segunda-feira, 1 de setembro de 2025

News da Manhã Brasil – Alexandre Pittoli

News da Manhã Brasil – Alexandre Pittoli

Descontrole fiscal do governo Lula trava queda dos juros e sufoca a economia

Brasil registrou queda nos empregos formais e alta recorde da inadimplência; economista fala em necessidade de equilíbrio das contas púbicas


O setor público consolidado registrou déficit primário de R$66,6 bilhões em julho último | Foto: José Cruz/Arquivo Agência Brasil 


O Brasil fechou julho com o ritmo mais fraco de geração de empregos desde a pandemia de 2020, em um cenário de perda de fôlego da economia. O desaquecimento é resultado não apenas do ciclo de aperto monetário do Banco Central (BC), mas principalmente da política fiscal desordenada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, marcada por aumento de gastos e criação de despesas permanentes sem contrapartida de receitas. 

Essa combinação amplia o déficit público e impede a redução dos juros. O BC declarou, na sexta-feira 29, que o setor público consolidado registrou déficit primário de R$66,6 bilhões em julho de 2025, ante déficit de R$21,3 bilhões no mesmo mês de 2024. 

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, registrou saldo positivo de 129.775 novos contratos no mês passado. Apesar do avanço, o número representa queda de 32% nos empregos formais em relação a julho de 2024, quando haviam sido abertas 191.373 vagas.





Foi o pior desempenho para o mês em cinco anos, superado apenas pelo tombo de 2020, no auge da crise da covid-19, quando foram criados 108.476 postos. Enquanto o governo insiste em aumentar gastos com folha de pagamento e programas assistenciais sem ajuste fiscal, o resultado recai sobre famílias e empresas. 

A inadimplência no crédito livre subiu de 6,3% em junho para 6,5% em julho, alcançando o maior nível desde maio de 2013 (6,6%), segundo relatório do BC divulgado em 27 de agosto. Entre empresas, os calotes chegaram ao ponto mais alto desde 2017. “A política de juros elevados, em geral, tem um efeito defasado no tempo”, afirma o economista Lucas Borges, especialista em private equity pela Harvard Business School.

“A economia funciona assim. No Brasil, o ciclo de aperto monetário iniciado há alguns anos só agora começa a impactar de forma mais intensa o mercado de trabalho e a capacidade de pagamento das famílias.” 

Empresas que até então conseguiam contratar e manter dívidas em dia agora enfrentam juros mais pesados, consumo em retração e 01/09/2025, 07:52 Descontrole fiscal trava queda dos juros e sufoca economia https://revistaoeste.com/economia/descontrole-fiscal-do-governo-trava-queda-dos-juros-e-sufoca-a-economia/ 3/10 cautela na expansão.

“Este é um efeito esperado”, prossegue Borges. “Ocorre que o BC não atua instantaneamente sobre a economia, e os impactos sobre emprego e inadimplência tendem a aparecer com o tempo.” 

Necessidade de equilíbrio fiscal 

A necessidade de juros altos tem relação com as ações do governo, que mantém pressão sobre a política monetária ao sinalizar aumentos de gastos e ao adiar reformas estruturais, como a administrativa. Com menos confiança fiscal, os investidores exigem prêmios maiores para financiar a dívida pública, o que encarece o crédito e trava a retomada. 

O enfraquecimento da atividade já havia aparecido em junho, quando a geração de empregos ficou novamente abaixo do registrado no ano anterior. Dois meses consecutivos de desaceleração reforçam que a fase de expansão começa a se inverter depois de um ciclo de resultados positivos. 

Neste contexto, Borges recomenda cautela. “O cenário deve ser o de crescimento moderado, e com riscos de desaceleração mais acentuada, caso a combinação de juros altos e pressões externas persistir”, afirma. 

“Espera-se que a inflação seja contida a médio prazo, mas o custo disso é o desaquecimento do mercado de trabalho e o aumento da inadimplência com famílias perdendo seu poder de compra. 

Para retomar um ciclo mais vigoroso de expansão, o país precisa equilibrar políticas monetárias e fiscais, além de estimular investimentos privados.”

Revista Oeste

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