Mesmo não recomendado, cresce o número de pessoas utilizando máscara sozinhos no carro, caminhando ao ar livre e até praticando exercícios físicos
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O uso frequente de máscaras faciais pode provocar o agravamento da Covid-19. A razão para isso é a queda na oxigenação, que tende a provocar acidificação do sangue, fazendo com que circule mais lentamente e afete veias capilares dos pulmões, região em que ocorre a maior parte das trocas gasosas. Quem explica essa condição é a bióloga molecular, Giovanna Lara, especializada em nanotecnologia aplicada à biomedicina.
Segundo Lara, o uso frequente das máscaras faciais pode apresentar vários problemas de saúde e não é à toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendou o uso no início da pandemia, tendo mantido apenas a recomendação do uso quando não houver possibilidade de distanciamento, isto é, para locais fechados. O problema é que tem sido cada vez mais comum vermos pessoas utilizando máscaras no interior de veículos, sozinhas, caminhando ao ar livre ou até praticando exercícios físicos, o que pode ser extremamente perigoso.
De acordo com a bióloga, essa prática pode acarretar uma série de sintomas e indícios de problemas mais graves.
“Dores de cabeça constantes, fadiga devido à falta de oxigenação. Há aumento de ácido lático nos músculos levando a dores musculares de leves a severas e sobrecarregamento o fígado na remoção do excesso produzido, além de dificuldade de concentração”, explica.
Usar máscaras de maneira frequente também pode prejudicar a imunidade. “A inspiração (inalação) do CO2 que a pessoa expirou (eliminou) e acumulou na máscara, estressa o corpo e leva ao aumento da produção de cortisol, diminuindo, assim, sua imunidade e, consequentemente, sua habilidade de desintoxicação, combater infecções”, explica Lara.
“Há artigos de 1975 que concluíram a ausência de efeito do uso de máscaras em salas de operação. Em 2014, um artigo trouxe um resultado de 6.006 pacientes nos quais o número de infecções pós-operatórias não foi afetado pelo uso ou não de máscaras cirúrgicas”, conta Giovanna Lara.
A bióloga menciona estudos recentes que minimizam o impacto negativo das máscaras, afirmando que eles são baseados em erros metodológicos.
“Os artigos que tentam minimizar os malefícios do uso de máscaras, usam desenho experimental errado (com método de aferição de CO2 errado) ou método estatístico inadequado. Relatos de pessoas desmaiando ou mesmo vindo a óbito por estarem exercitando-se usando máscara não são raros. O apresentador de um programa chamado Highwire, convidou duas experts em treinamento em uso de EPI (equipamento de proteção individual) e mediu o CO2 acumulado na máscara de seu filho enquanto este respirava. Em dois minutos o equipamento não pôde mais contar pois passou do limite máximo de detecção”, conta.
A condição de baixa oxigenação nos pulmões pode ainda causar edema pulmonar, que ocorre quando há acúmulo de água no pulmão, provocando a pneumonia bacteriana. Ao longo do ano de 2020, foram publicados alguns estudos que apontaram a baixa proteção das máscaras faciais, que foram sugeridas como medida protetiva para que permitisse o trabalho e a circulação. No entanto, além de não existirem conclusões definitivas sobre a sua eficácia, não há muitas dúvidas sobre os seus malefícios.
“Uso de máscaras leva à morte de neurônios. É um stress imenso no cérebro, pois este precisa de muito oxigênio e neurônios são células muito sensíveis à falta de oxigênio. Em casos mais avançados pode chegar a dar edema (água no pulmão)”, explica a bióloga.
Muitos malefícios à saúde podem ser provocados a partir da baixa oxigenação. Alguns foram reunidos em artigos e matérias esclarecedoras. Mas o uso permanece generalizado, enquanto casos aumentam e hospitais se veem lotados. Ao mesmo tempo, locais em que se abre mão da obrigatoriedade estão vendo uma curiosa diminuição de casos e de mortes, como no caso do Texas e em alguns lugares da Flórida, sem que autoridades saibam explicar o motivo disso.
A tese de que máscaras faciais podem causar agravamento da doença contraria a opinião geral, defendida por especialistas consultados por veículos de comunicação tradicionais, que insistem na ideia de que as máscaras poderiam evitar casos graves por supostamente oferecerem uma barreira que, embora precária, protegeria contra uma carga viral maior. No entanto, não há estudos sobre se uma baixa carga viral, que pode afetar mesmo quem esteja sem máscara, não possa agravar um quadro de contágio em quem esteja já com o pulmão prejudicado pela circulação acidificada devido o constante uso de máscaras.
A infecção que causa a pneumonia bacteriana é uma condição grave que possui sintomas muito semelhantes à Covid-19. Em tempos de pandemia, é compreensível que muitos casos sejam tratados como Covid, já que os testes são inespecíficos e a sintomatologia semelhante.
De acordo com o site do Ministério da Saúde “a pneumonia pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, na época do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura. Essas mudanças comprometem o funcionamento dos pelos do nariz responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta uma maior exposição aos micro-organismos causadores da doença”.
Há estudos que confirmam a influência da infecção bacteriana sobre o impacto dos óbitos registrados durante a Gripe Espanhola, no início do século passado, já que o tratamento com penicilina só foi popularizado em 1928. Embora o tratamento já esteja disponível, o uso generalizado de máscaras ao longo de 2020 e 2021, não afasta uma relação quantitativa com o aumento de casos de Covid-19, principalmente considerando os efeitos nocivos da baixa oxigenação do sangue através da privação respiratória ocasionada pelo uso constante e permanente de máscaras faciais.
Este uso é comum em atendentes de supermercado e trabalhadores das ruas, que são obrigados a permanecer horas utilizando as máscaras. Mas também pode afetar aqueles que, por medo e anseio de uma sensação de segurança, optam pelo uso indiscriminado até mesmo durante prática de exercícios físicos, caminhadas ao ar livre ou sozinhos dentro de automóveis, situações em que o risco de contágio pode ser insignificante.
Cristian Derosa, Estudos Nacionais