quinta-feira, 30 de abril de 2015

Reportagem de capa da EPOCA: "As suspeitas de tráfico de influência internacional sobre o ex-presidente Lula"



Thiago Bronzatto e Filipe Coutinho - Epoca

O Ministério Público Federal abre uma investigação contra o petista – ele é suspeito de ajudar a Odebrecht em contratos bilionários

Capa edição 882 (Foto: divulgação)

 >> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana



Quando entregou a faixa presidencial a sua pupila, Dilma Rousseff, em janeiro de 2011, o petista Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Palácio do Planalto, mas não o poder. Saiu de Brasília com umcapital político imenso, incomparável na história recente do Brasil. Manteve-se influente no PT, no governo e junto aos líderes da América Latina e da África – líderes, muitos deles tiranetes, que conhecera e seduzira em seus oito anos como presidente, a fim de, sobretudo, mover a caneta de seus respectivos governos em favor dasempresas brasileiras. Mais especificamente, em favor das grandes empreiteiras do país, contratadas por esses mesmos governos estrangeiros para tocar obras bilionárias com dinheiro, na verdade, do Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES, presidido até hoje pelo executivo Luciano Coutinhoapadrinhado de Lula. Como outros ex-presidentes, Lula abriu um instituto com seu nome. Passou a fazer por fora (como ex-presidente) o que fazia por dentro (como presidente). Decidiu continuar usando sua preciosainfluência. Usou o prestígio político para, em cada negócio, mobilizar líderes de dois países em favor do cliente, beneficiado em seguida com contratos governamentais lucrativos. Lula deu início a seu terceiro mandato. Tornou-se o lobista em chefe do Brasil.
Documento 01 (Foto: Reprodução)
Nos últimos quatro anos, Lula viajou constantemente para cuidar de seus negócios. Os destinos foram basicamente os mesmos – de Cuba a Gana, passando por Angola e República Dominicana. A maioria das andanças de Lula foi bancada pela construtora Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos latino-americanos e africanos embalada por financiamentos do BNDES. No total, o banco financiou ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em países como Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de Lula e Dilma. Segundo documentos obtidos por ÉPOCA, o BNDES fechou o financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira. Há obras como modernização de aeroporto e portos, rodovias e aquedutos, todas tocadas com os empréstimos de baixo custo do BNDES em países alinhados com Lula e o PT. A Odebrecht foi a construtora que mais se beneficiou com o dinheiro barato do banco estatal. Só no ano passado, segundo estudo do Senado, a empresa recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior – 42% do total financiado pelo BNDES. Há anos o banco presidido por Luciano Coutinho resiste a revelar os exatos termos desses financiamentos com dinheiro público, apesar de exigências do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União e doCongresso. São o segredo mais bem guardado da era petista.
Moralmente, as atividades de Lula como ex-presidente são, no mínimo, questionáveis. Mas há, à luz das leis brasileiras, indícios de crime? Segundo o Ministério Público Federal, sim. ÉPOCA obteve, com exclusividade, documentos que revelam: o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana, investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. O ex-presidente é formalmente suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da Odebrecht com representantes de governos estrangeiros onde a empresa toca obras com dinheiro do BNDES. Eis o resumo do processo“TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. LULA. BNDES. Supostas vantagens econômicas obtidas, direta ou indiretamente, da empreiteira Odebrecht pelo ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2011 a 2014, com pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente os governos da República Dominicana e Cuba, este último contendo obras custeadas, direta ou indiretamente, pelo BNDES”.

Os procuradores enquadram a relação de Lula com a Odebrecht, o BNDES  e os chefes de Estado, a princípio, em dois artigos do Código Penal. O primeiro, 337-C, diz que é crime “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”. O nome do crime: tráfico de influência em transação comercial internacional. O segundo crime, afirmam os procuradores, refere-se à suspeita de tráfico de influência junto ao BNDES. “Considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do BNDES, caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”, diz o documento.

A investigação do MPF pode envolver pedidos de documentos aos órgãos e governos envolvidos, assim como medidas de quebras de sigilos. Nas últimas semanas, ÉPOCA obteve documentos oficiais, no Brasil e no exterior, e entrevistou burocratas estrangeiros para mapear a relação entre as viagens internacionais do ex-presidente e de integrantes do Instituto Lula com o fluxo de caixa do BNDES em favor de obras da Odebrecht nos países visitados. A papelada e os depoimentos revelam contratos de obras suspeitas de superfaturamento bancadas pelo banco estatal brasileiro, pressões de embaixadores brasileiros para que o BNDES liberasse empréstimos – e, finalmente, uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários do banco estatal em favor do conglomerado baiano.

