Adriano Machado/Reuters | |
Eduardo Cunha entrega processo de impeachment pessoalmente a Renan Calheiros |
MARIANA HAUBERT
LEANDRO COLON
DÉBORA ÁLVARES
ISABEL FLECK
Folha de São Paulo
LEANDRO COLON
DÉBORA ÁLVARES
ISABEL FLECK
Folha de São Paulo
Apesar da forte pressão protagonizada pelos senadores de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) manteve a decisão de conceder 48 horas, a partir desta quarta-feira (20), para a indicação dos integrantes da comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim, o colegiado só deverá iniciar seus trabalhos a partir da próxima terça (26).
Os parlamentares a favor do afastamento da petista querem acelerar o processo e exigem que Renan monte a comissão ainda nesta terça (19), logo após a leitura, em plenário, do processo aprovado na Câmara no último domingo (17).
Aliado do governo, no entanto, o peemedebista prometeu manter o prazo de 48 horas, como desejam os senadores contrários ao impeachment. A estratégia do PT é indicar seus nomes apenas às 18h de sexta-feira (22) para que a comissão seja instalada apenas na semana que vem.
Dessa forma, os nomes indicados serão oficializados no plenário da Casa na terça e a comissão poderá ser formalmente instalada na mesma data, iniciando o prazo de dez dias úteis para analisar a decisão da Câmara, que autorizou o Senado a abrir o processo de impeachment.
A oposição, no entanto, vai nomear seus membros no colegiado ainda nesta terça para tentar forçar o Senado a instalar a comissão na sexta. De acordo com as regras, após a indicação dos nomes, a comissão tem até 48h para iniciar seus trabalhos.
Em uma reunião ampliada na presidência do Senado, os parlamentares decidiram por 41 votos favoráveis a 40 contrários que a comissão será formada de acordo com a proporcionalidade dos blocos partidários. Atualmente, a Casa tem seis blocos que congregam todos os partidos representados. A decisão foi tomada para contemplar a indicação dos nomes de seis partidos que possuem apenas um senador.
EDUARDO CUNHA
O processo de impeachment da presidente Dilma foi entregue ao Senado nesta segunda (18). O documento tem 36 volumes e 12.044 páginas.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que presidiu a sessão de domingo, foi pessoalmente ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para formalizar a entrega.
Avalizado o andamento do impeachment pela Câmara, caberá agora ao Senado decidir pela abertura do processo e posterior julgamento da presidente. Segundo Renan, o processo será lido nesta terça na sessão deliberativa do plenário.
"É papel do Senado instaurar o processo, julgar e pretendemos fazer isso com absoluta isenção e neutralidade", afirmou o presidente da Casa.