A megaoperação ocorreu na terça-feira 28 e envolveu cerca de 2.500 policiais
Descondenado também disse que quer analisar as circunstâncias da realização da operação - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi
A recente operação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, realizada na semana passada, foi alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, 4.
Em entrevista concedida a correspondentes estrangeiros, Lula descreveu a ação como uma “matança” e afirmou que o episódio foi “desastroso” em relação à conduta do Estado.
Durante entrevista concedida em Belém (PA) às agências Associated Press e Reuters, Lula afirmou que pretende exigir uma investigação paralela sobre o caso.
“Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação”, afirmou o petista. “Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve matança”.
Lula quer investigar ação da polícia Lula também disse que quer analisar as circunstâncias da realização da operação.
“Até agora, nós temos uma versão contada pela polícia, contada pelo governo do Estado, e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, afirmou o presidente.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, avaliou o resultado da operação como positivo, afirmando que as únicas vítimas são os quatro agentes da polícia mortos pelos criminosos. No entanto, Lula demonstrou insatisfação com o saldo da ação.
“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou o petista.
Contexto da operação A megaoperação, batizada de Operação Contenção, ocorreu na terçafeira 28 e envolveu cerca de 2.500 policiais. O principal objetivo era conter o avanço do Comando Vermelho na região.
De acordo com Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, os complexos teriam se tornado base estratégica da facção, utilizada para treinamentos e recrutamento de integrantes.
Diógenes Feitosa - Revista Oeste