sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Produção industrial acumula queda de 7,7% no ano. É a tragédia provocada pela dupla corrupta Lula-Dilma


Linha de produção em indústria do Rio - O Globo / Roberto Moreyra

Danielle Nogueira - O Globo


A produção industrial recuou 1,1% em outubro na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O resultado foi o pior para o mês nesta comparação desde 2013. Em relação a outubro de 2015, o tombo foi de 7,3%. Em 2016, o setor acumula recuo de 7,7%. Nos últimos 12 meses, houve um encolhimento na produção de 8,4%.

O banco Bradesco esperava uma queda de exatamente 1,1% na comparação com setembro e um tombo de 7,3% frente a outubro do ano passado. Economistas ouvidos para o boletim Focus do Banco Central desta semana estimaram recuo de 6,23% da indústria em 2016 e alta de 1,21% no próximo ano.

— O resultado elimina o avanço de 0,5% de setembro. Chama atenção o espalhamento da queda produção industrial. São 20 dos 24 setores com resultado negativo — disse Andre Macedo, do IBGE.

A queda de 1,1% frente a setembro é a pior para o mês de outubro desde 2013, quando o recuo foi de 1,5%. Já o declínio de 7,3% ante igual mês de 2015 foi a trigésima segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais intensa desde maio de 2016.

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Na taxa anualizada, ou seja, o indicador acumulado em 12 meses, verificou-se uma desaceleração no ritmo de queda. O declínio de 8,4% em outubro de 2016 é inferior à taxa acumulada em setembro (-8,8%). Desde junho (-9,7%), a queda acumulada vem perdendo força.

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ago/16
out/16
Mês imediatamente anterior
Mesmo mês do ano anterior


— O nível de produção da indústria hoje está 21,6% abaixo do pico alcançado em junho de 2013. Estamos em um patamar semelhante ao de dezembro de 2008, quando estávamos no auge da desaceleração industrial reflexo da crise econômica global — afirmou Macedo.

Todas as grandes categorias apresentaram queda. A que registrou maior baixa, tanto na comparação mensal (-2,2%) como na comparação anual (-9,8%) foi a de bens de capital (máquinas e equipamentos). No acumulado do ano e em 12 meses, os recuos para este grupo de bens são de 14,4% e de 17,4%,respectivamente.

Ele ressaltou que há um efeito calendário na comparação com outubro de 2015, pois o mês tem menos um dia útil em 2016. Isso pode ter contribuído para a maior disseminação dos resultados negativos entre setores. Na comparação anual, 23 dos 26 setores tiveram desempenho negativo.

Os bens intermediários, como aço e celulose, também apresentaram desempenho fraco: retração de 1,9% ante setembro e de 7% ante outubro de 2015. Já os bens de consumo tiveram queda mais suave na comparação mensal, de 0,4%. Em relação a outubro do ano passado, a produção desses itens despencou 7,3%.

Considerando os ramos industriais, 20 dos 24 recuaram em relação ao mês anterior. Os que ficaram no azul foram coque e serviços de petróleo (+1,9%), produtos minerais não metálicos (+1,4%), fumo (+0,9%) e e equipamentos de informática e produtos eletrônicos s ópticos (+0,2%). O pior desempenho foi do segmento de borracha: queda de 4,9%.

Macedo lembrou que o resultado é comparado a uma base já fraca. No ano passado, houve um recorde de queda de 8,3% da produção industrial brasileira. Bens de capital e bens de consumo duráveis puxaram o resultado do setor industrial para baixo. No bens de capital, o que mais pesou para o resultado negativo foi o desempenho de equipamentos de transporte. Já a queda na produção de bens de consumo duráveis reflete, por exemplo, a queda da produção de veículos e produtos alimentícios.

Macedo alertou que os mesmos fatores que contribuíram para inibir consumo e investimentos em 2015 permanecem em 2016:

— Tem uma demanda doméstica com comportamento de retração, mercado de trabalho com menos pessoas ocupadas, índice de inflação ainda elevado, taxa de inadimplência elevada, crédito caro e restrito. Esses fatores justificaram a queda de produção industrial em 2015 e permaneceram no nosso escopo de análise em 2016.