A paz não nasce da passividade, mas da ousadia de enfrentar o
caos. Donald Trump sabe que diplomacia sem firmeza é apenas
retórica
N
o epicentro das discussões globais desta semana, líderes
contemporâneos ecoam os estadistas que conquistaram a
paz por meio da resolução inabalável. Donald Trump
rompeu com a diplomacia convencional, redefinindo a
política internacional através da iniciativa, não da inércia. Sob sua
condução, o que parecia um conflito intratável no Oriente Médio
começa a se transformar em um caminho viável para a conciliação.
A primeira etapa do plano de paz para Gaza, anunciada em 8 de
outubro, transcende um simples armistício; é um divisor de águas que
restaura a influência americana como pilar essencial na região, com
Catar, Egito e Turquia emergindo como peças-chave em um delicado
equilíbrio. O Ocidente, antes fragmentado por hesitações, agora
percebe o valor do retorno de Trump ao cenário geopolítico – uma
volta redefinida por resultados tangíveis, não por concessões.
A diplomacia tradicional, com suas reuniões intermináveis em
escritórios em Genebra e Nova York, naufragava repetidamente.
Acordos de cessar-fogo ruíram sob acusações mútuas e
inflexibilidade. Contudo, Trump, com sua abordagem direta,
converteu o deadlock em avanço. Seu plano de 20 pontos, apresentado
em 29 de setembro ao lado de Benjamin Netanyahu, não foi uma
quimera idealista, mas um roteiro prático, fundamentado na ideia de
que a paz só prospera quando a guerra se torna insustentável para
todos.
O presidente Donald Trump, durante encontro no parlamento israelense | Foto: Reprodução/Casa Branca
O que destaca esse êxito inicial é o papel decisivo de Catar, Egito e
Turquia – nações antes criticadas por suas relações ambíguas com o
Hamas. E Trump não os tratou como coadjuvantes. O presidente
americano os posicionou como protagonistas, obrigando-os a assumir
responsabilidades.
O Catar, que por anos financiou o grupo, enfrentou pressão direta após
um ataque israelense frustrado contra líderes do Hamas em Doha.
Trump exigiu que o emir Tamim bin Hamad Al Thani rompesse laços
com o Hamas caso não cooperasse, transformando um aliado dúbio
em um parceiro indispensável.
O Egito, liderado por Abdel Fattah el-Sisi, assumiu a logística: sua
inteligência coordenou as negociações em Sharm el-Sheikh,
garantindo que Rafah se tornasse um canal de suprimentos e um
símbolo de compromisso regional.
A Turquia, sob Recep Tayyip Erdogan, frequentemente acusada de
posturas anti-Israel, contribuiu com sua inteligência, pressionando o
Hamas a redefinir sua “resistência” como colaboração temporária.
Essa coalizão de mediadores reforça uma verdade universal: Catar,
Egito e Turquia, com habilidade diplomática, provam que a paz exige
que os conflitos não superem a determinação de resolvê-los. Não foi a
neutralidade que os alinhou a Trump; foi a constatação de que o vácuo
deixado pela indecisão ocidental – marcada por divisões europeias e
hesitações de Joe Biden – poderia ser preenchido por uma América
assertiva.
A semana de Trump foi o desfecho de uma vitória diplomática que
evoca os Acordos de Abraão de 2020 em seu primeiro mandato, que
normalizaram laços entre Israel e nações árabes.
O presidente dos EUA, Donald Trump, posa ao lado da placa sobre o fim da guerra entre Israel e o Hamas, em Sharm el-Sheikh, Egito,
em 13 de outubro de 2025 | Foto: Reuters/Suzanne Plunkett/Poo
Líderes globais reagiram em peso: o chanceler alemão Friedrich Merz
chamou os avanços de “promissores”, oferecendo “esperança
renovada para reféns, o povo de Gaza e a região”. Keir Starmer, do
Reino Unido, comprometeu-se com o “apoio total à implementação”.
Até António Guterres, da inútil ONU, saudou o “progresso
urgentemente necessário”, reconhecendo os esforços dos EUA, do
Catar, do Egito e da Turquia. Nações muçulmanas, como Indonésia,
Paquistão e Jordânia, apoiaram o plano, com o premiê paquistanês
Shehbaz Sharif declarando: “A paz foi alcançada graças à
determinação incansável de Trump, um verdadeiro arquiteto da
conciliação”.
Por trás do sucesso, há lições de pragmatismo que Trump domina. A
Midnight Hammer Operation (“Operação Martelo da Meia-noite”), que
em junho desmantelou o programa nuclear iraniano – principal
financiador do Hamas – e enfraqueceu o eixo Teerã-Bagdá, foi uma
delas.
Mas o êxito do plano de paz de Donald Trump no Oriente Médio não é apenas
um marco regional, mas um divisor de águas na política global.