A Odebrecht tem receita anual de cerca R$ 100 bilhões. É uma das principais empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, que desmontou um esquema de pagamento de propinas na Petrobras. Segundo delatores, a construtora tinha um método sofisticado de pagamento de propinas, incluindo remessas ao exterior trianguladas com empresas sediadas no Panamá. A empreiteira, que foi citada pelo doleiro Alberto Youssef e por ex-funcionários do alto escalão da Petrobras, nega as acusações.
Saiba mais sobre a investigação do Ministério Público Federal em ÉPOCA desta semana. A reportagem detalha os casos dos documentos e imagens abaixo:


AMIGOS O ex-presidente Lula em encontro com o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, em janeiro de 2013. Lula foi dar uma palestra em premiação a jovens do país (Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula)
PRESTÍGIO O presidente de Gana, John Dramani Mahama, veio ao Brasil em 2014 para lançar seu livro Meu primeiro golpe de Estado. Aproveitou para visitar Lula e executivos da Odebrecht (Foto: Erika Santelices/AFP)

Um padrão que se repete (Foto: Reprodução)




Capa edição 882 (Foto: divulgação)




Os seis cantores mais populares do Instagram

Veja


Com o lançamento do @music, a rede social do Facebook cria canal 

para divulgar novos talentos e mostrar bastidores de artistas

famosos. Confira uma lista com os músicos mais seguidos no app





Instagram lança sua primeira comunidade oficial, dedicada à música
Instagram lança sua primeira comunidade oficial, dedicada à música(Divulgação/Instagram)
Depois de integrar fotos e vídeos em uma rede social, o Instagram decidiu apostar em música. O @music foi lançado ontem, com a proposta de formar uma comunidade destinada à música e aos profissionais dessa área, indicando musicistas, álbuns e canções. Fotógrafos, produtores, fabricantes de instrumentos e compositores também terão espaço.
A aposta tem motivo: 25% das contas mais populares do aplicativo são de cantores. Segundo Kevin Systrom, fundador e CEO da rede social, "a comunidade de música é - e sempre foi - uma parte importante do Instagram. Nos últimos quatro anos, nós nos tornamos a casa para artistas grandes e pequenos".
O post de estreia falou sobre o baterista da banda The Roots. Na publicação, Questlove fala sobre o seu trabalho como DJ e também sobre a dinâmica de uma pista. "Toque muitos hits e você cansará sua plateia; toque poucos e você verá o local esvaziando... Então, coloco uma música ruim e observo isso. Assim, espero dois minutos e boto 'Uptown Funk' e vejo a animação ser maior do que antes", contou Questlove.
A conta, que possui 3 publicações, já passa de 20 mil seguidores e esse número aumenta a cada atualização da página. Confira abaixo quem são os seis cantores mais populares do Instagram.


Curitiba é nossa Meca e Sérgio Moro, 'Maomé'

O desempenho do juiz Sergio Moro à frente da Operação Lava Jato coloca no mapa da credibilidade a capital paranaense. Segundo o historiador Marco Antonio Villa, "Sergio Moro não pode tirar férias ou o Brasil para". Villa ainda compara o não-discurso da presidente Dilma no Dia do Trabalho com o primeiro discurso que marcou a data com Getúlio Vargas. Assista.


Míssil nuclear: a reportagem da Época que vai explodir Lula

Diogo Mainardi e Mário Sabino - O Antagonista


A revista Época que está chegando às bancas traz uma reportagem exclusiva com o título "Lula, o Operador". Subtítulo: "O Ministério Público abre investigação contra o petista por tráfico internacional de influência. Ele é suspeito de ajudar a construtora Odebrecht a ganhar contratos na América Latina e na África com dinheiro do BNDES".
É a primeira vez que Lula é formalmente investigado. E o míssil é nuclear.




"Falar ou calar, companheira Dilma?", por Ruth de Aquino

Epoca



Para qualquer lugar que se olhe, os números justificam a cisão entre PT e trabalhadores



O 1º de Maio, Dia do Trabalho, deveria ser uma data de gala para o Partido dos Trabalhadores. 

O PT está no Poder há mais de 12 anos, legitimamente eleito em quatro consultas consecutivas à população. Lula duas vezes. Dilma, mais duas. Por que então a presidente decide não fazer o pronunciamento tradicional em cadeia de rádio e televisão para 200 milhões de brasileiros? Por que não agradecer o voto de confiança dado a ela há apenas alguns meses – que já parecem uma eternidade?

Medo de um panelaço pior que o do Dia da Mulher. Panelas novas, panelas importadas, panelas velhas, panelas arranhadas. Medo do barulho infernal que pode emergir de residências caras, apartamentos modestos ou barracos. Medo da reação dos trabalhadores, não importa quanto ganhem. Medo da desilusão dos que perderam o emprego. A taxa de 6,2% de desocupação é a mais alta desde maio de 2011. O total de desempregados aumentou 23,1% em relação a março de 2014. As contas públicas registraram o pior trimestre em 17 anos.

