segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Banco Central bloqueia R$ 31 milhões de João Santana e Mônica Moura


Mônica Moura e João Santana são levados pela PF ao IML de Curitiba - Geraldo Bubniak/22-2-2016


DIMITRIUS DANTAS - O Globo



O Banco Central enviou à Justiça os dados do bloqueio das contas do casal João Santana e Mônica Moura e de suas empresas, realizado na última segunda-feira após a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato. A ação foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, que decretou um bloqueio de até R$ 25 milhões de cada um dos investigados. Somados, no entanto, Santana e Monica possuíam R$ 30,7 milhões distribuídos em seis contas e, com isso, esse passa a ser o valor bloqueado. Em nome de Mônica Moura, estavam R$ 28 milhões. Com os outros envolvidos, o total foi de R$ 38 milhões.

O marqueteiro teve R$ 2,7 milhões em suas contas bloqueados. Na decisão, Moro havia estipulado o valor em 25 milhões ao considerar "os valores milionários do supostos crimes (pagamentos ilegais só na Shellbill de 7,5 milhões de dólares)".

A empresa de marketing de João Santana, a Polis, também teve seus ativos bloqueados - cerca de 400 mil reais. Não foi encontrado nenhum valor na conta da Santana & Associados.

Outros investigados da 23ª fase da Operação Lava-Jato também foram afetados: Zwi Scornicki, da empresa Eagle do Brasil, teve R$ 5 milhões bloquados, e Fernando Migliaccio, R$ 2 milhões.

A força-tarefa da Lava-Jato investiga se os depósitos feitos pelo operador Zwi Skornicki na conta do publicitário na Suíça saíram do contrato da Petrobras para a plataforma P-52 ou de sondas fornecidas pela Sete Brasil, empresa que tinha a estatal como sócia. O operador depositou US$ 4,5 milhões ao marqueteiro do PT. Para os investigadores, a ordem para depositar ao marqueteiro pode ter saído do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que administrava a propina destinada ao partido.

Segundo o delator Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, Zwi Skornicki comentava que conversava diretamente com Vaccari. Em depoimento prestado no mês passado, Barusco afirmou que Skornicki e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque comentaram que o operador "havia pago cerca de US$ 4,5 milhões adiantados para Vaccari". O valor exato da propina era US$ 4,523 milhões, próximo ao depositado ao marqueteiro do PT. O delator lembrou que a Sete Brasil foi criada na gestão de Duque à frente da diretoria de Serviços da Petrobras e que o PT "tinha interesse em receber nos contratos gerados pela Sete Brasil", tendo sido combinado com João Vaccari Neto que o partido ficaria com dois terços do valor das comissões.

 


Lula pode ter recebido favores de empresas durante mandato, diz PGR


PGR diz que ex-presidente Lula pode ter recebido favores de empreiteiras - Marcos Alves / Agência O Globo


Carolina Brígido - O Globo



O Ministério Público Federal suspeita que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva recebeu vantagens pessoais de empreiteiras – as reformas no sítio em Atibaia e no tríplex no Guarujá, ambos em São Paulo – enquanto exercia o mandato. A informação está em um ofício assinado pelo coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, o procurador da República Deltan Dellagnol, e pelos demais integrantes do grupo. O documento foi enviado nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para instruir um pedido feito por Lula na última sexta-feira.

O ex-presidente quer que as investigações contra ele sejam suspensas até a definição sobre qual o órgão indicado para conduzir os casos: se o Ministério Público de São Paulo, ou o Ministério Público Federal. A defesa de Lula também pede que as apurações saiam do âmbito da Lava-Jato. “Importante considerar ainda que parte das vantagens, que constituem o objeto da investigação, foram supostamente auferidas pelo suscitante durante o mandato presidencial, o que justifica, por si só, a competência federal”, diz o ofício da força-tarefa da Lava-Jato.

