Juiz Odilon de Oliveira, da 3.ª Vara Federal
de Campo Grande, tomou decisão durante
audiência de custódia do ativista italiano,
capturado na fronteira com a Bolívia
levando US$ 6 mil e 1,3 mil euros
O juiz Odilon de Oliveira, da 3.ª Vara Federal de Campo Grande, decretou a prisão preventiva – sem prazo para terminar – do ativista italiano Cesare Battisti. O magistrado viu ‘tentativa de fuga’.
O italiano foi preso em flagrante na quarta-feira, 4, tentando atravessar a fronteira do Brasil com a Bolívia, a Polícia Federal apreendeu US$ 6 mil e 1.300 euros, além de ‘documentos diversos’ e, ainda, o que os agentes rotularam de ‘objeto não classificado’.
“A ordem pública recomenda a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva”, afirmou o juiz. “O contexto geral da ocorrência faz concluir, ao menos em caráter provisório, que Cesare Battisti, procurava se evadir do território nacional, temendo ser efetivamente extraditado.”
O magistrado afirmou ainda. ” Considerava essa tentativa de fuga, nos limites de uma convicção provisória dever ser ela levada em conta também para efeitos de garantia da efetiva aplicação da lei penal.”
Cesare chegou por volta das 15h30, algemado, à sala de audiência, do Fórum Federal de Corumbá. O italiano foi ouvido por meio de videoconferência. Odilon de Oliveira estava em seu gabinete, em Campo Grande.
A PF autuou Battisti em flagrante por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Em seu interrogatório, o ativista – condenado na Itália à prisão perpétua por terrorismo – disse que ia fazer pescaria e comprar roupas de couro no país vizinho.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália sob acusação de quatro assassinatos. No último dia de seu segundo mandato, em 2010, o então presidente Lula assinou decreto no qual negou ao governo italiano o pedido de extradição do ativista.
COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA IGOR TAMASAUSKAS, QUE DEFENDE CESARE BATTISTI
“A defesa de Cesare Battisti vem a público informar que impetrará Habeas Corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a fim de revogar a prisão preventiva decretada pelo Juízo da Subseção Judiciária de Campo Grande.”