Do UOL
- Alan Marques/Folhapress
O presidente interino Michel Temer e o ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho (à esquerda na foto), apresentam o novo secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero (à direita)
O ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, justificou o fim do Ministério da Cultura alegando que a existência de um ministério exclusivo para a área não seria garantia de recursos para a área. A declaração foi feita nesta quarta-feira (18) durante uma entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto para apresentar o novo secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero. "O fato é que um ministério que cuida da Cultura não garante naturalmente recursos que possam ser alocados na área da cultura. Não é o nome 'ministério' que pode produzir a diferença", afirmou.
A extinção do Ministério da Cultura e sua subordinação ao Ministério da Educação têm sido alvo de críticas de diversos de entidades, artistas e até mesmo de políticos aliados ao presidente interino Michel Temer como o ex-presidente José Sarney (PMDB), criador da pasta.
Diplomata por formação, Calero foi secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Ele informou na última terça-feira (17) ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) que deixaria o cargo. Segundo Mendonça Filho, Calero já se encontrou com Michel Temer para discutir as ações da pasta.
Calero afirmou que pretende estabelecer canais de diálogo com a classe artística e que pretende "restaurar a dignidade" do setor. "Já tivemos o compromisso do ministro (Mendonça Filho) e do presidente (Michel Temer) no sentido de quitarmos os débitos mais urgentes [...] vamos restaurar a dignidade dos fazedores cultura desse país que nos últimos meses foram desrespeitados", disse Calero.
A escolha do nome de Calero encerrou uma busca realizada pelo governo há quase uma semana. Antes de ele ser convidado, o governo Temer havia tentado cinco mulheres para ocupar a pasta, também numa tentativa de diminuir as críticas sobre a ausência de mulheres ocupando cargos no primeiro escalão do governo.