quarta-feira, 29 de junho de 2022

O que explica a queda de homicídios no Brasil

 


Número de assassinatos caiu 6,5% no Brasil em 2021 na comparação com o ano anterior


O Brasil registrou, ao longo de 2021, 47.503 assassinatos, o que representa uma média de 130 a cada dia. São 22,3 Mortes Violentas Intencionais (MVI) para cada grupo de 100 mil habitantes. Esse número apresenta uma redução de 6,5% na taxa de MVI em relação a 2020.

É, também, o menor índice desde 2011, quando começou a série histórica. Para se ter uma ideia: em 2017, o ano em que os casos bateram recorde, houve 64.078 mortes violentas intencionais, o que equivale a 175 assassinatos por dia.

Todos esses dados constam do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado nesta semana. Será que dá pra “comemorar”?


Queda no número de assassinatos no Brasil

Ao mesmo tempo em que há dados positivos, é preciso ressaltar, segundo o Fórum Brasileiro da Segurança Pública, que o Brasil, que tem uma população que equivale a 2,7% dos habitantes do planeta, respondeu por cerca de 20,5% dos homicídios conhecidos que foram cometidos no mundo em 2020.

Este episódio do podcast 15 Minutos analisa a redução no número de homicídios de 2020 para 2021 e fala sobre outros aspectos deste documento. O convidado é o David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Fórum é o responsável pela publicação do Anuário.

***

O podcast 15 minutos é um espaço para discussão de assuntos importantes, sempre com análise e a participação da equipe de jornalistas da Gazeta do Povo. De segunda a sexta, de forma leve e dinâmica, com a duração que cabe na correria do seu dia. Apresentação é do jornalista Márcio Miranda.


Gazeta do Povo

Após acusações de assédio, Pedro Guimarães pede demissão da Caixa

 Ex-presidente do banco formalizou desligamento nesta quarta-feira ao presidente Bolsonaro

Guimarães deixa a Caixa depois de acusações de assédio | Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil
Guimarães deixa a Caixa depois de acusações de assédio | Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil

Pedro Guimarães entregou ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), uma carta com pedido de demissão da Caixa Econômica Federal na tarde desta quarta-feira, 29.

A saída de Guimarães ocorre depois de funcionárias do banco público relatarem supostos episódios de assédio sexual do, agora, ex-presidente em diversas ocasiões.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que Guimarães já havia sido avisado que o presidente Bolsonaro desejava a renúncia depois das acusações. A intenção é não permitir que associem Guimarães a Bolsonaro em um ano eleitoral.

Ao menos cinco funcionárias da Caixa acusam Pedro Guimarães de assédio sexual, conforme reportagem publicada na última terça-feira pelo jornal Metrópoles. Segundo a publicação, as mulheres relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação profissional. Uma apuração sobre o episódio foi aberta na Procuradoria da República no Distrito Federal, e o caso tramita sob sigilo.

Revista Oeste

No Brasil, há gente contra redução de impostos e de preços, afirma J.R. Guzzo

 A oposição, o candidato do PT à presidência e a esquerda em geral se irritam com uma baixa de preços de combustíveis  que poderia, na sua visão, beneficiar eleitoralmente o governo


Foto: Reprodução/Shutterstock
Foto: Reprodução/Shutterstock | IMAGEM PARA NOTA ESPECIAL "PETROVESPEIRO"


A lei aprovada pelo Congresso Nacional para limitar os impostos estaduais sobre combustíveis, um projeto de iniciativa do governo para reduzir os preços ao consumidor na bomba, é uma aula de pós-graduação a respeito de fanatismo eleitoral, ganância doentia dos governadores de Estado e a falência geral da vida pública brasileira nos dias de hoje. 

É um caso realmente extraordinário, e talvez único do mundo: a esquerda, as entidades da “sociedade civil” e os próprios governadores ficaram contra uma redução de impostos e de preços. 

Isso mesmo: ficaram contra uma redução de impostos e de preços.

Em todo o mundo os governos tentam medidas de alívio fiscal na área de combustíveis, num esforço para amenizar a alta dos preços que veio com a disparada nas cotações do petróleo — cerca de US$ 115 hoje no mercado internacional, contra US$ 75 um ano atrás. 

Há alguma dúvida de que existe, neste momento, uma emergência na área? 

Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo propõe basicamente a mesma coisa — reduzir os impostos, já que não é possível reduzir os preços de mercado do petróleo.

