Hélder Barbalho foi alvo de operação da Polícia Federal na manhã de hoje

Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 750 em operação no Pará | Foto: DIVULGAÇÃO/PF
O “Covidão Paraense” já derrubou um integrante do primeiro escalão do Executivo estadual. Alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã de hoje, conforme registro de Oeste, o governador Hélder Barbalho demitiu seu secretário adjunto de gestão administrativa de Saúde. Dessa forma, Peter Cassol deixou a equipe.
Denominada Para Bellum, a operação deflagrada hoje pela PF colocou o agora ex-secretário de Barbalho em evidência. Isso porque agentes encontraram cerca de R$ 750 mil em espécie na casa de Cassol. A saber, o valor foi apreendido pela equipe responsável pela ação — que apura irregularidades na compra de respiradores pelo governo do Pará.
Horas depois da operação, Cassol já era figura fora da administração liderada por Barbalho. “O governo do Estado exonera o secretário adjunto de gestão administrativa de Saúde, Peter Cassol, sem prejuízo das consequências cíveis e criminais”, confirmou, por meio de postagem no Twitter, o perfil do Estado do Pará.
Operação Para Bellum
Deflagrada pela PF, a Operação Para Bellum faz parte do chamado “Covidão”. Trata-se de série de investigações relacionadas a supostas irregularidades nos gastos públicos em ações que deveriam ser de combate à proliferação do novo coronavírus. Desde as últimas semanas, o tema vem sendo acompanhando de perto por Oeste.
No caso do Pará, a PF investiga a compra — sem licitação — de 400 respiradores. Parte desses equipamentos foi comprada de uma empresa da China sem registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com contrato de R$ 50,5 milhões, a entrega atrasou, sendo que a metade do valor há havia sido paga pelo governo do Pará. Para completar a história, ao ser entregue, uma constatação: os respiradores não serviam para o tratamento da covid-19.
Por meio do Twitter, o governo do Estado do Pará se afastou da possibilidade de ser palco de um “Covidão Paraense”. O órgão enfatizou que apoia quaisquer investigações realizadas pela PF. Pontuou, contudo, que o valor antecipado à empresa china foi “ressarcido aos cofres públicos”. Avisa, por fim, que o governador Hélder Barbalho não é amigo de nenhum representante da companhia e que, além disso, os vendedores dos respiradores serão processados.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste