Transição energética: biocombustível de coco é alternativa sustentável

Destino correto do resíduo pode ser o passo inicial para geração de renda


Coco verde. Programa mostra que fruta pode virar biocombustível | Foto: Reprodução/Embrapa 

As cidades litorâneas geram muitos resíduos de coco e o gasto para a limpeza urbana é alto. Um projeto resolve os dois problemas com a transformação dos resíduos em um produto, o que gera emprego e renda.




Além de todos os benefícios da transformação, o biocombustível contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Futuramente, poderá ser utilizado para a substituição completa dos combustíveis fósseis. 

Biocombustível de coco em destaque 

Em A Força do Agro desta terça-feira, 15, o espectador vai descobrir como a transformação de resíduos de coco verde em biocombustível é uma alternativa sustentável para a transição energética. 

A Força do Agro 

Com uma crescente necessidade de práticas mais sustentáveis, o agronegócio busca inovar constantemente para aprimorar a produtividade e minimizar impactos ambientais.

Em A Força do Agro são apresentados os principais tópicos que fazem o agro ser tão especial. De segunda a sexta-feira, o programa leva informação e conhecimento ao internauta e tem o papel de conectar o campo à cidade, mas de uma maneira leve e descontraída. 

Serviço 

A Força do Agro De segunda a sexta-feira Às 19h50min, depois do Oeste Sem Filtro, também na playlist exclusiva no YouTube 

Revista Oeste

Lula dá asilo a mulher de ex-presidente do Peru, condenada por corrupção - Cumplicidade suprema

Governo peruano confirmou concessão do benefício a Nadine Heredia, sentenciada a 15 anos de prisão por envolvimento no caso Odebrecht


Lula, depois de jantar no Palácio do Governo do Peru com a então primeira-dama Nadine Heredia e o então presidente peruano Ollanta Humala | Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

A mulher do ex-presidente do Peru Ollanta Humala, Nadine Heredia, pediu asilo ao Brasil na última terça-feira, 15, dia em que foi condenada por corrupção em seu país, no caso Odebrescht. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu o asilo, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Peru. 

O Ministério das Relações Exteriores do Peru informou que Nadine entrou na sede da Embaixada do Brasil em Lima para solicitar asilo diplomático, horas depois da divulgação da sentença. 

“A senhora Heredia solicitou asilo a esse país em conformidade com o que estabelece a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual Peru e Brasil são signatários”, informou o comunicado oficial da Chancelaria peruana. 

O governo acrescentou ainda que Peru e Brasil estão em comunicação permanente sobre o caso. Em seguida, o governo do Peru informou que o pedido de asilo foi atendido pelo governo Lula. O Itamaraty ainda não se pronunciou



Firmada em Caracas pelos Estados membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), a convenção estabelece que o asilo diplomático pode ser concedido por embaixadas, navios de guerra e aeronaves militares a indivíduos perseguidos por razões políticas. 

O asilo só deve ser concedido em situações urgentes e pelo tempo necessário para garantir a saída segura do asilado para outro país, com garantia de vida, liberdade e integridade pessoal. A convenção proíbe a concessão de asilo a pessoas processadas ou condenadas por crimes comuns ou desertores, salvo se a motivação tiver clara natureza política. Aliados de Lula, ex-presidente do Peru e ex-primeira-dama foram condenados por corrupção 

O ex-presidente do Peru Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, foram condenados pela Justiça peruana a 15 anos de prisão. Investigações revelaram que Humala recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht e US$ 200 mil de Hugo Chávez , então ditador da Venezuela, para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011. 

Humala governou de 2011 a 2016 e, em 2017, ele e Nadine foram presos durante as investigações. O ex-diretor da Odebrecht no Peru afirmou que as doações a Humala foram feitas a pedido do PT, partido de Lula. Ilán Heredia, irmão de Nadine e cunhado de Humala, também foi condenado a 12 anos de prisão.


Ollanta Humala, ex-presidente do Peru, e Lula, em evento em junho de 2013 | Foto: Flickr

Depois da condenação, Humala foi detido pela polícia e levado à prisão. Nadine, que não compareceu à audiência, teve uma ordem de prisão expedida contra ela. Além da prisão, Humala foi multado em 10 milhões de soles, cerca de R$ 15,7 milhões. 

Nadine foi acusada de atuar ativamente no Partido Nacionalista Peruano, fundado por Humala, e de participar na arrecadação de fundos. Ela nega qualquer envolvimento ilícito. A defesa de Humala classificou a sentença como “excessiva” e afirmou que os promotores não conseguiram provar a origem ilegal dos fundos.

Revista Oeste

globolixo faz escárnio de cirurgia de Bolsonaro

Em coluna satírica, site do jornal carioca afirmou que o intestino do ex-presidente da República 'já está preso'




O jornal O Globo fez escárnio, nesta terça-feira, 15, ao satirizar uma nova cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro. Um texto publicado na coluna Sensacionalista, conhecida por realizar postagens humorísticas, traz como título: “Intestino de Bolsonaro se adianta e já está preso”. 

“Em um movimento inesperado, mas amplamente comemorado nas redes sociais, o intestino de Jair Bolsonaro se adiantou à Justiça e já está oficialmente preso”, afirma trecho do material satírico do Sensacionalista. 

O ex-presidente passou mal na última sexta-feira, 11, durante um evento no interior do Rio Grande do Norte. Ele foi transferido de helicóptero para Natal, onde passou por atendimento médico. 

Na noite do último sábado, 12, o ex-presidente foi transferido para Brasília em um avião com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea. No domingo 13, Bolsonaro passou por uma cirurgia de 12 horas. Ele está internado no quarto de UTI do Hospital DF Star, em Brasília. 

O ex-presidente publicou nas redes sociais, nesta terça-feira, 15, que foi o “procedimento mais invasivo que aconteceu”. 

Bolsonaro passa por cirurgia complexa



Bolsonaro foi submetido a cirurgia para desobstrução do intestino e reconstrução da parede intestinal. O procedimento foi satirizado pela coluna do Globo como “intestino preso”. 

“De acordo com fontes médicas, o bloqueio foi causado por excesso de ‘popcorn and ice cream‘, em referência ao cardápio patriótico de Bolsonaro durante o ato da Paulista”, escreveu o Sensacionalista, ao fazer referência ao discurso do ex-presidente em 6 de abril. 

O hospital informou que não há previsão de alta nem de quando Bolsonaro deixará a UTI. Na publicação, o ex-presidente disse que permanece “concentrado” na sua recuperação. Ele não vai receber visitas durante o pós-operatório. 

“Isso é essencial para evitar conversas e estímulos que possam causar dilatação e até mesmo descolamento da parede abdominal — riscos que precisam ser evitados com máxima cautela frente ao enfrentado na sala de cirurgia”, afirmou Bolsonaro, nas redes sociais. 

Na avaliação dos médicos, a internação desta semana foi uma das “mais complexas” por que Bolsonaro passou desde que foi esfaqueado, em 2018, durante a companha eleitoral em Juiz de Fora (MG). A equipe médica informou que a recuperação será lenta e que é preciso esperar o intestino desinflamar




Revista Oeste

Segue o bacanal no 'cartel lula-stf-globolixo' - Feriadão de 10 dias do STF tem Barroso de plantão e servidores com hora extra

''Ministros' não dão expediente nesta semana, apesar de o feriado ser apenas na Sexta-Feira Santa 18


Ministros estão de folga desde a tarde da última sexta-feira, 11 | Foto: Gustavo Moreno/STF

Desde a tarde da última sexta-feira, 11, os magistrados interromperam seus compromissos e só os retomarão na terça-feira da semana que vem, 22, quando começam a julgar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o núcleo 2 do inquérito da suposta tentativa de golpe que envolve aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Procurada, a Corte afirmou que “os ministros seguem proferindo decisões nos processos do seu acervo e votos no plenário virtual”. “Apenas não haverá sessões de julgamento na quarta e na quinta.” Apesar da ausência dos ministros, alguns de seus servidores vão bater ponto normalmente entre uma festividade e outra. 

“Os funcionários de setores técnicos que precisarem trabalhar nesse período, para emissão de ofícios e comunicações, por exemplo, recebem hora extra”, informou o tribunal por meio de sua assessoria. 

O gabinete do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, ficará de plantão para atender a pedidos urgentes. Recesso no STF corresponde a um terço das férias anuais de trabalhadores celetistas 

O longo período de descanso, equivalente a um terço das férias anuais a que trabalhadores celetistas têm direito, se deve à junção do último fim de semana com o feriado desta quarta-feira, 16, que existe apenas no Poder Judiciário. E também ao tradicional feriado da Páscoa, nos dias 17 e 18. 

Na segunda-feira, é Dia de Tiradentes. 

Corte afirma que recesso está previsto em lei

Em nota, o STF informou que não haverá expediente na Secretaria do STF a partir desta quarta-feira, 16, “conforme prevê o artigo 62, inciso II, da Lei 5.010/1966, que define os feriados na Justiça Federal e nos tribunais superiores”.


STF suspendeu prazos processuais | Foto: STF/Divulgação

Com isso, os prazos processuais que se iniciam ou se encerram nesses dias serão automaticamente prorrogados para a próxima terça-feira, 22, “uma vez que a segunda-feira, 21 de abril, é feriado nacional”. “A previsão consta dos artigos 219 e 224, parágrafo 1º, do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015)”, justificou o STF. 

A determinação foi publicada na Portaria 230/2024 da DiretoriaGeral do Supremo Tribunal Federal.

Revista Oeste

Reprovação de Lula chega a quase 70% em Curitiba

Ratinho Jr tem 80,2% de aprovação e o prefeito Eduardo Pimentel 81%



Foto: Secom/PR


O Instituto Paraná Pesquisas divulgou nesta segunda-feira (14) que quase 70% dos curitibanos (exatos 67,4%) reprovam o governo do presidente Lula (PT).

Nesse levantamento que aponta a avaliação que os eleitores fazem dos seus governantes, o governador Ratinho Junior (PSD) merece a aprovação de 80% dos entrevistados, enquanto 81% aprovam a gestão  do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD).

Lula faz  um governo ruim 9,8% e péssimo para 46,9% dos eleitores de Curitiba, enquanto apenas 18,5% o aprovam.


Para o governo estadual, 80,2% da população aprova a gestão de Ratinho Junior (PSD) e 16,8% desaprova.


Já na administração municipal, Pimentel aparece com 81% de aprovação, contra 14,7% que não estão satisfeitos.


Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 810 habitantes. Tal amostra representativa do município de Curitiba atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 3,5 pontos percentuais para os resultados gerais.

Diário do Poder

Mario Vargas Llosa declarou apoio a Bolsonaro em 2022 e disse que jamais votaria em Lula

O escritor peruano, ganhador do Prêmio Nobel em 2010, morreu neste domingo, 13



Morreu neste domingo, 13, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, aos 89 anos. Romancista vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, ele também se destacava por seus escritos políticos.

Vargas Llosa foi um dos intelectuais latino-americanos mais críticos à esquerda da região. Em 2022, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o escritor disse que torcia contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil e que o petista estava “muito associado à corrupção”

O escritor peruano também afirmava não ter entusiasmo pela figura do então presidente Jair Bolsonaro. “Com sua posição sobre as vacinas, ele provocou uma verdadeira catástrofe no Brasil”, comentou. “Além disso, tem uma certa vocação pela palhaçada, não?”


Con profundo dolor, hacemos público que nuestro padre, Mario Vargas Llosa, ha fallecido hoy en Lima, rodeado de su familia y en paz. @morganavll 


No entanto, ele via Lula como uma opção mais perigosa para o país. “No Peru, temos quatro presidentes com processos na Justiça [em casos ligados à Operação Lava Jato]”, disse à Folha. “Em grande parte, todos eles foram vítimas de Lula, pois ele utilizava, digamos, a Presidência para corromper os governantes latino-americanos. No Peru, causou estragos.”  

Segundo a delação da empreiteira Odebrecht, que motivou processos judiciais no Peru, havia um esquema de pagamento de propina no país vizinho a pedido do PT, em troca de benefícios em licitações e superfaturamento de projetos. Lula foi citado na delação, mas nunca acusado formalmente por esses casos. 

“Não gostaria de estar na situação de ter que escolher entre Lula e Bolsonaro. Mas realmente jamais votaria em Lula”, analisou o peruano, na entrevista de 2022. “Ele foi um homem que corrompeu profundamente. Podemos dizer que os dirigentes peruanos se deixaram corromper, mas Lula cumpriu uma função muito negativa no Peru.”






Vargas Llosa teve uma estreita relação — e uma ruptura abrupta — com Gabriel García Márquez, outra lenda da literatura latinoamericana - Foto: Reprodução/Flick


Escritor declarou apoio à reeleição de Bolsonaro em palestra 

Em outra ocasião, também em 2022, Mario Vargas Llosa declarou preferir a reeleição de Bolsonaro à vitória de Lula. 

“As travessuras de  Bolsonaro são muito difíceis para um liberal admitir”, disse ele. “Agora, entre Bolsonaro e Lula, prefiro Bolsonaro.” Em uma palestra realizada em Montevidéu, capital do Uruguai, Vargas Llosa lembrou que, embora haja admiradores do petista espalhados pelo mundo, como os europeus “apaixonados por Lula”, não se pode esquecer que a Justiça o considerou como “um ladrão” e o prendeu por corrupção e lavagem de dinheiro. 

Novamente, Vargas Llosa fez ressalvas em seu apoio a Bolsonaro. O escritor ponderou que o presidente “não é um candidato que desperte entusiasmo”. A crítica mais forte ao então presidente foi em relação às vacinas. “É um absurdo confrontá-las do jeito que fez.”

Quem foi Vargas Llosa'

Nascido em 1936, no Peru, Vargas Llosa se naturalizou espanhol em 1993 e vivia em Madri havia algumas décadas. Considerado um dos últimos remanescentes de uma cultuada geração de escritores latino-americanos, contemporâneo do colombiano Gabriel García Márquez, o peruano acumulou grandes sucessos na carreira. 

Entre seus livros mais conhecidos estão A Festa do Bode e Pantaleão e as Visitadoras. 