No Brasil, prodigiosamente, há gente que corre na direção 100% oposta: não admite que se toque nos impostos, um fator essencial na formação dos preços ao consumidor, por causa de puro, simples e direto interesse político pessoal.

Os governadores, de um lado, estão cegos para qualquer outra coisa que não seja a arrecadação estadual. 

Ficaram viciados em beneficiar-se com a alta de preços dos combustíveis e outros produtos essenciais como eletricidade, telecomunicações, gás, etc.: quanto mais caros ficam para a população, mais dinheiro rendem em imposto para os cofres dos Estados. 

Dali, naturalmente, o ouro segue para o bolso da clientela dos governadores — que começa na remuneração dos altos funcionários e magistrados e termina nos contratos com empreiteiras de obras e com os fornecedores amigos. 

Todos eles esqueceram completamente que têm de governar para os governados; hoje, governam para as suas secretarias da Fazenda. Viraram acionistas da alta de preços.

A oposição, o candidato do PT à presidência e a esquerda em geral, de outro lado, se irritam com uma baixa de preços que poderia, na sua visão, beneficiar eleitoralmente o governo. 

Vieram, até, com a ideia realmente extraordinária de cassar a chapa eleitoral do presidente da República, por conta da redução de preços e de um abono federal aos caminhoneiros — uma tentativa adicional de garantir, com auxílio aos transportadores, o abastecimento geral do país nos produtos essenciais para a população. 

“Especialistas” procurados pela mídia dizem que a redução de preços e o abono, a três meses das eleições para presidente, são “ilegais” — o que leva à conclusão de que o governo não pode tomar medidas de interesse público em ano eleitoral. 

Ou seja: estariam a oposição e as forças que lhe dão apoio exigindo que o governo da União não governe até outubro próximo, e não tome nenhuma medida que possa beneficiar o cidadão em suas necessidades diretas?

É um dos melhores momentos em matéria de hipocrisia que se vê há muito tempo na política brasileira. Poucos anos atrás, a presidente Dilma Rousseff afirmou em público que faria “o diabo” para ganhar as eleições para a sua própria sucessão. 

Fez e ganhou — e desde então não ocorreu a absolutamente ninguém na esquerda, nem nas classes intelectuais, civilizadas e inclusivas, dizer uma palavra sequer de objeção. 

Ao mesmo tempo, um político como o governador de São Paulo vem se vangloriar agora dizendo que foi “o primeiro” a reduzir o imposto estadual sobre os combustíveis — quando há uma lei do Congresso que o obriga a fazer exatamente isso, e quando a sua participação no esforço para aliviar os consumidores foi nula. 

A aberração se completa com outros governadores reclamando do colega de São Paulo, que teria furado a sua “greve” contra a decisão do Congresso Nacional — e a “negociação”, no STF, para resolver se deve ou não ser cumprida uma lei aprovada licitamente pelo parlamento brasileiro. Democracia, no Brasil de hoje, é isso aí.

Publicado originalmente no jornal o Estado de S. Paulo 

Revista Oeste

'Os Pingos Nos Is', Augusto Nunes, Ana Paula, Trindade, Motta e Brown analisam demissão de Pedro Guimarães. Daniela Marques assume a presidência da Caixa Econômica

Brasileiro é aprovado em quase 30 universidades por habilidades em jogos on-line

 Atleta de e-sports joga Fortnite desde os 10 anos e conseguiu bolsas de estudo nos EUA

Jovem foi aprovado em quase 30 universidades dos EUA | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Jovem foi aprovado em quase 30 universidades dos EUA | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Matheus Guimarães Montenegro, 20 anos, foi aprovado em quase 30 universidades dos EUA devido a suas habilidades no jogo on-line Fortnite. Morador de São Vicente (SP), o jovem decidiu que vai para a Oklahoma Christian University, onde conseguiu uma bolsa de estudos de 75% no valor da mensalidade. Estudante de escola pública, o rapaz foi aprovado com bolsas entre 50% e 75% nas quase 30 universidades.

Montenegro vai cursar ciência da computação e deve iniciar a jornada em agosto, deste ano. Durante o processo seletivo, o jovem gravou os melhores momentos no jogo e enviou para as instituições. O Fortnite é um jogo de battle royale — onde o jogador explora lugares e objetos e luta por sobrevivência. No final, o último sobrevivente é o vencedor.

O paulista é um jogador assíduo do game desde os 10 anos de idade. Contudo, ele não imaginou que seu hobby pudesse ajudar a realizar um grande sonho: morar nos EUA. “Descobri o processo de estudar fora do Brasil em 2021,” disse Montenegro em entrevista ao G1, na segunda-feira 27. “Entretanto, não sabia sobre o e-sports [competição em jogos eletrônicos] nas universidades americanas.”

