domingo, 27 de março de 2022

Gasto com cada congressista equivale a quase 530 vezes a renda média do brasileiro

Dados constam em um levantamento feito pelas universidades de Iowa, da Califórnia e de Brasília

Em 2022, os gastos do Legislativo brasileiro continuarão elevados
Em 2022, os gastos do Legislativo brasileiro continuarão elevados | Foto: Pedro França/Agência Senado

Cada um dos 513 deputados e 81 senadores brasileiros custam pouco mais de US$ 5 milhões por ano, o equivalente a R$ 24 milhões. Os dados constam em um levantamento feito pelas universidades de Iowa, da Califórnia e de Brasília.

Numa relação com a renda média do brasileiro, nosso Legislativo ocupa o primeiro lugar ao se tratar de despesas. O gasto com cada congressista corresponde a 530 vezes a renda média do brasileiro, informou o jornal O Estado de S. Paulo, neste domingo, 27. A Argentina ocupa o segundo lugar. No país, cada parlamentar custa o equivalente a 230 vezes a renda média local.

Orçamento das Casas

Em 2020, o orçamento da Câmara e do Senado brasileiros somaram quase US$ 3 bilhões — ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Nos EUA, o valor total chegou a US$ 5 bilhões, o que representa 0,02% de tudo que o país produziu naquele ano. O terceiro lugar em gastos totais ficou com o Japão (US$ 1,10 bilhão, ou 0,02% do PIB), seguido pela Argentina (US$ 1,1 bilhão).

Em 2022, os gastos do Legislativo brasileiro continuarão elevados. Juntos, Câmara, Senado e Tribunal de Contas da União têm quase R$ 15 bilhões de orçamento autorizado. O maior limite de gastos é o da Câmara (R$ 7 bilhões), seguido pelo Senado (R$ 5 bilhões) e o Tribunal de Contas (R$ 2,5 bilhões) — apesar do nome, esse último não é parte do Judiciário, mas, sim, um órgão de assessoria do Legislativo. O valor corresponde a pouco mais de US$ 3 bilhões.

Metodologia

Para chegar à conclusão, os pesquisadores compararam o orçamento dos Congressos de 33 países, compilados pela União Parlamentar Internacional; o Banco Mundial e o escritório do Banco Central dos EUA em St. Louis.

Leia também: “O Estado brasileiro é um Robin Hood ao contrário”, entrevista com Alexandre Ostrowiecki publicada na Edição 105 da Revista Oeste

Revista Oeste