Simpatizante do comunismo na juventude, Vargas Llosa migrou para o liberalismo ao longo da vida e se aventurou na política. Em 1990, o escritor concorreu à Presidência do Peru, mas foi derrotado por Alberto Fujimori, que posteriormente fugiu do país e depois foi condenado por diversos crimes. 

Revista Oeste

Facção do STF ‘enforca’ semana e fica 12 dias sem trabalho presencial - E a conta da desídia vai para os... pagadores de impostos

Na ausência dos 'ministros', só ocorrerão sessões no Plenário virtual


Sede do STF em Brasília


Ministros do Supremo Tribunal Federal passarão 12 dias sem precisar comparecer ao trabalho presencial.

A última sessão presencial ocorreu dia 10, como haverá o feriado de Páscoa (20) e Tiradentes (21), a Corte resolveu esticar o feriado e não ter trabalho presencial nesta semana.

Com os salários mais altos do serviço público, atualmente em R$46.366,19, os magistrados só retornam presencialmente na outra semana, dia 22 de abril.

Na ausência dos ministros, o plenário virtual segue funcionando.

Diário do Poder

Inflação: pesquisa revela que quase 60% dos brasileiros fizeram cortes na alimentação

Custo de vida pressiona famílias, e maioria responsabiliza governo pelos altos preços nos supermercados


Gôndola com café em supermercado em Curitiba | Rodolfo Buhrer/Fotoarena/Estadão Conteúdo 

De 1º a 3 de abril, o instituto Datafolha entrevistou 3 mil brasileiros em 172 municípios. O levantamento mostrou que 58% da população cortou a quantidade de alimentos comprados por causa da inflação. Entre os mais pobres, o porcentual chegou a 67%. 

Mudanças nos hábitos de consumo tornaram-se comuns. Comer fora ficou mais raro para 61% dos entrevistados. Metade trocou a marca do café por uma mais barata. Já 49% afirmaram ter diminuído o consumo da bebida. 

A escassez alimentar também apareceu nos dados. Um quarto dos entrevistados relatou ter menos comida do que o necessário em casa. Outros 60% disseram ter o suficiente. Apenas 13% declararam ter mais do que o necessário. Os números repetem o cenário de março de 2023. 

Para economizar, 50% reduziram o uso de água, luz e gás. Outros 47% buscaram uma nova fonte de renda. Além disso, 36% deixaram de comprar medicamentos, 32% atrasaram dívidas e 26% não pagaram contas domésticas.




O perfil político dos entrevistados influenciou as respostas. Eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram os que mais cortaram gastos. Petistas demonstraram impacto menor. 

A percepção negativa da economia pesou sobre o governo federal. Para 54%, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem grande responsabilidade pela alta dos alimentos. Outros 29% atribuíram parte da culpa. Apenas 14% isentaram o Planalto. 

Até mesmo os eleitores de Lula culpam o governo Mesmo entre os eleitores de Lula, 72% reconheceram alguma responsabilidade do governo. A aprovação da gestão subiu para 29%, ante 24% em dezembro. Ainda assim, a reprovação segue maior: 38%. 

Medidas anunciadas pelo governo, como isenção de imposto de importação sobre certos produtos, ainda não surtiram efeito. Os preços nos mercados seguem altos. A maioria dos entrevistados apontou o governo federal como principal responsável pela inflação. Outros culpados citados foram a crise climática, conflitos no exterior, crise norte-americana e produtores rurais.




Na faixa de até dois salários mínimos, 55% culparam o governo e 54% apontaram os produtores. Nas faixas de renda mais alta, os índices caíram para 41% e 36%, respectivamente. Esse grupo mostrou menor preocupação com guerra ou crise externa.

Entre os eleitores dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas, 78% e 77%, respectivamente, responsabilizaram diretamente o Planalto. Já os lulistas atribuíram a culpa principalmente aos produtores (57%) e aos conflitos internacionais (55%). 

IBGE confirmou o avanço da inflação O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou o avanço da inflação. 

O acumulado de 12 meses até março chegou a 5,48%. Só em março, a alta foi de 0,56%, puxada pelos alimentos, cuja variação saltou de 0,7% em fevereiro para 1,17%.




Os produtos com maiores aumentos foram o tomate (22,55%), o ovo de galinha (13,13%) e o café moído (8,14%). Nos últimos 12 meses, os aumentos acumulados foram de 0,13%, 19,52% e 77,78%, respectivamente. 

As causas incluem retorno às aulas, que elevou a demanda por ovos; gripe aviária nos EUA, que aumentou exportações; calor extremo, que prejudicou a produção agrícola no Brasil; e problemas na safra de café. 

A percepção de deterioração econômica cresceu. Para 55%, a situação piorou. Em dezembro, esse número era de 45%. Pela primeira vez no terceiro mandato de Lula, a maioria dos brasileiros vê piora na economia. 

Revista Oeste

No governo do ex-presidiário Lula, desmatamento cresce no cerrado e na Amazônia Legal

Em 2024, foram destruídos quase 6 mil quilômetros de vegetação nativa no primeiro bioma, enquanto no segundo houve a destruição de 34 mil quilômetros quadrados


Foto de queimada na região do Cerrado | Foto: Inpe/Divulgação 

Em 2008, Marina Silva deixou o Ministério do Meio Ambiente depois de ser escanteada pelo próprio governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Inauguração de hidrelétricas, avanço da soja e lançamento do Plano Amazônia Sustentável ocorreram sem sua participação e evidenciaram o enfraquecimento de sua influência. 

Quase duas décadas depois, o enredo se repete: Marina voltou ao comando da pasta, mas está novamente isolada. E, desta vez, cercada por números alarmantes, conflitos internos e um secretariado mais político que técnico.  

No cerrado, o desmatamento acumulado nos dois primeiros anos de Lula superou o mesmo período da gestão Bolsonaro. Em 2023, foram destruídos quase 8 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa e, em 2024, quase 6 mil quilômetros quadrados. No mesmo intervalo da administração anterior, os números foram menores: pouco menos de 5 mil quilômetros quadrados em 2019 e quase 4,5 mil em 2020. Embora o ritmo tenha caído entre o primeiro e o segundo ano do atual governo, os alertas de desmatamento dispararam: chegaram a 17 mil quilômetros quadrados em 2024 — o maior número já registrado na série histórica. As queimadas também explodiram. Nos dois primeiros meses de 2025, o fogo destruiu 806 mil hectares em todo o país. Desse total, a Amazônia perdeu 89 mil hectares, o cerrado, 22 mil, e o restante se concentrou no Pantanal, que voltou a arder em proporções catastróficas. 

Em 2023, os focos de incêndio explodiram. Aumentaram quase 900% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), compilados pela WWF-Brasil. No ano seguinte, a situação piorou ainda mais. Em 2024, as chamas consumiram quase 3 milhões de hectares — o equivalente a 17% de todo o bioma do Pantanal. 

Nos dois anos anteriores, ainda sob o governo Bolsonaro, o cenário era menos severo. Em 2021 e 2022, a área total queimada foi inferior a 700 mil hectares — quase quatro vezes menor que a devastação registrada em 2024. O contraste escancara uma contradição central: enquanto o governo Lula multiplica discursos em defesa da pauta ambiental, os dados apontam um avanço acelerado da destruição.