No final do ano passado, o jovem conheceu na internet um outro brasileiro que foi aprovado em pouco mais de 30 universidades como atleta de Fortnite. “Mandei uma mensagem para ele e me ensinou o básico”, observou Montenegro. Na tentativa de aperfeiçoamento, Matheus quase fez uma mentoria com o colega. Mas o valor cobrado era alto — quase R$ 12 mil. Assim, o paulista decidiu tentar sozinho. Montenegro entrou em contato com cada faculdade por um aplicativo de voz da comunidade de jogos. “Essa é uma forma bem mais rápida de conversar com as universidades”, disse.

As notas do ensino médio, carta de recomendação dos professores, atividades extracurriculares e redações precisaram ser apresentadas por Matheus. Um teste de inglês e uma entrevista também foram etapas para a aprovação nas instituições.

Trajetória acadêmica

Matheus explicou que, depois de terminar o ensino médio, sua expectativa de vida mudou por causa da paixão pelo e-sports. No ano passado, o jovem também ajudou a desenvolver um aplicativo em um programa virtual dos EUA.

Matheus joga Fortnite entre três e quatro horas por dia. Contudo, a bolsa na universidade escolhida não garante a ida do jovem aos EUA. Ele tem até 28 de julho para conseguir o valor de pouco mais de US$ 16,5 mil (quase R$ 85 mil). Caso consiga arrecadar a quantia, moradia, alimentação, visto de estudante e o restante do dinheiro para o curso estarão garantidos.

Por isso, o jovem criou uma “vaquinha” on-line intitulada “Matheus nos EUA”. Todo o valor doado será destinado a custear as despesas para iniciar sua jornada nos EUA.

Revista Oeste

Brasil está na contramão da recessão mundial? Confira análise de Paulo Guedes

Gastos com combustível na Câmara disparam no primeiro semestre. Segue a farra com a grana dos pagadores de impostos...

 Aumento da cota parlamentar para abastecer veículos em relação a 2021 foi de 28%, superior à inflação do período

Deputados dobraram gastos em relação a 2020 e aumentaram em 28% em comparação com 2021
Deputados dobraram gastos em relação a 2020 e aumentaram em 28% em comparação com 2021 | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Enquanto o brasileiro sofre com a inflação alta decorrente de seguidos aumentos dos combustíveis e se discute medidas para reduzir os preços, a Câmara dos Deputados registrou, no primeiro semestre, elevação considerável nas cotas parlamentares destinadas ao abastecimento de veículos.

Entre janeiro e junho, o gasto para abastecer carros oficiais e veículos alugados foi de R$ 8,7 milhões, segundo levantamento do site Metrópoles, feito com base em dados do Portal da Transparência da Câmara, até a primeira semana de junho.

Esse valor já é 28% maior — o que perfaz cerca de R$ 2 milhões — do que o montante gasto no primeiro semestre do ano passado (R$ 6,7 milhões). Em comparação com os últimos quatro anos, de 2019 a 2022, este semestre foi o mais dispendioso na rubrica combustíveis e o valor pode aumentar, porque junho ainda não acabou e os deputados têm até 90 dias para apresentar documentos que comprovem os gastos.

Esse porcentual de aumento revela, também, que a despesa foi acima da inflação do período e, portanto, houve ampliação do consumo.

O montante gasto em 2022 representa mais do que o dobro do valor despendido em 2020, de R$ 4 milhões, quando houve o início da pandemia de covid-19 e das medidas restritivas, Porém, mesmo antes da pandemia, o valor era inferior ao gasto neste ano. Nos seis primeiros meses de 2019, os deputados gastaram R$ 8 milhões da cota parlamentar com combustíveis.

Os maiores gastos semestrais por deputados giram em torno de R$ 36 mil. O campeão da lista é José Airton Félix Cirilo (PT-CE); João Carlos Bacelar (PL-BA) aprece em segundo na lista, com gasto de R$ 35,9 mil.

Veja o gasto semestral de combustível:

2019 -> R$ 8.029.14,74

2020 -> R$ 4.04.981,32

2021 -> R$ 6.749.765,62

2022 -> R$ 8.663.898,00*

* O primeiro semestre de 2022 ainda não está fechado porque o levantamento foi feito antes de o período se encerrar e ainda há prazo para comprovação de despesas.


Revista Oeste