quarta-feira, 20 de abril de 2016

Quadrilha Lula-Dilma - Vaccari e outros três réus da Lava-Jato depõem em Curitiba


Vaccari e outros três reús da Lava-Jato depõem em Curitiba - Ailton de Freitas - 09/04/2015 / Agência O Globo


O Globo



Réus na Lava-Jato, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o executivo Milton Taufic Schahin e o ex-executivo do Grupo Schahin Fernando Schahin, estão agendados para prestar, nesta quarta-feira, esclarecimentos na Justiça Federal, em Curitiba. Os depoimentos, ao juiz Sérgio Moro, estão marcados para começar às 14h.

Em dezembro último, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Vaccari Neto, o pecuarista José Carlos Bumlai e outras nove pessoas por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. De acordo com as investigações, o grupo desviou R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT.

Ao juiz Sergio Moro, o empresário Salim Schahin, do Grupo Schahin, disse em depoimento ter recebido de Vaccari Neto a proposta de vincular a quitação de um empréstimo concedido ao pecuarista José Carlos Bumlai ao contrato de US$ 1,6 bilhão obtido pelo grupo com a Petrobras. O empresário disse ainda ter ouvido de Vaccari que o PT e o ex-presidente Lula estavam "a par do negócio". Ele é réu no processo que investiga concessão, em 2004, de um empréstimo de R$ 12,1 milhões a Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. O valor emprestado pelo Banco Schahin teria como destinatário real o PT. 

O vencimento era em 2005, mas o valor não foi pago. O empréstimo só foi quitado em 2009, fraudulentamente, depois que uma das empresas do Grupo Schahin fechou contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10000.

Depois da conversa com Vaccari, Schahin disse ter sido chamado por Nestor Cerveró, diretor da Petrobras, que lhe ofereceu uma oportunidade de negócio. Ao fechar o contrato com a estatal, foi simulado pagamento com embriões de gado. Schahin disse que a situação lhe causou angústia e que se sente amargurado por ter cometido delito.

Eduardo Musa, ex-gerente da estatal e também delator, disse ao juiz Sérgio Moro em depoimento ter ouvido de Fernando Schahin e de Cerveró que o contrato com a Petrobras serviria para quitar dívida do PT.

Três funcionários da Petrobras receberam propina para fechar o contrato com a Schahin. Além de Musa, os diretores da área internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. O ex-gerente recebeu US$ 720 mil.

João Vaccari Neto foi condenado a 15 anos e quatro meses por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Já Zelada foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele mantinha 12 milhões de euros em uma conta secreta no exterior.