Floresta em chamas | Foto: Reprodução/Agência Brasil

O leitor pode ler a reportagem completa sobre a piora nos índices ambientais ao clicar neste link. O conteúdo está disponível na Edição 264 da Revista Oeste

A Edição 264 da Revista Oeste vai além do texto de Yasmin Alencar. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Silvio Navarro, Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Ana Paula Henkel, Cristyan Costa, Guilherme Fiuza, Tiago Pavinatto, Roberto Motta, Rafael Fontana, Adalberto Piotto, Rodrigo Constantino, Ubiratan Jorge Iorio, Carlo Cauti, Mateus Conte, Dagomir Marquezi, Peter Suderman e Daniela Giorno. 

Além do desmatamento A Edição 264 da Revista Oeste vai além do texto de Yasmin Alencar. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Silvio Navarro, Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Ana Paula Henkel, Cristyan Costa, Guilherme Fiuza, Tiago Pavinatto, Roberto Motta, Rafael Fontana, Adalberto Piotto, Rodrigo Constantino, Ubiratan Jorge Iorio, Carlo Cauti, Mateus Conte, Dagomir Marquezi, Peter Suderman e Daniela Giorno. Startup de jornalismo on-line, a Revista Oeste está no ar desde março de 2020. 

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Revista Oeste

J.R. Guzzo - O farsante juiz Lord Wickfield deve ser melhor que os ministros do STF

Ele não perdoou multas de R$ 20 bi de empresários corruptos, nem anulou suas confissões de culpa. Não condenou a 14 anos de prisão a 'cabeleireira golpista” do batom'


Eduardo Reis usava documentos falsos desde 1980: fraude descoberta por um mero descuido do juiz que agora estaria foragido | Foto: Reprodução/Redes sociais

De infâmia em infâmia, o sistema judicial brasileiro construiu nos últimos anos o que a violação serial, sistêmica e mal-intencionada da lei sempre acaba construindo nos regimes totalitários: a cessação dos serviços de fornecimento de justiça por parte do Estado. Mas o Brasil, sendo o Bananistão que geralmente é, foi além disso. Não só privatizou o Poder Judiciário em favor dos magistrados e suas facções políticas. Reinventou-se como uma palhaçada geral. 

Nada poderia atestar de forma tão óbvia a comédia a que foi reduzido o Judiciário brasileiro do que a prodigiosa história do juiz de São Paulo que passou no concurso público para a magistratura, deu sentenças durante 30 anos e se aposentou no cargo (salários de fevereiro último: R$ 166 mil) usando, o tempo todo, um nome falso. Na Justiça paulista ele sempre foi o doutor Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, e é nesse nome que estão registrados os milhares de despachos que deu. Na vida real é apenas o José dos Reis, de Águas da Prata. 

Agora, com a descoberta da fraude, Lord Wickfield sai dos sagrados anais da Justiça paulista. Em seu lugar, entra o doutor Zé. Sinceramente: dá para levar a sério um sistema que, além das “audiências de custódia”, do flagrante perpétuo do ministro Moraes e da “saidinha” para criminosos, faz o papel de palhaço para um juiz? Nada menos que um juiz, que falsifica o seu próprio nome durante 30 anos — e só foi pego por um descuido que ele mesmo praticou junto aos serviços policiais de identificação? 


Foto oficial dos atuais ministros do STF, com o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco – 22.02.2024 | Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Por que o juiz que não existe é melhor que os ministros do STF O pior são as perguntas que se poderia fazer em seguida. Tudo bem. O doutor Zé não pode assinar sentenças com o nome de doutor Wickfield. Mas, num plano ideológico-inclusivo, digamos, porque raios ele não teria o direito de se identificar com um barão inglês — se tantos cidadãos que se chamam Sebastião, por exemplo, têm o direito de se identificarem como Jéssica? 

O próprio STF, aliás, parece decidido a discutir seriamente se as palavras “pai” e “mãe” devem ou não continuar a aparecer nas certidões de nascimento. A Unicamp acaba de criar cotas para quem se identifica como transgênero. 

Mais que tudo, a realidade mostra que o juiz em questão, goste-se ou não dele, foi aprovado limpamente no concurso para a carreira — enquanto o ministro Dias Toffoli levou pau duas vezes seguidas e está no Supremo há 16 anos. 

Não perdoou multas de R$ 20 bilhões de empresários corruptos, nem anulou suas confissões de culpa. Não condenou a 14 anos de prisão a “cabeleireira golpista” do batom. Sua mulher não defendeu causas julgadas por ele. Talvez o juiz que não existe seja melhor do que os juízes que existem.



Artigo publicado originalmente no O Estado de São Paulo

J.R. Guzzo - Revista Oeste

Bolsa Família: 7 milhões recebem o benefício há pelo menos 10 anos

O Nordeste - região mais miserável do Brasil e dominada pela quadrilha do Lula-PT - lidera o ranking da dependência de longo prazo, com quase 40% das famílias beneficiárias nessa situação


O Centro-Oeste é a região onde há menos beneficiários do Bolsa Família | Foto: Lyon Santos/MDS

Dos mais de 20 milhões de famílias inscritas no Bolsa Família em fevereiro de 2025, cerca de 7 milhões recebem o benefício há pelo menos dez anos — o que representa quase 35% do total. O levantamento, divulgado neste domingo, 13, é do site Poder360. 

A disparidade regional é marcante. O Nordeste lidera o ranking da dependência de longo prazo, com 38,8% das famílias beneficiárias nessa situação — o equivalente a 3,7 milhões de lares. Na sequência, aparecem o Norte (33,7%), Sul (29,5%), Sudeste (29,1%) e CentroOeste (26,9%). 


O Nordeste lidera o ranking da dependência de longo prazo, com 38,8% das famílias beneficiárias nessa situação | Foto: Reprodução/Poder360

No recorte estadual, o destaque negativo é Alagoas, onde 42,7% dos inscritos recebem o benefício há pelo menos uma década. Outros quatro Estados nordestinos — Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Maranhão — também ultrapassam os 40% nesse critério. 

Já o Distrito Federal, com apenas 3,1% dos beneficiários em situação de dependência longa, apresenta o menor índice nacional, possivelmente reflexo de uma economia local mais robusta. 


Já o Distrito Federal, com apenas 3,1% dos beneficiários em situação de dependência longa, apresenta o menor índice nacional | Foto: Reprodução/Poder360 

O paradoxo da assistência: proteção ou acomodação? 

Embora o governo federal alegue que a legislação não define limite de tempo para permanência no programa, há iniciativas voltadas à transição dos beneficiários para fora do Bolsa Família, como a chamada “Regra de Proteção” — um mecanismo que permite a manutenção parcial do auxílio por até 24 meses depois do aumento de renda da família. 

Contudo, os dados sugerem que esse tipo de política tem sido insuficiente para romper o ciclo de pobreza de milhões de brasileiros. 

“A partir de 2022, não apenas aumentou o valor do Bolsa Família como cresceu o número de beneficiados”, observa Rodolpho Tobler, pesquisador do Ibre-FGV, responsável pela Sondagem do Mercado de Trabalho. “Não faz sentido para uma pessoa sair de casa para trabalhar oito horas por dia e ganhar um salário mínimo que, tirando impostos e descontos, é apenas um pouco a mais do que obtém do governo sem fazer esforço.”