O pedido está nas mãos da ministra Rosa Weber. Se ela conceder a liminar, Lula ficará livre de prestar depoimento na próxima quinta-feira ao Ministério Público de São Paulo sobre o caso tríplex. Segundo a defesa, ele foi intimado a comparecer. O não comparecimento poderia implicar em condução do depoente à força pela Polícia Civil e Militar. “Diante da iminência de providências em ambos os procedimentos investigatórios limitadoras da liberdade individual do autor (Lula), mostra-se de rigor a concessão de medida liminar para o fim de suspender a tramitação de ambos até o final do julgamento da presente ação”, escreveu a defesa.

A defesa alega que o objeto das investigações é o mesmo e argumenta que uma pessoa não pode ser investigada pelo mesmo fato em dois processos diferentes. O pedido é para que o STF defina se as apurações devem ser conduzidas na esfera estadual ou na federal. 

No entanto, Dellagnol explica que Ministério Público de São Paulo investiga apenas as transferências de empreendimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários Bancoop para a OAS. O caso do tríplex surgiu a partir dessa investigação, mas os procuradores já teriam transferido as suspeitas para o Ministério Público Federal, onde atua a força-tarefa da Lava-Jato.

O procurador também afirmou que a força-tarefa da Lava-Jato apura “supostas vantagens indevidas recebidas pelo suscitante (Lula)” – inclusive a respeito dos imóveis de Atibaia e de Guarujá. Portanto, seriam duas investigações diferentes. E, como há a suspeita de que Lula teria sido beneficiado durante o mandato, o foro federal seria o mais adequado. Nesse caso, as investigações sobre os imóveis deveriam continuar no Paraná.

No pedido entregue ao STF, a defesa volta a negar que Lula e a família dele sejam donos de qualquer das duas propriedades. E afirma que as apurações não guardam nexo algum com o escândalo de desvios de dinheiro da Petrobras. “Não há qualquer relação entre o objeto da investigação vertido nos Procedimentos Investigatórios Criminais em questão e a chamada Operação Lava Jato”, diz o texto.


Não há ministro que segure a Lava Jato, diz senador Aloysio Nunes

Aqui

Cardozo deixa a Justiça; oposição fala em 'mordaça'


Aqui



Mulher de 90 anos recusa tratamento de câncer para rodar o mundo

BBC Brasil


  • Reprodução/Facebook/Driving Miss Norma
Em julho passado, pouco depois de um câncer ser detectado em seu marido, a americana Norma descobriu ter ela própria um tumor nos ovários.

O quadro de seu companheiro, Leo, evoluiu rápido e, após ele falecer, a senhora de 90 anos foi a uma consulta com seu médico no Estado de Michigan.

As opções de tratamento, ele disse, eram a mais comuns nestes casos: uma cirurgia para extrair o tumor, seguida por aplicação de radiação e sessões de quimioterapia. O que ninguém esperava era qual seria a reação de Norma: "Tenho 90 anos de idade, vou viajar".

E assim o fez. Vendeu sua casa --não queria passar pelo trauma de voltar ao lar que compartilhou com seu marido, com que ficou casada por 67 anos-- e comprou um trailer para sair pelo mundo.

Agora, prestes a completar 91 anos na próxima semana, está há mais de 180 dias na estrada.

Aventura

Norma já percorreu centenas de quilômetros. Voou de balão em Palm Springs, na Califórnia, visitou a Disneyworld, na Flórida, foi ao monte Rushmore, na Dakota do Sul, viu bisões no parque nacional de Yellowstone e se assombrou com o Grand Cânion, no Colorado.

Em Nova Orleans, visitou o museu sobre a Segunda Guerra Mundial, onde foi recebida com honra --ela trabalhou como enfermeira durante o conflito.

É possível acompanhar suas aventuras pela página no Facebook "Driving Miss Norma" (Conduzindo Miss Norma, em inglês), que tem mais de 70 mil seguidores.

Entre eles, estão pessoas cujos parentes padeceram de câncer e gente que não passou por isso, mas encontra na sua história uma inspiração.

Norma viaja acompanhada de seu filho, Tom, sua nora, Ramie, e seu cão, Ringo.
Reprodução/Facebook/Driving Miss Norma
Norma viaja acompanhada de seu filho, a nora e o cachorro
A próxima etapa da jornada será o Estado da Georgia, no sul dos EUA, para "desfrutar de sua história, beleza natural e comida deliciosa".