O governo nega medo de panelaço ou de vaia. Dilma prefere gravar e divulgar alguns vídeos com mensagens nas redes sociais, segundo o ministro da Comunicação, Edinho Silva. O PT não gostou dessa desculpa tecnológica. Dirigentes petistas acham “um absurdo” e criticam a “covardia” de Dilma. Lula também pressiona a companheira. Há duas semanas, ele apelou em reunião com sindicalistas: “Dilma, se tem gente para te defender para sair dessa enrascada, é esse pessoal aqui”.

Qual enrascada? Para qualquer lugar que se olhe, os números justificam a cisão entre o PT e os trabalhadores. Tivemos o pior desempenho da história da caderneta de poupança, com os saques superando os depósitos em R$ 23 bilhões. O salário acaba antes do mês. Brasileiros raspam suas economias. É a maior carestia em 12 anos. A inflação e a desaceleração econômica aumentam as demissões e diminuem o poder de negociação salarial. A renda média do trabalhador foi reduzida em 2,8% em março – a maior queda em um mês desde janeiro de 2003, segundo o IBGE.

Em 2003, em seu primeiro Dia do Trabalho como presidente, Lula fez um discurso na Igreja da Matriz, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Foi uma fala de improviso, coisa inimaginável para Dilma. “E eu tenho, na minha cabeça, cada discurso que fiz na minha vida, eu tenho na minha cabeça cada compromisso que eu assumi em praça pública, eu tenho na minha cabeça programas de governo e eu tenho na minha cabeça que, se falhar, quem falhou foi um pedaço da história deste país e, possivelmente, iremos passar muitos anos para que a gente possa reconstruir a esperança que brotou no nosso país.” Premonição?

Lula dizia querer ser lembrado pela qualidade de vida de homens e mulheres. “E sobretudo pela qualidade da educação e da saúde que a gente quer implantar neste país.” Para tanto, o governo precisa “ter a habilidade de envolver a sociedade brasileira para se tornar cúmplice do governo”. “Podem ficar certos que todo 1o de Maio, às 9 horas da manhã, o presidente da República estará aqui para prestar contas do que estamos fazendo neste país”, afirmou Lula em 2003, pedindo que “Deus abençoe todos nós”.

Doze anos depois, onde está a qualidade na educação e na saúde? Doze anos depois, por que Dilma evita falar em público ou na televisão? Não quer prestar contas? A sociedade foi, sim, cúmplice do governo e acreditou no PT, como queria Lula. O PT teve a bênção de Deus, mas se deixou corromper pelo diabo.

A sociedade só não se sente cúmplice da corrupção e da incompetência que roubaram bilhões dos trabalhadores e de suas famílias. Agora, o ajuste fiscal, necessário como um antibiótico com efeitos colaterais negativos, tira bilhões do seguro-desemprego, da pensão por doença e morte e do abono salarial. O corte de R$ 18 bilhões em benefícios sociais foi reduzido para R$ 7,7 bilhões por resistência do Congresso. Onde está o corte necessário e moralizador nos surreais 38 ministérios? É ou não “corte na carne”?

Neste Dia do Trabalho, Lula e a CUT querem que Dilma condene a terceirização aprovada na Câmara. Na segunda-feira passada, Lula disse que, no 1º de Maio, “tranquilamente, a companheira Dilma vai vetar (a terceirização das atividades-fim das empresas)”. Se falar, a presidente dirá que não é a favor nem contra, muito pelo contrário. Dirá que apoia a terceirização para aumentar chances de trabalho e produtividade. Dirá que rejeita mexer nas conquistas trabalhistas. Dirá, como o presidente do Senado, Renan Calheiros – quem diria –, que não dá para liberar geral a terceirização, num momento em que o Estado aumenta impostos e juros.

Neste feriadão, o povo não quer mesmo ouvir Dilma. Não foi apenas o trabalho que se tornou precário. Foi a presidente.

Ministério Público investiga Lula por ajudar Odebrecht a ganhar contratos na América Latina e na África com dinheiro do BNDES

O Ministério Público abre inquérito contra o notório Luiz Inácio Lula da Silva por tráfico internacional de influência.

O ex-presidente, já enrolado no mensalão e no petrolão, enormes escândalos cometidos pela quadrilha petista, é suspeito de ajudar a Construtora Odebrecht a ganhar contratos na América Latina e na África com dinheiro do BNDES





  • Polícia do DF de olho no irmão de Dilma

    Repasses da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ao irmão da presidente Dilma Rousseff são investigados pela polícia do Distrito Federal. Na Lava Jato, juiz Sergio Moro aceita denúncia contra o ex-tesoureiro do PT e coloca mais um escândalo na conta de João Vaccari. Acompanhe as principais notícias desta quinta-feira no Giro VEJA