Em reportagem publicada na edição 261 da Revista Oeste, o repórter Carlos Cauti mostra como a acomodação de parte considerável da força de trabalho e a predileção por empregos informais - como bicos ou trabalhos informais - em que não há incentivo para melhorar a qualificação - reduzem a capacidade de geração de riqueza no sistema econômico como um todo

“Essa situação também drena recursos dos cofres públicos e não contribui em nada para a arrecadação de Imposto de Renda e Previdência”, observa Cauti. “Por causa do excesso de programas sociais, o Brasil está se tornando mais pobre, menos produtivo e mais atrasado'.


Os recordes do Bolsa Família 

A análise por municípios expõe outro dado alarmanete: 576 cidades brasileiras têm metade ou mais de seus beneficiários no programa há dez anos ou mais, o que representa 10,3% do total de municípios do país. Em 2.687 cidades, esse percentual é de 40% ou mais. Em contrapartida, apenas 574 municípios apresentam menos de 10% dos beneficiários nessa condição.




Esse retrato aponta para zonas de concentração crítica da pobreza estrutural, onde o assistencialismo prolongado parece ter substituído -  sem sucesso - as políticas de geração de emprego, qualificação e incentivo à formalização.

'O custo para o Brasil é gigantesco', explica do economista Gilberto Braga, professor no Ibemec RJ. 

É preciso começas a analisar qual é o retorno desses gastos para o país no médio e longo prazo. Está cada vez mais claro que esses programas têm um custo relativo grande. No mínimo está na hora de aperfeiçoá-los'.    

Com informações do Poder 360 e Revista Oeste

sábado, 12 de abril de 2025

Trump isenta celulares e computadores de alta nas tarifas

 Iniciativa, ainda que provisória, trouxe alívio a gigantes da tecnologia como Apple e Samsung


Isenções de tarifas para smartphones vieram de uma diretriz inicial Foto: Reprodução/site Apple 


O governo do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos (EUA) decidiu não taxar smartphones, computadores e outros eletrônicos com as tarifas “recíprocas”. Isto pode suavizar o impacto para os consumidores e beneficiar gigantes da tecnologia como Apple e Samsung, informa a Bloomberg. 

Em Nova York, clientes da Apple até correram para as lojas, com o receio do aumento de preços.

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA publicou isenções, nas quais restringe o alcance das tarifas. A entidade, assim, deixou de fora esses produtos da tarifa de 125% aplicada à China e da tarifa global básica de 10%, em que o Brasil está incluído. 



A dispensa vale para smartphones, laptops, discos rígidos, processadores e chips de memória. Tais produtos geralmente não são fabricados nos EUA, e a produção doméstica levaria anos.

Contudo, esse alívio tarifário não é permanente. As isenções vieram de uma diretriz inicial que impedia a sobreposição de tarifas adicionais a setores específicos. Adicionalmente, equipamentos utilizados na fabricação de semicondutores também foram excluídos das novas tarifas de Trump. 

Tal iniciativa foi importante para a Taiwan Semiconductor, que anunciou um investimento significativo nos EUA, assim como para outros fabricantes de chips. 

O fato de a isenção ser temporária é um indicativo de que os produtos poderão ser alvo de outra tarifa futuramente, embora quase certamente uma taxa mais baixa para a China. Trump prometeu aplicar uma tarifa específica para os semicondutores. 

As tarifas setoriais de Trump, até agora, estão em 25%, embora não esteja claro qual será a alíquota aplicada aos semicondutores e produtos relacionados. A Casa Branca não respondeu a pedidos de comentários feitos pela Bloomberg. 

Revista Oeste

Facção companheira do STF cancela multas da Receita Federal contra atores da globolixo

A medida foi apoiada pelos ministros Dias Toffoli, André Mendonça, Gilmar Mendes e Nunes Marques; apenas Edson Fachin votou contra o pedido


Fachada do Prédio do Supremo Tribunal Federal - Foto: Nelson Jr./SCO/STF

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu cancelar as multas aplicadas pela Receita Federal contra atores da globolixo, incluindo Deborah Secco, Reynaldo Gianecchini, Mateus Solano e Eliane Giardini. 

As penalidades foram decorrentes do recebimento de salários como pessoas jurídicas. A decisão também resultou na liberação de bens bloqueados durante o governo de Jair Bolsonaro, sendo tomada no ambiente virtual do STF. 

No julgamento, o ministro Edson Fachin votou contra o pedido, enquanto os ministros Dias Toffoli, André Mendonça, Gilmar Mendes e Nunes Marques apoiaram a anulação das sanções. 

O processo permanece sob sigilo. 

O advogado tributarista Leonardo Antonelli, que representa alguns dos artistas afetados, está considerando buscar compensação financeira da União pelos danos e despesas legais enfrentados por seus clientes devido às autuações fiscais. 

Sob o ex-presidiário Lula, globolixo recebe R$ 300 milhões dos pagadores de impostos 


O ex-presidiário Lula segue ininputável - Foto: Divulgação 

A decisão do STF não é a única que tem favorecido artistas da Globo. A relação financeira entre o governo Lula e a emissora continua crescendo. 

Somando 2023 e 2024, a gestão atual já repassou mais de R$ 300 milhões à emissora, segundo dados da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Até o início de janeiro, o valor era de R$ 278 milhões.

Esses recursos são públicos — ou seja, saem do bolso dos contribuintes — e são destinados à divulgação de campanhas do governo, como as de vacinação. 

A maior parte do dinheiro foi para a TV aberta: R$ 288 milhões entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024. 

Em seguida, vêm os repasses para internet (R$ 11 milhões), TV fechada (R$ 9 milhões), rádio (R$ 8 milhões), jornal (R$ 1 milhão) e revista (menos de R$ 300 mil). 

Com esse total, o governo Lula já ultrapassou os gastos de toda a gestão Bolsonaro com publicidade na globolixo, que somaram R$ 280 milhões em quatro anos.

Com informações da Revista Oeste

Bolsonaro deve passar por nova cirurgia

 Ex-presidente voltou a sentir fortes dores no abdômen, fruto das sequelas do atentado que sofreu em 2018


Desde o atentado que sofreu em 2018, quando levou uma facada do ex-militante do Psol Adélio Bispo, Bolsonaro já passou por cinco cirurgias | Foto: Tânia Rego/Agência Brasil/Arquivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá passar por uma cirurgia, neste domingo, 23, por causa de um agravamento do quadro de obstrução intestinal. O ex-chefe do Executivo foi internado na sexta-feira 11, no Hospital Rio Grande, em Natal, depois de sentir fortes dores durante um evento. 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro decidiu transferi-lo para Brasília em uma unidade de terapia intensiva aérea. A chegada ao Hospital DF Star está prevista para as 22h15 deste sábado, 12. 

Desde o atentado que sofreu em 2018, quando levou uma facada do ex-militante do Psol Adélio Bispo, Bolsonaro já passou por cinco cirurgias. Isso resultou em sequelas, como a atual obstrução intestinal.