"Sinto-me bem. Saio por aí todos os dias empurrando minha cadeira de rodas. Estou muito bem para minha idade", comenta Norma em um e-mail enviado por sua nora.

Avante!

Ramie ainda se assombra com a experiência. Comenta que, felizmente, a sogra não sente dores, tem total consciência do que faz e está adorando viajar.
Afirma que é maravilhoso ver seus olhos brilharem mesmo com a "intensa dor" que sente pela perda de seu marido e, antes dele, do irmão.

Na visita ao médico, a família disse que apoiava completamente sua decisão e que a levaria aonde quisesse ir. O doutor disse, então, a eles: "Avante!".

"Como médicos, vemos todos os dias o rosto do tratamento contra o câncer. Cuidados intensivos, asilos, efeitos colaterais terríveis e, francamente, não existe garantia nenhuma de que ela sobreviveria à cirurgia para retirar o tumor", disse o médico, diante da expressão de espanto de um estudante de medicina que o acompanhava.

"Vocês estão fazendo exatamente o que eu faria em uma situação como essa. Tenham uma viagem magnífica!"

Várias semanas depois, Norma segue viajando. Sua mais recente etapa a levou ao Castelo de São Marcos, na Flórida, e, em uma foto recente, Norma é vista completando um quebra-cabeças ao lado do seu cão.

Sua nora diz que a família está surpresa com a repercussão da história. "Passamos os dias com lágrimas nos olhos lendo as centenas de mensagens repletas de carinho e apoio", afirma Ramie.

"Conversar sobre o fim da vida não é simples. Então, esperamos que nossa história incentive outras famílias a falar abertamente sobre um assunto tão difícil."
Reprodução/Facebook/Driving Miss Norma

Lava Jato investiga se Lula recebeu vantagens indevidas durante mandato

Jorge Araújo/Folhapress
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do Conselho Político do PT (Partido dos Trabalhadores), em São Paulo, nesta segunda
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião do Conselho Político do PT

A crise de Dilma: venda de carros novos sofrerá queda superior a 20% em fevereiro

Alberto Alerigi Jr. e Aluísio Alves - Reuters


  • Wesley Santos/Folhapress
    Pátios das montadoras seguem lotados, com estoques que poderiam abastecer as concessionárias ininterruptamente por quase dois meses
    Pátios das montadoras seguem lotados, com estoques que poderiam abastecer as concessionárias ininterruptamente por quase dois meses
Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em fevereiro devem cair mais de 20% em relação mesmo período do ano passado, antecipou à Reuters, nesta segunda-feira (29), uma fonte do setor com acesso aos dados de vendas.
Segunda a fonte, os emplacamentos registrados até o último domingo (28) somaram 136,8 mil unidades, o que corresponde a uma média de apenas 7.200 veículos por dia útil. Em fevereiro de 2015 o índice diário ficou em 9.787 unidades. Se o ritmo for mantido até o encerramento do mês, ainda nesta segunda, o total de vendas ficará próximo a 144 mil carros, recuo de 22,5% ante o ano anterior e de 7% no comparativo com janeiro.
Ainda de acordo com o informante, veículos de passeio e comerciais leves foram responsáveis por 132,5 mil emplacamentos até domingo, enquanto o setor de caminhões registrou 3,6 mil comercializações e o de ônibus, 690.

Em baixa

Em janeiro, a produção foi a pior para o mês desde 2003. O presidente da Anfavea (associação dos fabricantes), Luiz Moan, afirmou que nos dois meses seguintes os números tendiam a ser ainda mais fracos, diante da necessidade de ajuste dos estoques, que encerrou janeiro em 254,3 mil unidades, suficientes para 49 dias de vendas.
Até o fim do ano a associação espera queda de 7,5% no setor, para 2,3 milhões de automóveis, o quarto recuo anual consecutivo. Outros executivos são ainda mais pessimistas. José Luiz Gandini, representante da Kia no Brasil, aposta em um mercado "de 2 milhões de carros" em 2016. Já Sergio Habib, presidente da JAC, disse "duvidar que o setor consiga vender mais de 1,8 milhão".

Lançamentos de 2016 em vídeos - 7 vídeos