General João Francisco Ferreira ficou exatos 9 meses à frente da Itaipu Binacional.| Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional
O diretor brasileiro da Itaipu Binacional, general da reserva João Francisco Ferreira, pediu exoneração do cargo nesta terça-feira (25), alegando razões pessoais. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da usina hidrelétrica. Ferreira ocupava o posto desde 7 de abril de 2021, quando sucedeu o general Joaquim Silva e Luna, então nomeado para a presidência da Petrobras.
Durante o período em que esteve no cargo, a Itaipu alcançou a marca de 2,8 bilhões de MWh gerados desde o início da operação da usina, consolidando-se como a hidrelétrica que mais produziu energia no mundo, e conquistou as melhores marcas históricas de produtividade – a relação entre a quantidade de água que passa pelas unidades geradoras e a energia efetivamente gerada.
Na sua gestão, a Itaipu também reforçou o apoio às ações de combate à Covid-19 na região de Foz do Iguaçu, às ações de gestão ambiental e de desenvolvimento territorial, de fomento ao turismo na região Oeste do Paraná e às obras viabilizadas financeiramente pela Itaipu, como a Ponte da Integração Brasil – Paraguai. Também avançou o processo de licitação referente ao Plano de Atualização Tecnológica da usina, com a iminente assinatura do contrato com o consórcio vencedor.
Em nota divulgada pela assessoria de comunicação, Ferreira "agradeceu o apoio e o comprometimento dos parceiros da usina, em especial à Família Itaipu", como ele se refere ao grupo de empregados.
Ex-governadora e atual diretor-financeiro são cotados para assumir Itaipu
A saída do general abre uma disputa política pelo cargo, um dos mais cobiçados do segundo escalão. De acordo com o jornal Valor Econômico, a direção-geral de Itaipu estaria sendo cobiçada pelo Centrão, o que seria um dos motivos que levou ao pedido de exoneração do general da reserva.
Segundo o portal O Antagonista, a ex-governadora do Paraná, Cida Borghetti, esposa do deputado federal e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), estaria cotada para o cargo. Ela já ocupa o posto de conselheira da Itaipu Binacional.
Já o jornal Folha de S. Paulo informa que o mais cotado é o atual diretor-financeiro da companhia, vice-almirante Anatalício Risden Júnior, ligado ao ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque. Uma das razões especuladas para o pedido de demissão de Ferreira seria justamente atritos com o ministro. O Ministério de Minas e Energia não se manifestou até o momento.
Gazeta do Povo