O ex-presidente Jair Bolsonaro precisou ser hospitalizado, na manhã desta sexta-feira, 11, em razão de fortes dores abdominais. Isso é fruto da tentativa de assassinato que o ex-chefe do Executivo sofreu, em 2018, pelo ex-militante do Psol Adélio Bispo. O vídeo abaixo mostra o Mostrar mais  

Bolsonaro comentou a possível ida a Brasília 

Claudio Birolini, especialista em reconstrução abdominal do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, chegou a ser consultado para liderar uma possível cirurgia. Gilson Machado, exministro que estava com Bolsonaro quando o ex-presidente passou mal no interior do Rio Grande do Norte, envolveu Birolini na equipe médica. 

Em um vídeo gravado no leito hospitalar em Natal, Bolsonaro mencionou a transferência para Brasília para continuar o tratamento e a possibilidade de intervenção cirúrgica. O ex-ministro e atual senador Rogério Marinho (PL-RN), que acompanha de perto o estado de saúde do ex-presidente, comentou que Bolsonaro estava “bem, lúcido, estável, tranquilo”. 

Revista Oeste

Arrecadação de impostos do governo federal ultrapassa R$ 1,1 trilhão em 2025 - Imaginem o que faz o 'cartel lula-stf-globolixo' com toda essa grana à mão?

 O Estado de São Paulo representa 37,3% de todo o valor


No ano de 2024, o brasileiro precisou trabalhar cerca de 150 dias para quitar todos os impostos com o Estado | Foto: Reprodução/Flicr/Lula Oficial/Ricardo Stuckert

De acordo com o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a arrecadação de impostos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva superou o valor de R$ 1,1 trilhão. Semanalmente, Oeste atualiza quanto de dinheiro foi recolhido pela administração federal.


1,506 followers View profile 228 likes oeste.negocios IMPOSTÔMETRO | 11 de abril de 2025 💰 Confira a quantia arrecadada pelo governo federal, em 2025, até o dia 11 de abril. ASSISTA Oeste Negócios toda segunda-feira, às 20h30, no canal da Revista Oeste no YouTube. #jornalismo #economia #impostos #governo View all 5 comments Add a comment...


Na soma, a associação paulista leva em consideração inúmeros impostos federais. Veja a lista: 


1. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide); 

2. Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins); 

3. Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF); 

4. Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL); 

5. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); 

6. Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf); 

7. Imposto de Exportação (IE); 

8. Imposto de Importação (II); 

9. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); 

10. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 

11. Imposto de Renda (IR); 

12. Imposto Territorial Rural (ITR); 

13. Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep); 

14. Previdência; 

15. Taxas; e 

16. Outros. 


No ano de 2024, o brasileiro precisou trabalhar cerca de 150 dias para quitar todos os impostos com o Estado. Esse tempo corresponde a mais de 40% de um ano (365 dias). 

A unidade federativa responsável por arrecadar mais dinheiro no país é São Paulo, com 37,3% do total, seguido pelo Rio de Janeiro (13,7%) e por Minas Gerais (7%). 

Com o valor arrecadado pelo governo federal até o momento, seria possível comprar 2,6 bilhões de cestas básicas. Em notas de R$ 100, essa quantia demandaria 375 containers de 20 pés para serem carregados.

Além disso a cifra renderia 10,1 milhões de anos. 


Saiba como funciona a contagem de impostos da ACSP

A base de dados utilizados pela ACSP é da Receita Federal do Brasil, da ZSecretaria do Tesouro Nacional, da Caixa Econômica Federal, do Tribunal de Contas da União e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Revista Oeste

'Nós — A distopia que há mais de 100 anos bate no comunismo e seus filhotes', por Pedro Henrique Alves

Mais do que uma distopia política, como podem notar, esse livro é também uma meditação filosófica profunda sobre o que significa ser humano


Nós não é apenas um retrato da URSS nascente — embora essa leitura seja inevitável | Foto: Divulgação/Oeste | Imagem criada com o auxílio de inteligência artificial

Publicado originalmente em 1924, Nós, do russo Iêvgueni Zamiátin, é uma das primeiras distopias modernas da literatura mundial, precedendo obras como Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, e 1984 (1949), de George Orwell — este último, aliás, declaradamente influenciado pelo autor russo. Escrita em meio ao fervor revolucionário da Rússia pós-1917, a obra é em si mesma uma crítica feroz ao totalitarismo e ao culto da razão absoluta, disfarçados sob a promessa de progresso. Mesmo após mais de cem anos de sua publicação, continua sendo uma das mais completas e afiadas críticas ao utopismo comunista já escritas. 

A história se passa em um futuro indefinido, onde a humanidade vive sob o regime do Estado Único, uma sociedade hiperracionalizada e utópica, guiada por uma lógica matemática e uma vigilância total perfeita. Os indivíduos perderam o nome, pois a mera individuação pessoalística, para o Estado, é uma espécie de revolta a ser esmagada; assim, são designados apenas por um letra e três números, como o protagonista D-503, um engenheiro circunspecto responsável pela construção da nave Integral, destinada a levar os valores do Estado a outros planetas. 

Zamiátin constrói a partir disso uma realidade onde a liberdade individual é considerada uma doença perigosa a ser suprimida no vestígio primevo de sua aparição na consciência da população. A autonomia e a consciência livre são uma espécie de relíquia bárbara do passado, onde havia desigualdades e explorações múltiplas. Para remediar esse mal do passado, a vida dos cidadãos, os “números”, é rigidamente controlada: eles vivem em casas de vidro, seguem horários exatos para cada atividade e até mesmo o sexo é regulamentado por cupons oficiais. Uma mera conversa pode ser vista como ato de rebeldia. 

O que se perde em liberdade é supostamente recebido em ordem e felicidade programada pelo  Estado — uma felicidade baseada na ausência de escolhas e mínima autenticidade.

A trama ganha densidade quando D-503 conhece I-330, uma mulher misteriosa e sedutora que introduz o protagonista a um submundo de pensamento livre, emoção e rebelião. É a partir desse encontro que se desenrola o conflito central da obra, isto é, a luta entre razão e emoção, entre o coletivo e o individual, entre a rigidez mecânica e a fluidez do humano. O diário de D-503, que compõe o texto da narrativa, vai aos poucos se desestabilizando — refletindo a deterioração de sua lógica cartesiana diante do surgimento do “eu” real, o eu sem predefinições, sem o determinismo mecânico apregoado como fato incontestável naquele ambiente.




A narrativa de Nós O autor nos conduz por esse processo com maestria estilística: frases truncadas, digressões, repetições e parênteses sugerem a quebra da ordem interna do personagem e, por extensão, do próprio mundo em que ele vive. A realidade social comandada pelo Estado, aquela de controle supremo, se desfaz à medida que aflora em D-503 vontades, desejos, críticas e escolhas — ainda que mínimas — sem a supervisão do Estado. O estilo fragmentado de seu diário, por vezes caótico, não  é defeito de roteiro, mas escolha consciente para retratar a crise de identidade e o despertar da consciência. 

Nós não é apenas um retrato da URSS nascente — embora essa leitura seja inevitável. Sua crítica vai além do contexto soviético e questiona qualquer sistema que busque esmagar a individualidade em nome de uma suposta perfeição social. A ironia de Zamiátin é afiada, pois, ao satirizar o racionalismo extremo na política, ele nos obriga a confrontar os perigos de uma sociedade onde tudo é previsível, calculável, transparente, onde a ciência alcançou um grau de perfeição imaculada que os próprios defeitos inerentes à humanidade, como a incerteza, a mera tibieza de consciência e a imoralidade mais banal — aspectos inevitáveis de uma equação de liberdade funcional — passam a ser um crime capital. É bom lembrar que o comunismo apregoava que o marxismo era uma ciência, e por isso exata e inevitável. 




