Na pesquisa divulgada há uma semana, antes do ataque, Bolsonaro tinha 22% das preferências. Ele foi ferido na quinta-feira passada, enquanto participava de uma agenda eleitoral em Juiz de Fora (MG). Os entrevistadores do Ibope foram a campo entre o sábado e a segunda-feira, período que coincidiu com um aumento expressivo da exposição do candidato do PSL nos meios de comunicação.
Na pesquisa espontânea, na qual os eleitores manifestam sua preferência antes de ler a lista com os nomes dos candidatos, Bolsonaro subiu seis pontos porcentuais, de 17% para 23%.
Além do crescimento das intenções de voto, ele teve um recuo na taxa de rejeição. A parcela do eleitorado que não votaria de jeito nenhum em Bolsonaro passou de 44% para 41%. O candidato do PSL continua, porém, líder disparado no ranking dos candidatos rejeitados.
Nesse quesito, a taxa de Marina oscilou dois pontos para baixo, de 26% para 24%. A rejeição a Ciro caiu três pontos, de 20% para 17%. Haddad se manteve em 23%. A taxa de Alckmin teve queda de três pontos porcentuais, de 22% para 19%.
O levantamento captou os efeitos de pouco mais de uma semana de exibição do horário eleitoral gratuito. Apesar de ser o detentor de quase metade do tempo de propaganda no rádio e na TV, Alckmin não cresceu em relação à pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada em 5 de setembro, permanecendo com 9%. No mesmo período, Ciro oscilou um ponto porcentual para baixo, de 12% para 11%. Marina teve queda de três pontos, de 12% para 9%.
Anunciado nesta terça-feira, 11, como substituto de Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Operação Lava Jato – na chapa presidencial do PT, Haddadoscilou dois pontos para cima, de 6% para 8%. O petista apresenta tendência de crescimento, já que tinha apenas 4% na primeira pesquisa da série.
Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) alcançaram o mesmo resultado: 3%. Cabo Daciolo (Patriota) e Vera Lúcia (PSTU) ficaram com 1%, eGuilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram.
A taxa de votos brancos ou nulos apresenta tendência de queda. Era de 29% no levantamento de 20 de agosto, passou para 21% no início de setembro e agora chegou a 19%. Os indecisos são 7%.
As simulações de segundo turno
O Ibope registrou uma série de empates técnicos nas simulações de segundo turno em que Bolsonaro disputa com qualquer um de seus principais adversários. Contra Haddad, o placar pró-Bolsonaro seria de 40% a 36% – um empate no limite da margem de erro, o que significa que são muito maiores as probabilidades de o candidato do PSL estar à frente. Um embate entre Ciro e Bolsonaro terminaria em 40% a 37% se as eleições fossem hoje – um empate praticamente no limite da margem, com maiores chances de vitória do ex-ministro e ex-governador do Ceará.
Apesar de não ser mais candidato, Lula – que cumpre prisão em Curitiba desde abril pela condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP) – ainda foi citado por 15% dos eleitores na pesquisa espontânea, uma queda de sete pontos em comparação ao dia 5 de setembro. Nessa modalidade, Ciro aparece com 5%, Haddad tem 4%, Alckmin, 4% e Marina, 3%.
Anteontem, pesquisa divulgada pelo Ibope sobre a disputa eleitoral em São Paulo mostrou que, entre os paulistas, o ataque a Bolsonaro não provocou alterações significativas na corrida presidencial. No Estado, o candidato do PSL apenas oscilou de 22% para 23% na comparação entre os levantamentos divulgados nos dias 20 de agosto e 10 de setembro.
Ibope ouviu 2.002 eleitores em todo o País
O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 145 municípios de todo o País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi feito sob o protocolo BR 05221/2018. A pesquisa foi custeada pelo próprio Ibope. / DANIEL BRAMATTI, ALESSANDRA MONNERAT, CAIO SARTORI e CECÍLIA DO LAGO
Daniel Bramatti, Alessandra Monnerat, Caio Sartori e Cecília do Lago, O Estado de S.Paulo