Negócio foi adquirido por grupo dos Emirados Árabes
A Petrobras finalizou na terça-feira 30 a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia e seus ativos logísticos.
A aquisição foi concluída pelo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, com o pagamento de US$ 1,8 bilhão (R$ 10,1 bilhões) para a Petrobras, valor que reflete o preço de compra de US$ 1,65 bilhão.
O contrato ainda prevê um ajuste final do valor de aquisição, que se espera seja apurado nos próximos meses.
A estatal informou que nenhum empregado da Petrobras será demitido por conta da transferência do controle da RLAM para o novo dono.
Os empregados poderão optar por transferência para outras áreas da empresa ou aderir ao Programa de Desligamento Voluntário, com pacote de benefícios.
A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assume a partir desta terça-feira, 1, a gestão da RLAM, que passa a se chamar Refinaria de Mataripe.
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a conclusão da venda reflete a importância da gestão de portfólio e fortalece a estratégia da companhia.
“Esta operação de venda é um marco importante para a Petrobras e o setor de combustíveis no país. Acreditamos que, com novas empresas atuando no refino, o mercado será mais competitivo e teremos mais investimentos, o que tende a fortalecer a economia e gerar benefícios para a sociedade.”
De acordo com o presidente do Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, “a prioridade é garantir excelência na produção e operação da refinaria, além de uma transição estruturada, serena e sem ruptura.”
Começo de tudo
Criada em 1950, a Landulpho Alves foi a primeira refinaria nacional de petróleo, impulsionada pela descoberta de grandes jazidas na Bahia. Localizada no Recôncavo Baiano, possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Pólo Petroquímico de Camaçari.
Nela são refinados, diariamente, 31 tipos de produtos, das mais diversas formas. Além dos conhecidos GLP, gasolina, diesel e lubrificantes, a refinaria é a única produtora nacional de food grade, uma parafina de teor alimentício utilizada para fabricação de chocolates, chicletes, entre outros, e de n-parafinas, derivado utilizado como matéria-prima na produção de detergentes biodegradáveis.
Tem 26 unidades de processos espalhadas por 6,5 km², 201 tanques de armazenamento e 18 esferas de armazenamento e atende os Estados da Bahia e Sergipe, além de outros Estados da região norte e nordeste. Alguns produtos são ainda exportados para Estados Unidos, Argentina e países da Europa.
Vendas
A refinaria é a primeira dentre as oito que estão sendo vendidas pela Petrobras a ter o processo concluído.
Além da Refinaria Landulpho Alves, outras duas refinarias já tiveram seus contratos de venda assinados: a Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, cuja assinatura ocorreu em 25 de agosto deste ano, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, com contrato assinado em 11 de novembro.
Quando também forem concluídos os processos de desinvestimento dessas duas unidades, a Petrobras responderá por cerca de 50% do abastecimento do mercado de combustíveis no país.
Guilherme Lopes, Revista Oeste