenvolver a inteligência, para ganharem pensamento crítico e saírem da escola com novas habilidades. Não quero que eles tenham de aderir compulsoriamente às opiniões do professor. A escola tinha de ser apartidária.” Esse pai conta que seus filhos relatam esses episódios em casa espontaneamente, muitas vezes desgostosos e até confusos com o tipo de texto, porque são sempre de um lado só da ideologia política. “Eles nunca tiveram uma lição que usasse um texto com o mesmo teor do outro lado. E o pior é que não há abertura para os alunos se contraporem. Eles não conseguem nem retrucar.”
O Santa Cruz não é o único colégio em que os professores radicalizam e tentam incutir nas jovens cabeças os ideais da esquerda sem nem disfarçar
Colégio Santa Cruz | Foto: Divulgação
Os pais conversam entre si e muitos pensam dessa mesma forma, mas nenhum quer criar problemas para os filhos, principalmente por já ter havido um caso desse gênero, em que a escola deu um jeito de o aluno sair. Obviamente, se mantêm os filhos no Santa Cruz é porque, no cômputo geral, os pais consideram a escola boa. A preocupação é com o viés de esquerda das discussões. “O que me incomoda é que, no passado recente, tenho percebido a falta de visões diferentes em alguns debates, e aí está o espaço para o viés e o direcionamento”, diz outro pai. “Fica parecendo uma discussão isenta e intelectualmente estimulante, mas não é, pois é apresentado um lado só.”
Problema generalizado
O Santa Cruz não é o único colégio em que os professores radicalizam e tentam incutir nas jovens cabeças os ideais da esquerda sem nem disfarçar. Há poucos meses, a Avenues, escola também de altíssimo padrão localizada na zona sul de São Paulo, protagonizou um caso que deu o que falar. Durante uma palestra para cerca de 200 alunos, um professor constrangeu um estudante de 17 anos que contrapôs argumentos da índia Sonia Guajajara, ativista e atual candidata a deputada federal pelo Psol. Ela havia sido convidada a palestrar pelo próprio professor e fez ali uma série de manifestações políticas relacionadas, principalmente, à distribuição de terras e ao uso de agrotóxicos.
Colégio Avenues | Foto: Divulgação
Em sua palestra na Avenues, que cobra uma mensalidade de cerca de R$ 15 mil, a ativista fez várias críticas ao setor agropecuário brasileiro e a opositores políticos. Um estudante filho de uma família ligada ao agronegócio pediu a palavra para rebater o que Guajajara havia dito. Antes que ela própria respondesse, o professor Messias Moreira Basques Junior, doutor em antropologia social, interveio e constrangeu o estudante, dizendo o que segue. “Deixa eu te dizer uma coisa, meu querido: quando você entender o que é ser uma pessoa deste tamanho, vai se lembrar deste dia com muita vergonha. Então a minha recomendação é que me respeite, porque sou um doutor em antropologia. Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. No dia em que você quiser discutir com a gente, traga seu diploma e a sua opinião fundamentada em ciência. Aí sim você discute com um especialista em Harvard”. Além da total falta de respeito do professor com o aluno na frente de todos os colegas, ele mentiu, pois não tem nenhum diploma de especialização em Harvard. Apesar de tudo, no fim das contas, a escola deu razão a ele.
Esta é a vida real em muitos colégios de elite no Brasil de hoje. Fazem lavagem cerebral sem disfarce algum nos alunos — e em troca cobram dos pais mensalidades cada vez mais caras.
Menos inflação, mais poder de compra | Foto: Helena Pontes/Agência IBGE
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que a inflação no Brasil deve fechar em 5,7% em 2022. Por meio de nota, a projeção foi divulgada na quarta-feira 29.
Anteriormente, a estimativa do Ipea para o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era de 6,6% para este ano. Ou seja: o instituto derrubou quase 1 ponto porcentual da prévia para a inflação no Brasil.
“Depois da alta registrada de 11,7%, no acumulado em 12 meses, em maio, a inflação medida pelo IPCA recuou para 8,7% em agosto”, informa o órgão. De acordo com o instituto, a situação no Brasil é diferente do que vem ocorrendo em grande parte dos países. “Nos últimos três meses, a inflação brasileira surpreendeu favoravelmente, beneficiada, sobretudo, pela melhora no comportamento dos preços administrados”, comenta em nota.
Segundo o texto, no caso dos preços administrados, a projeção é de deflação — quando há a redução nos valores praticados. A previsão é de diminuição de 4,2%. O número é o reflexo “das quedas mais acentuadas dos combustíveis, do gás e da energia”.
Para bens industriais, conforme publicou o Ipea, a previsão de inflação no Brasil recuou de 9,1% para 8,7%. Para os alimentos, houve a elevação da previsão de 12,3% para 13,2%.
A nova prévia do Ipea para o IPCA se aproxima da mais recente projeção do Banco Central para o indicador no ano: 5,8%. O resultado foi publicado ontem no Relatório Trimestral de Inflação, elaborado pela autoridade monetária do Brasil.
Os resultados também encontram lastro no Relatório Focus — um documento do Banco Central feito semanalmente por meio de um levantamento com o mercado financeiro. A edição mais recente estima o IPCA de 2022 em 5,88%.
Jogador da seleção reclamou de ataques de 'pessoas que falam em democracia' um dia depois de indicar voto no presidente
Neymar em encontro com o presidente Jair Bolsonaro no começo do ano | Foto: Reprodução
Um dia depois de formalizar apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PL), Neymar voltou a se manifestar para rebater as críticas a respeito de seu posicionamento político. O principal jogador do futebol brasileiro na atualidade destacou que se sentiu atacado por pessoas que “falam em democracia”.
Na última quinta-feira 29, Neymar compartilhou um vídeo em sua conta na rede social, em que manifestou apoio à candidatura do atual presidente da República. Na postagem em questão, o atleta executa uma dança e canta: “Vota, vota e confirma, 22 é Bolsonaro”.
“Falam em democracia e um montão de coisa, mas quando alguém tem um opinião diferente é atacado pelas próprias pessoas que falam em democracia. Vai entender”, escreveu o jogador da seleção brasileira.
Na quarta-feira 28, o atleta brasileiro já havia gravado um vídeo no qual agradecia o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o próprio presidente da República por visitarem o Instituto Neymar Jr, na Praia Grande (SP).
Neymar é considerado o principal jogador da seleção brasileira que vai disputar a Copa do Mundo do Catar entre os meses de novembro e dezembro.