Ao alinhar
nações árabes com os Estados Unidos, Trump consolidou uma coalizão
robusta contra o terrorismo, ampliando exponencialmente sua influência
internacional. Esse acordo, que une Israel, Hamas e mediadores como Catar,
Egito e Turquia, reposiciona os EUA como o eixo central de uma ordem
mundial renovada.
Mas o êxito do plano de paz de Donald Trump no Oriente Médio não é apenas
um marco regional, mas um divisor de águas na política global. Ao alinhar
nações árabes com os Estados Unidos, Trump consolidou uma coalizão
robusta contra o terrorismo, ampliando exponencialmente sua influência
internacional. Esse acordo, que une Israel, Hamas e mediadores como Catar,
Egito e Turquia, reposiciona os EUA como o eixo central de uma ordem
mundial renovada.
E a relevância desse sucesso vai além de Gaza. A China, dependente do
petróleo do Oriente Médio apesar de sua parceria temporária com a
Rússia, e o Irã, que não pode se dar ao luxo de antagonizar nações
árabes, enfrentam agora um Ocidente unificado. Trump capitaliza
essa vantagem para pressionar Pequim, sinalizando que Otan, União
Europeia e agora o Oriente Médio convergem sob a liderança
americana. A mensagem é clara: a China deve abandonar posturas
conflituosas e se alinhar a uma agenda de paz e prosperidade global.
Esse movimento foi preparado com antecedência, com gestos
diplomáticos ainda em maio, incluindo negociações em Pequim. Com
a economia chinesa em declínio, Xi Jinping enfrenta incentivos para
cooperar. Um ponto crucial seria a ruptura do apoio chinês a Vladimir
Putin, permitindo que a Opep substitua o petróleo russo e facilite o fim
da guerra na Ucrânia.
Os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China) | Foto: Reprodução/White House
Geopoliticamente, o plano de paz de Trump cria um efeito dominó que
fortalece a hegemonia americana enquanto enfraquece eixos rivais.
No Oriente Médio, o acordo não só neutraliza o Hamas e isola o Irã –
principal financiador de grupos terroristas – mas também integra
nações árabes a uma coalizão pró-EUA, garantindo fluxo de petróleo
via Opep e rotas comerciais seguras, como o Canal de Suez.
Essa
estabilidade regional é crucial para a China, que importa 70% de seu
petróleo do Golfo e depende da Iniciativa Belt and Road para expandir
influência – projetos agora vulneráveis a pressões americanas, pois
nações como Egito e Turquia priorizam alianças com Washington.
Mais amplamente, essa diplomacia trumpiana revitaliza o Ocidente: a
União Europeia, dividida por hesitações energéticas, ganha confiança
com um Oriente Médio estável, reduzindo a dependência do gás russo;
a Otan se fortalece com foco renovado na
Ásia-Pacífico.
Para a Rússia, o acordo expõe vulnerabilidades, forçando Putin a
negociar ou enfrentar isolamento total. No final, o plano de Trump não
é mero cessar-fogo; é uma jogada mestra que redefine o mundo
multipolar, priorizando a liderança americana sobre o
multilateralismo hesitante. Se bem-sucedido, poderia encerrar a era
de ascensão chinesa desimpedida, pavimentando uma “pax
americana” renovada.
A interconexão entre o acordo no Oriente Médio, as negociações com a
China e a resolução de conflitos globais evidencia a estratégia de
Trump: um plano que não apenas silencia bombardeios em Gaza, mas
redesenha o tabuleiro geopolítico, com os Estados Unidos
no comando.
O presidente Donald Trump se encontra com famílias de reféns e ouve suas histórias em Jerusalém; Brasil ausente, segundo senadora
| Foto: Reprodução/Twitter/X
Haverá dificuldades na fase 2 da desmilitarização do Hamas, que
inclui destruir túneis e oferecer anistia a membros exilados. A paz, no
entanto, não nasce da passividade, mas da ousadia de enfrentar o
caos. Trump sabe que diplomacia sem firmeza é apenas retórica. Seu
plano reconhece as realidades: o Hamas deve ceder o controle a uma Autoridade Palestina reformada, com supervisão global para evitar
retrocessos.
A reconstrução de Gaza, custando bilhões, será
financiada via bancos americanos e padrões SWIFT, neutralizando
influências chinesas. O Canal de Suez e o Estreito de Bósforo, sob Egito
e Turquia, permanecem alinhados ao dólar, reforçando a liderança
econômica dos EUA.
Esse acordo não é o desfecho, mas o prefácio de uma era em que a
América lidera sem hesitação. Trump, o negociador que ergueu
impérios antes de governar, prova que a Art of the Deal (“A arte da
negociação”) também molda nações.
Ana Paula Henkel - Revista Oeste