Mais do que uma distopia política, como podem notar, Nós é também uma meditação filosófica profunda sobre o que significa ser humano. 

A busca pelo “eu”, pela alma, pelo amor — mesmo em um mundo que os nega — é o que confere à obra sua força poética e subversiva que até hoje continua atacando com força e constância todo arroubo autoritário. Afinal, se o comunismo é bom em reinventar retóricas e agentes para suas revoluções, ele é péssimo em minorar seus defeitos e consequências implacáveis. No fim, percebe-se que o comunismo totalitário dos soviéticos continua, em maior ou menor grau, em seus filhotes remanescentes — por exemplo, nos neoutópicos, os progressistas identitários; o que faz do texto de Zamiátin ainda mais atualizado e necessário, aliás. 

Eu havia lido a obra, pela primeira vez, na primeira metade de 2017, por meio da ótima e luxuosa edição da Aleph, traduzida direto do russo por Gabriela Soares; e reli há duas semanas na igualmente ótima edição da Avis Rara, traduzida do inglês pela Roberta Sartori, com prefácio do próprio George Orwell. Confesso que não encontrei problemas nas referidas edições e nem nas traduções, sendo ambas ótimas escolhas para ler a distopia.

Por fim, Nós é uma leitura exigente, porém recompensadora. Pois sua linguagem ousada e sua visão de futuro continuam, como disse acima, surpreendentemente atuais, ecoando em tempos modernos de algoritmos invasivos, vigilância digital constante e ideologias que suprimem a natureza humana e distorcem a identidade individual. Eugene Zamiátin nos legou uma obra seminal contra o totalitarismo em suas mais variadas formas, mas, em especial, contra o comunismo e suas variantes contemporâneas. É um grito lúcido contra o conformismo e uma celebração corajosa da liberdade de consciência e expressão. 

Revista Oeste

Guilherme Fiuza e 'A multidão desértica'

De posse deste decálogo da ressignificação paramétrica dos valores vigentes você está apto, ou apta, ou, melhor dizendo, apte a ser feliz vigentes você está apto, ou apta, ou, melhor dizendo, apte a ser feliz como os cidadões que você mais admira


Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reúnem em ato contra seu processo judicial e pela anistia - Foto: Reuters/Amanda Perobelli

A USP disse que na manifestação do último domingo na Avenida Paulista tinha 44,9 mil pessoas. Não arredonde para 45 mil porque você estará obrigando cem pessoas a se manifestarem contra a vontade delas. Não abuse da boa vontade dos estatísticos. Mas o importante é assinalar que, a partir do novo parâmetro demográfico estabelecido pelos pesquisadores da USP, uma série de conceitos usados para o dimensionamento das coisas da vida foram ressignificados. Anote as novas métricas:

1. Mar de gente = Meia dúzia de gato pingado. 

2. Grito por liberdade = Miado de gato rouco. 

3. Verde e amarelo = Cor de burro quando foge. 

4. Avenida Paulista = Beco sem saída. 

5. Avenida Paulista em dia de evento do Boulos = Rio Nilo asfaltado para o povo desfilar. 

6. Estado de Direito = Poesia underground. 

7. Manchete de jornal = Nada, não, coisa minha. 

8. Democracia = Eu falo e você ouve.

 9. Corrupção = Capacidade de amar. 

10. Correio = Expresso 2222


De posse deste decálogo da ressignificação paramétrica dos valores vigentes para a vida em sociedade repleta de empatia, inclusão, lisura informacional e diversidade transcendental você está apto, ou apta, ou, melhor dizendo, apte a ser feliz como os cidadões e as cidadoas que você mais admira. Agora pare de reclamar pelos cantos, requisite o seu patrocínio estatal e saia em turnê por um mundo melhor. No máximo 44,9 mil pessoas não vão te compreender. 


Apoiadores de Bolsonaro em ato por anistia e contra seu processo judicial, em São Paulo | Foto: Reuters/Amanda Perobelli


Guilherme Fiuza - Revista Oeste

'Sieg Moraes', por Tiago Pavinatto - Quando atribui ao inimigo (Musk, Bolsonaro, patriotas etc.) a mera aparência de um nazista, Moraes, na verdade, pretende esconder a sua própria estética essencial em tentar fazer parecer lutar contra ela.

Nunca é demais relembrar o óbvio: o verdadeiro Mal nunca se apresenta como tal; anuncia-se, sempre, como Bem ou qualquer coisa que o valha


Joseph Goebbels, Alexandre de Moraes e o logo do X - Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons/Antonio Augusto/STF

“S e Goebbels estivesse vivo e com acesso ao X, nós estaríamos condenados. […] Os nazistas teriam conquistado o mundo”, asseverou Alexandre de Moraes, entre um flash e outro, ao seu entrevistador de extrema esquerda e, de igual forma, nada simpático a Elon Musk, dono da plataforma X. 

Nos idos de 1990, o advogado norte-americano Mike Godwin sustentou o seguinte enunciado: “À medida que uma discussão aumenta, é inafastável a probabilidade de surgir uma comparação a Hitler ou ao nazismo. Na dialética, é comum considerar como perdedor da discussão o sujeito que lançou mão dessa comparação”.


Mike Godwin, advogado norte-americano | Foto: Wikimedia Commons

Tal enunciado pode até conter algum valor, mas a conclusão dos contendedores dialéticos não mais se sustenta em tempos de fascismos travestidos. Menos ainda quando o império do Estado Democrático de Direito dá lugar àquilo que chamo de Direito Telúrico. 

O Direito Telúrico é um não-direito travestido de Direito paralelo ao Direito do Estado. Fundamenta-se no pré-conceito do cidadão medíocre para a aplicação das normas do Direito do Estado, as quais, embora reconhecidas em existência e validade, sob o solipsismo dissimulador da convicção medieval de vingança como justiça, passam a gozar de relativa eficácia e, assim, podem ser descartadas e, mesmo em prejuízo dos próprios direitos e garantias fundamentais, substituídas pela regra telúrica imposta como solução mais justa para cada caso concreto.

Coisa de cangaceiro, ditador, dono de boca… Não é só o cidadão imbecil comum que opera o Direito Telúrico; no Brasil, ele tem adeptos togados, desde as primeiras instâncias até a suprema. 

O destino do STF é ‘recivilizar’ o Brasil 

Esse destino foi afirmado por seu presidente, o ministro Luís Roberto Barroso, em entrevista ao jornal Valor, do Grupo Globo. A “total recivilização do país”, disse o sumo magistrado em 30 de setembro de 2024, deve ser alcançada com “os julgamentos sobre o 8 de janeiro”. O fardo desse juiz branco foi reafirmado em 14 de novembro do mesmo ano: “Precisamos fazer o caminho de volta à civilidade”, disse em sessão plenária do Tribunal.


