A equipe de Bolsonaro ainda faz a escalação de segundo e terceiro escalões e ainda define atribuições de cada pasta. Na semana passada, por exemplo, decidiu-se por mudar a área de Comunicação da Secretaria-Geral para a Secretaria de Governo. Há ainda dúvidas sobre qual o destino exato de estruturas e atribuições do extinto Ministério do Trabalho.
Os ministros devem discutir com o presidente estes temas e também apresentar os primeiros estudos para a fixação de metas de cada área. O governo começa a fazer um levantamento de medidas que dependem somente do Executivo e devem ser implementadas nos primeiros cem dias, propostas que terão de ser submetidas ao Congresso e ações de longo prazo que precisam começar a ser desenvolvidas desde já.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro participou de uma cerimônia de inauguração de um colégio da Polícia Militar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense . A escola foi batizada com o nome de Percy Geraldo Bolsonaro, dentista e pai do presidente eleito — ele vivia em Glicério (SP) e morreu em 1995. Uma lei de autoria do deputado estadual Rosenverg Reis, irmão do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, definiu a escolha do nome. No discurso, Bolsonaro exaltou o ensino militar e disse que a eleição de Wilson Witzel para o governo do Rio vai possibilitar a expansão dos colégios da Polícia Militar pelo estado — hoje são três.
Durante a cerimônia, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou que a equipe de transição prepara um decreto que pretende rever a criação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. A informação foi publicada na edição desta segunda-feira do jornal “Valor Econômico”
Na campanha eleitoral e já como presidente eleito, Bolsonaro já havia afirmado que, em seu governo, não seriam demarcadas novas terras indígenas . Ele também já havia defendido a ideia de “integrar o índio à sociedade”, citando como o exemplo o fato de existirem índios que “querem internet”. A proposta de rever a criação da reserva, que ocupa uma área de 1,7 milhão de metros quadrados, no entanto, pode esbarrar no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2009, a Corte determinou a marcação das terras.