Luís Roberto Barroso em sessão plenária do STF (10/4/2025) | Foto: Antonio Augusto/STF

Nenhuma novidade, uma vez que o “choque de civilidade” fora promessa feita, em digressão improvisada no decurso da leitura de seu discurso, na solenidade levada a cabo no primeiro aniversário da insurreição de 8 de janeiro de 2023. 

O evento de 8 de janeiro de 2024 foi batizado como “Dia da Infâmia”… Qualquer semelhança com o “Dia de Potsdam” não é mera coincidência. 

No dia 20 de março de 1933, inclinado a negar, como terror, as práticas dos nazistas, imprimindo o rótulo de terroristas aos verdadeiros inimigos do povo alemão — isto é, qualquer pessoa incompatível com os desígnios daqueles que, legitimamente, administravam as instituições nacionais —, o ministro da Propaganda e Informação do Povo, Joseph Goebbels, realizou um evento espetacular que inventara para a reabertura do Reichstag, cujo incêndio, no final do mês anterior, jamais fora propriamente investigado: “O Dia de Potsdam”. 

Ian Kershaw, talvez o mais brilhante biógrafo do nosso tempo, demonstra que a solenidade logrou êxito em promover um “completo distanciamento das bestialidades sórdidas” promovidas contra os inimigos do nacional-socialismo: o nazismo “punha aqui suas melhores roupas e proclamava sua união” (KERSHAW, Ian. Hitler. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 312). 


A histórica abertura do Reichstag, em frente à Igreja da Guarnição, em Potsdam. O chanceler do Reich, Adolf Hitler, à frente do governo do Reich, ao lado dele o vice-chanceler von Papen, atrás dele o ministro Goebbels inspeciona a guarda de honra do Reichswehr (21/3/1933) | Foto: Wikimedia Commons

Curiosamente, “O Dia de Potsdam” representaria o triunfo inicial do novo Reich. O evento manteve Hitler à distância das demonstrações de terror e no centro de outro evento espetacular de propaganda.

 À incontrolada e sempre impune violência desencadeada pelos bandos nazistas contra adversários e judeus, bastou institucionalizar SA, SS e Stahlhelm como “polícia auxiliar” legitimada diante do alegado aumento da violência dos opositores extremistas. Por essa mesma narrativa, comícios e manifestações deveriam ser reprimidos em qualquer canto dos Estados sob controle nazista, bem como proibidos os seus jornais e, indiscriminadamente, observadas as restrições impostas ao noticiário de outros jornais. 

Em resumo, os nazistas “amordaçaram a imprensa, mesmo quando as proibições eram contestadas com sucesso nos tribunais” inferiores, de maneira que, silenciada sobre “essa primeira orgia de violência estatal, Hitler fez o papel de moderado. Sua capacidade de dissimular era indescritível” (Ibidem, p. 305).

Adolf Hitler, líder da Alemanha Nazista, com seguidores em Nuremberg, na Alemanha (1933) | Foto: Shutterstock

Contrariando a fantasia institucionalmente divulgada, inexistiu, de fato, qualquer necessidade de defesa contra “atos de violência que põem o Estado em risco”. Todavia, demonstra o historiador inglês, “apesar da aparência de legalidade, a usurpação do poder dos Estados pelo Reich era uma clara violação da Constituição. A força e a pressão das próprias organizações nazistas — uma cartada de chantagem política — foram as únicas responsáveis por criar a ‘agitação’ que provocou a alegada restauração da ‘ordem’. […]. Os únicos atos desse tipo eram os dos próprios nazistas” (Ibidem, p. 311). 

“As massas em geral são cegas e estúpidas e não sabem o que estão fazendo”, dissera Hitler a Goebbels, que, diante do desafio primacial de oferecer às massas “um programa que seja inalterável, uma fé política que seja inabalável”, promoveu um “renascimento nacional por meio do antimarxismo terrorista baseado na manipulação cínica e doutrinação das massas” (Ibidem, p. 212).

O professor Kershaw fala do mesmo ministro Goebbels invocado pelo ministro Moraes. Contudo, o ministro Moraes parece não compreender o ministro Goebbels da mesma forma que o professor Kershaw.


Ian Kershaw, historiador e biógrafo inglês, na Feira do Livro de Leipzig (5/3/2012) | Foto: Wikimedia Commons

Voltemos à Praça dos Três Poderes. 

Anunciado o desafio de promover o renascimento da civilização no Brasil (desafio assumido reiteradamente pelo chefe do STF), é impossível não lembrar o desafio de promover o renascimento nacional de Goebbels. A coisa toda beira o idêntico quando, no lugar do antimarxismo extremista, Barroso também promove às massas o antibolsonarismo extremista… afinal, em alto e bom som, assumira o presidente do Pretório Excelso brasileiro, no dia 12 de julho de 2023: “Nós derrotamos o bolsonarismo”.


Atribuindo-se a si mesmos o papel de salvadores da pátria, Barroso e Moraes et caterva poderiam render-se autoelogios e se apresentarem como “as forças melhores que afloram à superfície para tirar o poder das mãos do perverso corruptor”; e, por mais inéditas e contestáveis que sejam as suas medidas, forças “que reconhecem uma questão de curvar ou quebrar”.


Acreditava tanto em tais forças, que Hitler assim as descreveu em Mein Kampf — e, nos dizeres de Eric Voegelin, apesar de Mein Kampf ser, “por assim dizer, um monte de lixo” (Hitler e os Alemães. É Realizações, 2008, p. 187), não podemos nos descuidar para o fenômeno popular desse tipo de discurso salvacionista. 


Anúncio publicado no jornal nazista Völkischer Beobachter em 31 de janeiro de 1933. O texto diz: “Livro do dia: Mein Kampf, de Adolf Hitler. O que Hitler fará? Milhões de alemães estão se perguntando hoje. Para descobrir, basta ler o livro dele. Então você conhecerá seus objetivos e sua vontade. Ninguém, amigo ou inimigo, pode ficar indiferente a este livro por mais tempo” | Foto: Wikimedia Commons


No interessante livro Tu Carregas Meu Nome: A Herança dos Filhos de Nazistas Notórios (Record, 2004), os jornalistas Norbert e Stephan Lebert trazem elementos suficientes para demonstrar que o fantasma do nazismo sempre assombrará uma sociedade na qual as pessoas tendem a valorizar mais a questão da mera aparência. 

Quando atribui ao inimigo (Musk, Bolsonaro, patriotas etc.) a mera aparência de um nazista, Moraes, na verdade, pretende esconder a sua própria estética essencial em tentar fazer parecer lutar contra ela.

Na esteira da lição do nosso maior constitucionalista vivo, o professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “juristocracia e democracia são regimes inconciliáveis”. Diferentemente de um democrata, como ensina o professor Manoel Gonçalves, o juristocrata é um “Savonarola ou Torquemada que vê armas subversivas até em batons femininos” (“Jusristocracia não é democracia”, Conjur., 7 abr. 2025). 

Nunca é demais relembrar o óbvio: o verdadeiro Mal nunca se apresenta como tal; anuncia-se, sempre, como Bem ou qualquer coisa que o valha. Logo, o juristocrata que se anuncia democrata será, necessariamente, um mentiroso; será, provavelmente, o avesso do que diz ser; será, essencialmente, aquilo de que acusa seus opositores.

Tiago Pavinatto - Revista Oeste